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Fórum em Macau, na China, destaca importância da integração entre esporte e turismo
Brasil e Argentina se encontraram do outro lado do planeta. Definidos pelo Fórum de Economia de Turismo Global (GTEF, na sigla em inglês), realizado em Macau, no Mar do Sul da China, como líderes continentais nas áreas de turismo e esporte, os países sul-americanos tiveram a oportunidade de mostrar ao mundo seus planos de desenvolvimento sustentável. Sob o tema “Turismo e lazer: roteiro para uma vida melhor”, o fórum reuniu 10.700 pessoas de 89 países e regiões administrativas, entre líderes internacionais, especialistas, acadêmicos e empresários. Além de Brasil e Argentina, que foram convidados como nações parceiras, o evento apontou a província de Jiangsu como destaque no mercado de turismo da China.
O governo federal do Brasil foi representado em Macau pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que discursou na cerimônia de abertura, na segunda-feira (14.10), e pelo secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Décio Brasil, que participou nesta terça-feira (15.10) do painel de debates intitulado “As conexões entre aventura, esportes e turismo”. Além de Décio Brasil, o painel teve como debatedores o argentino Andrés Fassi, dirigente de futebol com passagens por clubes como Talleres, Racing, San Lorenzo e Pachuca (México), o espanhol Joan Gaspart, ex-presidente do Barcelona, o neo-zelandês Alan John Hackett, que popularizou a modalidade de esporte radical bungy jumping pelo mundo, e o chinês Shu Li, presidente do Grupo Kaisa de Cultura e Esportes, que organiza eventos em nove cidades da China.
“Após realizar com sucesso grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, o Brasil precisa aproveitar a diversidade de biomas, como país continental que é, e potencializar a integração entre esporte e turismo. Queremos atrair visitantes do mundo inteiro”, afirmou Décio Brasil. O secretário citou Foz do Iguaçu, no Paraná, que oferece, no Parque Nacional das Cataratas do Iguaçu, atividades como rafting e tracking, e Cumbuco, no Ceará, paraíso de modalidades como kitesurfe, como exemplos de cidades vocacionadas para a integração entre esporte e turismo.
Joan Gaspart lembrou a transformação pela qual Barcelona passou depois de sediar os Jogos Olímpicos de 1992. “Unimos esporte, cultura e gastronomia para revolucionar a cidade. Em duas décadas, nos firmamos como destino mundial de turismo”, disse Gaspart. “O futebol do Barcelona seguiu o caminho de evolução e se tornou ícone mundial”, completou o ex-presidente do clube catalão.
Andrés Fassi reforçou o conceito de fortalecimento das cidades por meio do esporte. Além de sublinhar a importância do clube de futebol Talleres para Córdoba, na Argentina, ele citou que a mexicana Pachuca deve muito do seu crescimento à indústria esportiva: “Turismo e esporte somados significam desenvolvimento”.
Shu Li destacou o trabalho de integração entre a realização de eventos esportivos e o incremento do turismo interno e externo: “Trouxemos para a China jogos internacionais de futebol e campeonatos mundiais de várias modalidades. Aprimoramos a infraestrutura e conquistamos um público de turistas e praticantes de esporte entre 5 e 6 milhões de pessoas por ano”, estimou o empresário chinês.
Foto: Rodolfo Vilela/Ministério da Cidadania
Alan John Hackett ressaltou a cidade russa de Sochi como modelo de utilização dos espaços esportivos após a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno, em 2014. “Havia a preocupação de que os locais de competição se tornassem subutilizados, mas o bom trabalho realizado com esportes radicais tornou a cidade um modelo de aproveitamento do legado olímpico”, exemplificou o neo-zelandês.
Décio Brasil apontou as ações que vêm sendo executadas pelo Ministério do Turismo e pela Embratur como fundamentais para construir um ambiente propício à entrada de turistas no Brasil. “A retirada da exigência de vistos para Estados Unidos, Japão, Austrália e Canadá já mostra resultados concretos no aumento do número de estrangeiros no país”, avaliou, referindo-se a dados que revelam cresicmento de 25% no fluxo de turistas internacionais no perído de junho a agosto. Ao discursar na abertura do GTEF, o ministro Marcelo Álvaro Antônio anunciara que China e Índia devem ser os próximos países contemplados com a isenção de vistos.
O secretário especial do Esporte citou ainda eventos como o Pan-Americano Máster, que reunirá mais de 10 mil atletas no ano que vem no Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, como demonstração de que o Brasil deve unir o aproveitamento do legado olímpico à atração de turistas de forma sustentável, garantindo que famílias inteiras visitem o país.
P aulo Rossi – Ministério da Cidadania, de Macau (China)