Mitos e Verdades
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A reforma tributária é uma proposta do governo Lula para poder aumentar a arrecadação e gastar mais. |
A PEC 45/2019, que promove a reforma tributária, é de iniciativa da Câmara dos Deputados. É uma proposta de Estado, que vem sendo debatida e aperfeiçoada há quatro anos, e que tem como premissa a manutenção da carga tributária total sobre o consumo. O governo Lula apoia essa proposta pois entende que ela é necessária para fazer o Brasil voltar a crescer. |
A reforma vai aumentar a carga tributária. |
O texto aprovado pela Câmara dos Deputados determina que, durante o período de transição, as alíquotas dos novos tributos sejam definidas e revisadas anualmente pelo Senado Federal com vistas a manter a carga tributária total sobre o consumo. |
A reforma tributária vai aumentar o preço da cesta básica. |
A Reforma cria a cesta básica nacional de alimentos, que terá alíquota zero de CBS e IBS. Os itens que comporão esta cesta serão definidos em lei complementar. |
A reforma tributária vai gerar inflação. |
Ao eliminar distorções e possibilitar uma melhor organização da atividade econômica, a reforma reduzirá custos dos empresários e assim permitirá a redução de preços ao consumidor final. |
A reforma tributária vai acabar com os empregos. |
A reforma vai proporcionar um crescimento adicional da economia estimado entre 12% e 20% em 15 anos, e gerar entre 7 e 12 milhões de empregos. |
A reforma vai criar mais impostos. |
A reforma tributária substitui 5 tributos – PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI –, cada qual com múltiplas variações, por um IVA Dual de padrão internacional, composto pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), federal, e pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de estados e municípios. Será criado o Imposto Seletivo, extrafiscal, para desestimular o consumo de bens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. |
O sistema tributário vai ficar mais complexo. |
O sistema tributário vai ficar muito mais simples, porque a reforma diminui a quantidade de tributos e determina que a CBS e o IBS terão regras harmônicas aplicáveis em todo o território nacional. |
A reforma tributária vai beneficiar os mais ricos. |
Muito pelo contrário. A reforma vai beneficiar todos os brasileiros, mas sobretudo os mais pobres, cujo consumo hoje é mais tributado que o dos mais ricos. Além disso, por meio do cashback, a Reforma vai possibilitar a devolução, em dinheiro, de parte do imposto pago pelos cidadãos, beneficiando sobretudo os mais pobres. |
A classe média, mais uma vez, vai pagar o pato. |
A reforma vai beneficiar a todos os brasileiros, inclusive a classe média. De 7 a 12 milhões de empregos serão gerados e o poder de compra da população vai aumentar. Além disso, o novo modelo trará mais transparência, possibilitando o exercício da cidadania fiscal. Os brasileiros finalmente vão saber o quanto pagam de impostos e poderão cobrar de seus governantes a boa aplicação desse dinheiro. |
A reforma tributária vai prejudicar as micro e pequenas empresas enquadradas no Simples Nacional. |
A situação das empresas enquadradas no Simples Nacional ficará melhor! O Simples Nacional será mantido e as empresas enquadradas neste regime, caso lhes seja mais favorável, poderão optar por recolher o IBS e a CBS pelo regime normal de apuração, podendo apropriar e transferir créditos integralmente, e se manter no Simples em relação aos demais tributos. Além disso, a reforma reduz significativamente a necessidade da substituição tributária, que hoje onera as empresas do Simples. |
A reforma vai acabar com a Zona Franca de Manaus. |
O tratamento favorecido à Zona Franca de Manaus será mantido, assegurando os empregos gerados e a preservação da Amazônia. A reforma cria ainda o Fundo de Sustentabilidade e Diversificação Econômica do Estado do Amazonas, financiado pela União, para fomentar o desenvolvimento e a diversificação de suas atividades econômicas. |
A reforma tributária vai prejudicar os estados e os municípios brasileiros. |
A transição de 50 anos na distribuição da receita tributária (imperceptível para a sociedade), aliada ao impacto positivo da reforma sobre a economia, possibilita ganhos para praticamente todos os entes federados. Além disso, durante todo o período, a Reforma prevê um seguro-receita para compensar os entes com maior queda de participação no total da receita. |
O Conselho Federativo do IBS concentrará poderes na União, e os Estados e Municípios ficarão dependendo de mesada do Governo Federal. |
O Conselho Federativo será uma entidade técnica formada pelos Estados e Municípios, sem qualquer participação da União. O Conselho atuará arrecadará o IBS, ressarcirá os créditos devidos aos contribuintes e distribuirá a receita aos Estados e Municípios de forma automática – por meio de algoritmos –, observando estritamente regras estabelecidas em lei. |
