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RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS
Ministro da Fazenda destaca êxito do programa Desenrola Brasil, que já desnegativou 7,5 milhões de dívidas
Em entrevista concedida à EBC nesta quarta-feira (2/8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou os avanços do programa Desenrola Brasil, que considera inédito e sem precedentes na história do país. “Começamos desnegativando 7,5 milhões de dívidas de até RS 100 reais, o que deve corresponder a 3,5 milhões de CPFs e quase 3 milhões de dívidas renegociadas. E nossa expectativa é de que as dívidas bancárias possam atingir até R$ 50 milhões de reais. Temos muito espaço até o final do ano, quando termina o programa, para renegociação”, avaliou. Haddad ressaltou que os bancos têm interesse em fazer essas renegociações e que os descontos oferecidos podem chegar até 96% da dívida.
O ministro lembrou que o governo federal está fazendo, pela primeira vez, um programa para combater uma crise de inadimplência no país. E que, para além do Desenrola, outras medidas estão sendo tomadas para equacionar esse problema. “Primeiro precisamos sanar o estoque de dívidas herdadas de 2022. Temos 70 milhões de negativados. Nunca houve na história do país um legado tão ruim, do ponto de vista de crédito. O Desenrola tem um primeiro objetivo que é resolver esse passado. Ele também oferece um curso de educação financeira para que as famílias possam compreender como funciona o sistema de crédito e não cair em armadilhas”, ponderou.
Junto ao Desenrola, o Ministério da Fazenda investe em outras iniciativas para diminuir o custo do crédito para os brasileiros. Na terça-feira (1º/8), foi aprovado pelo Senado o PL 2.250/23, que viabiliza empréstimos com garantia de cotas de fundos de previdência. Há também o novo Marco de Garantias, que tramita para última avalição da Câmara dos Deputados. “Vamos fazer uma transição para um sistema que seja mais sustentável do que esse, que está prejudicando a parte mais frágil da sociedade”, afirmou.
A melhora do ambiente econômico, nesses seis primeiros meses de governo, foi também abordada na entrevista. Para o ministro, houve um choque de credibilidade no país. A inflação, que estava a mais de 10%, hoje está na casa de 3,2%; e o dólar, que chegou a atingir o patamar de R$ 6 no governo anterior, hoje está a cerca de R$ 4,73. Haddad mencionou que foi também necessário tomar medidas duras, do ponto de vista fiscal, para trazer o déficit público para um patamar cada vez menor e mirar, assim, o equilíbrio das contas públicas. Para ele, os bons resultados dizem respeito ao esforço do governo, do Superior Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e indicam um cenário propício à queda da atual taxa de juros.
Transição ecológica
O ministro mencionou ainda que o Brasil tem uma matriz energética três vezes mais limpa do que o resto do mundo e destacou a importância do avanço da energia eólica, solar, dos biocombustíveis, das perspectivas do hidrogênio verde, no país. “O Brasil pode se tornar uma potência energética limpa, o que pode atrair muitos investidores que queiram produzir no Brasil produtos verdes, que tenham baixa emissão de carbono. O Brasil é um dos poucos países do mundo que tem condições de oferecer esse tipo de energia para que o produto seja certificado como um produto verde. Isso no mundo de hoje não é pouca coisa”, ressaltou.
Assuntos como Reforma Tributária, relação entre o governo federal, estados e municípios, privatizações e autonomia do Banco Central foram também contemplados. Haddad lembrou que não tem campeonato ganho, que há muito trabalho pela frente e que não se pode perder o ímpeto de continuar perseverando na direção correta. “Se a gente mantiver esse ritmo, o Brasil vai voltar a crescer de forma robusta. Eu quero voltar a ver esse país brilhar e atrair as atenções do mundo”, declarou.