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Com medalhistas paralímpicos e atletas que disputaram as Paralimpíadas Escolares, Rio de Janeiro recebe o Mundial de Bocha
Maciel Santos, o mais experiente da seleção, vai para o seu sétimo mundial. Foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br
Um esporte exclusivo do programa paralímpico e praticado por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas. Na bocha, é preciso reunir técnica, estratégia, concentração e precisão para que o lançamento das bolas coloridas chegue o mais perto possível da bola branca. Entre os dias 5 e 13 de dezembro, toda a preparação de 11 brasileiros será colocada à prova na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra, durante o mundial da modalidade.
Com a realização desse evento no Brasil, iremos potencializar toda a visibilidade de que o paradesporto necessita” - Agtônio Guedes, secretário nacional de Paradesporto
O palco dos Jogos Rio 2016 vai sediar a disputa entre mais de 170 atletas, de 41 países. Em uma espécie de reedição de 2006, quando o bairro de Copacabana havia recebido o mundial, a cidade carioca ganha agora o status de a única do mundo a realizar a competição mais de uma vez. Além disso, o torneio será o principal do ciclo, já que distribui a maior pontuação para o ranking mundial, uma das portas de classificação para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
Inicialmente previsto para 2020, mas adiado devido à pandemia de covid-19, o mundial é uma realização da Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE) e da World Boccia, com apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e do Ministério da Cidadania. São R$ 199 mil destinados pelo Governo Federal por meio de um Termo de Fomento da Secretaria Nacional de Paradesporto.
“Nós investimos o recurso dentro do eixo de visibilidade do paradesporto. Ou seja, com a realização desse evento no Brasil, iremos potencializar toda a visibilidade de que o paradesporto necessita”, destaca o secretário nacional de Paradesporto, Agtônio Guedes. “Além disso, os atletas brasileiros terão a oportunidade de disputar medalhas dentro do seu próprio país, incentivando atletas que não são do alto rendimento, mas que praticam a bocha e poderão acompanhar o evento internacional de perto”, completa.
O investimento federal atua também em outra frente, por meio do patrocínio direto aos convocados. Dos 11 brasileiros que competirão no Rio de Janeiro, 10 são contemplados atualmente pelo Programa Bolsa Atleta, sendo sete na categoria mais alta, a Pódio. Há ainda um representante na categoria Internacional e dois na Nacional. Antônio Leme foi beneficiado pelo programa em oito oportunidades entre 2010 e 2021. Ao todo, o investimento no grupo soma mais de R$ 5,84 milhões.
Experiência e juventude
Parte dos nomes é de grandes conhecidos do universo paralímpico. Seis dos convocados já conquistaram medalhas nos Jogos. Maciel Santos, o mais experiente do elenco, vai para a sétima participação em mundiais como o número 1 do mundo e com o retrospecto de um ouro em Londres 2012 e um bronze em Tóquio 2020.
“A experiência é um ponto a favor por já conhecer toda a estrutura e o formato do torneio, que é muito maior, mais difícil e mais longo do que as Paralimpíadas. Também ter vivido a Rio 2016 me ajuda muito a administrar a cobrança e a responsabilidade de jogar em casa com a pressão da torcida. Isso não me assusta”, comenta o atleta.
Outro nome de peso é Eliseu dos Santos, dono de cinco medalhas nos Jogos Paralímpicos: bronze no individual e ouro nos pares BC4 em Pequim 2008, bronze no individual e ouro nos pares BC4 em Londres 2012, e prata nos pares BC4 no Rio 2016. José Carlos Chagas de Oliveira foi bronze em Tóquio 2020, enquanto Antônio Leme, Evani Calado e Evelyn Oliveira foram ouro por pares BC3 no Rio 2016.
Já outros quatro brasileiros carregam uma experiência diferente no currículo. Andreza Vitória, Letícia Karoline, Mateus Carvalho e Iuri Tauan participaram das Paralimpíadas Escolares, principal aposta do Governo Federal e do CPB na descoberta de novos talentos do esporte paralímpico.
“A nossa equipe vem se mantendo cada vez mais unida e bastante determinada para juntos podermos trazer a nossa tão sonhada medalha”, conta Andreza Vitória que, aos 21 anos, lidera o ranking feminino na classe BC2. Pela primeira vez no Mundial, ela competirá no individual e também por equipe, ao lado de Iuri e Maciel.
Retrospecto
O Brasil já conquistou 11 medalhas na bocha em Jogos Paralímpicos, sendo duas no Rio 2016, e sete em mundiais (dois ouros, três pratas e dois bronzes). Eliseu Santos é o maior medalhista do país em mundiais, com uma prata e um bronze no individual, além de um ouro e uma prata por pares. Maciel tem um bronze individual e uma prata por equipe.
No entanto, outro brasileiro de grande destaque será o homenageado pelo evento. Dono de cinco medalhas em Jogos Paralímpicos, sendo quatro de ouro, Dirceu Pinto morreu em abril de 2020 em decorrência de problemas cardíacos. O Mundial ganhou uma mascote com o nome de “Dibo”, uma contração entre “Dirceu” e “Bocha”.
A competição contará com 12 quadras, com jogos simultâneos, sendo quatro com transmissão ao vivo pelo Youtube da ANDE . O Mundial do Rio de Janeiro será ainda o primeiro com disputas separadas entre homens e mulheres.
Assessoria de Comunicação – Ministério da Cidadania, com informações da ANDE