Notícias
ARCABOUÇO FISCAL
Novo marco vai garantir políticas sociais no Brasil, diz ministro
As novas regras fiscais defendidas pelo Ministério da Fazenda pretendem dar sustentação aos programas sociais previstos na Constituição. A afirmação foi feita pelo ministro Fernando Haddad em entrevista nesta quinta-feira (6/4) ao BandNews TV.
De acordo com Haddad, o Arcabouço Fiscal vai repor verbas para pastas importantes para a população, como Saúde e Educação, bem como garantir, entre outros programas sociais, o pagamento do Bolsa Família no valor de R$ 600,00 de maneira consistente.
“A gente está recompondo a base fiscal do Estado. O orçamento tem que ser suficiente para honrar os compromissos legais”, disse. Nas palavras do ministro, o novo Arcabouço vai “exigir” uma queda na taxa básica de juros e beneficiar toda a população.
Segundo Haddad, “se as contas estão em ordem, não tem por que pagar juros tão altos”. As novas regras fiscais vão possibilitar uma convergência entre a política fiscal e monetária e, consequentemente, um recuo na taxa básica praticada hoje e um aumento nos investimentos no país.
O ministro afirmou que, se o Congresso e o Judiciário derem sustentação ao plano, o Brasil entrará em 2024 em uma rota de crescimento sustentável com justiça social. No entanto, ele ressaltou que é importante manter o equilíbrio fiscal para garantir as políticas sociais.
O ministro observou que a crise econômica dos últimos anos afetou negativamente o país e trouxe consequências para a população brasileira, com aumento do desemprego e da desigualdade social. Diante desse cenário, as políticas sociais se tornaram ainda mais importantes para garantir um mínimo de proteção às camadas mais vulneráveis da sociedade.
Ele citou como exemplo o Bolsa Família, que é um programa de transferência de renda que atende milhões de famílias brasileiras em situação de pobreza, mas, durante a pandemia, teve oscilações no pagamento em um momento crucial.
Para que esses programas possam ser mantidos e ampliados, é fundamental que o país tenha uma base fiscal sólida e equilibrada, lembrou Haddad. O novo marco fiscal proposto pelo governo é uma tentativa de criar essa base e garantir a sustentabilidade das políticas sociais.
Para alcançar esse objetivo, o governo apresentará um pacote inicial de medidas que engloba a taxação de apostas eletrônicas e de e-commerce que não cumpram as regras da Receita Federal, bem como alterações na subvenção aos estados em relação à cobrança da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Juntas, essas medidas têm potencial de aumentar em R$ 150 bilhões as receitas do governo.
O governo também busca equilibrar as contas públicas por meio do combate aos “jabutis tributários” - benefícios fiscais concedidos a grandes empresas ao longo dos anos. Haddad afirma que essas renúncias fiscais afetam a arrecadação federal em cerca de R$ 500 bilhões.
“O Brasil não cresce há dez anos por conta dessa desorganização das contas públicas. Estamos perdendo arrecadação por causa desses ‘jabutis’”, disse. “Nós queremos recuperar a capacidade de investimento do Estado e queremos que este equilíbrio das contas seja arcado por quem não paga [tributos]”, concluiu o ministro da Fazenda.