A reforma tributária vai prejudicar o setor de serviços. |
Estudos apontam que mesmo num cenário conservador de impacto da reforma tributária sobre a economia e ainda que fosse adotada uma alíquota padrão da CBS e do IBS, sem exceções, o setor de serviços teria um crescimento adicional de 10,1%. As empresas de serviços que prestam serviços a outras empresas (estão no meio da cadeia de produção) serão beneficiadas pela reforma, pois passarão a se creditar dos impostos pagos por seus fornecedores e a transferir integralmente o crédito para os tomadores de seus serviços. As empresas de serviços enquadradas no Simples Nacional continuarão com as mesmas regras e ainda poderão optar por recolher o IBS e a CBS pelo regime normal de apuração, se isso lhes for mais vantojoso. Por fim, o texto aprovado pela Câmara dos Deputados assegura alíquota reduzida, correspondente a 40% da alíquota padrão, a serviços como os de cultura, educação, saúde e transporte coletivo. |
A reforma tributária vai prejudicar o agronegócio. |
Estudos apontam que mesmo num cenário conservador de impacto positivo da reforma sobre a economia e ainda que fosse adotada uma alíquota padrão da CBS e do IBS, sem exceções, o agronegócio teria um crescimento adicional de 10,6%. A reforma tributária vai eliminar os resíduos tributários – impostos invisíveis embutidos no preço dos insumos – que hoje representam cerca de 12% do preço dos produtos agropecuários exportados pelo Brasil. O texto aprovado pela Câmara dos Deputados assegura, nos termos da lei complementar, alíquota reduzida de IBS e CBS, correspondente 40% da alíquota padrão para: alimentos destinados ao consumo humano; insumos agropecuários e aquícolas; e produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura. A Reforma também cria a cesta básica nacional de alimentos, que terá alíquota zero de CBS e IBS. Os itens que comporão esta cesta serão definidos em lei complementar. Além disso, o pequeno produtor rural e o produtor integrado com receita anual inferior a R$ 3,6 milhões poderão optar por não serem contribuintes do IBS e da CBS, caso em que os adquirentes de seus produtos terão direito a crédito presumido. Haverá ainda a manutenção do tratamento favorecido aos biocombustíveis, nos termos da Emenda Constitucional 132/2022, com exclusão da limitação a biocombustíveis destinados ao consumo final. |
A reforma tributária só beneficiará a indústria. |
A reforma tributária beneficiará a todos os setores econômicos e a todas as esferas da federação (União, Estados e Municípios), mas beneficiará principalmente o cidadão brasileiro. O setor industrial apoia a reforma porque é um dos maiores prejudicados pelo sistema tributário atual, em especial pela cobrança dos impostos em cascata ao longo das etapas do processo produtivo (cumulatividade), além de ser mais exposto à concorrência internacional. A Reforma Tributária fará com que os produtos brasileiros voltem a competir em pé de igualdade com os importados, gerando mais empregos e renda para os brasileiros. |
A reforma tributária vai permitir que o IPTU seja reajustado numa canetada, sem depender de lei municipal. |
A reforma exige que lei municipal defina os critérios a serem observados para a atualização períodica do IPTU. |
A reforma tributária vai criar um “IPVA Ecológico”, que será somado ao IPVA já existente. |
A Reforma vai permitir a redução do IPVA para os veículos com baixa emissão de carbono. O Brasil tem uma economia verde com potencial enorme. A redução do IPVA beneficia os veículos com baixa emissão de carbono, contribuindo para a sustentabilidade ambiental de nosso País. |
Não adianta você se esforçar para deixar um patrimônio para seus filhos porque a reforma tributária vai aumentar a tributação sobre as heranças e doações. |
O ITCMD progressivo já é cobrado por 17 estados brasileiros e o STF já reconheceu a constitucionalidade dessa prática há 10 anos. O que a Reforma Tributária faz é incluir essa diretriz expressamente no texto constitucional, proporcionando mais segurança jurídica e maior alinhamento do Brasil com as práticas de outros países. |
A reforma tributária está sendo discutida de forma açodada e precisa ser adiada para que se possa chegar a um consenso. |
Desde 2019, somente no âmbito das PECs 45/2019 e 110/2019, o Congresso Nacional realizou 74 eventos públicos sobre a Reforma Tributária, com 287 debatedores. Todos tiveram oportunidade de expor seus pontos de vista: parlamentares, entes federados, setores econômicos, pesquisadores e organizações da sociedade civil. Entretanto, como se trata de uma matéria complexa e em que há interesses antagônicos, é natural que haja visões divergentes. O Senado Federal certamente aprofundará o debate realizará aperfeiçoamentos no texto aprovado pela Câmara dos Deputados, mas o fato é que a sociedade brasileira já chegou à conclusão de que “do jeito que está, não dá” e de que o Brasil precisa realizar a Reforma Tributária. |