Atletas das Paralimpíadas Escolares vão reforçar torcida pela seleção na estreia da Copa

As Paralimpíadas Escolares de 2022 terão uma pausa estratégica na tarde desta quinta-feira, 24.11. A competição que reúne a inédita marca de 1,3 mil atletas de 26 Unidades Federativas em São Paulo vai ficar em suspenso para que todas as delegações tenham a chance de acompanhar a estreia da Seleção Brasileira de futebol na Copa do Mundo do Qatar. O confronto diante da Sérvia, pelo Grupo G do Mundial, será a partir das 16h.

O local de encontro montado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é a área de convivência de atletas, um espaço que no cotidiano do CT é ocupado pelos treinamentos da bocha. Ali, um telão foi instalado, com bancos, opções de jogos eletrônicos e atividades lúdicas, como pebolim e fliperama. Tudo voltado para socialização dos meninos e meninas que competem em 14 modalidades. O evento é considerado o principal do paradesporto escolar do mundo para a faixa etária entre 11 e 17 anos.

De saída para o hotel após o dia longo de competições, a delegação de bocha do Pará já fazia planos para o evento especial. Prevenidos, eles trouxeram na bagagem para a capital paulista bandeiras do Brasil e camisas da seleção. Mikael Rebouças, de 11 anos, é um deles. Com um ano de treinamento, ele estreou na fase nacional dos jogos após conquistar a vaga na etapa regional de Brasília.

O jovem paraense aposta em vitória brasileira por 2 x 0 no duelo desta quinta. E, se dependesse dele a escalação, os gols seriam de Vinícius Jr e de Pedro. A camisa que ele vai usar para torcer, contudo, tem outro nome nas costas. “Tenho uma camisa com o nome do Neymar”, avisou, confiante e feliz por haver um momento em que todas as delegações serão uma torcida só. “Vai ser muito legal”, projeta.  

Colega de Mikael, Raylan Vitório repete o placar do conterrâneo, mas avisa que o atacante do PSG será um dos goleadores.  “Gosto de todos na verdade, mas o Neymar vai marcar”, disse o atleta de 12 anos. Ao lado deles, Luana Espírito Santo preferiu um placar que soma o dos colegas e estabelece uma goleada: “Vai ser 4 x 0”, sentenciou.

Celeiro

Nesta quarta, a infraestrutura do Centro de Treinamento Paralímpico já foi ocupada pelas disputas de atletismo, badminton, basquete em cadeira de rodas (3 x 3), bocha, futebol de cegos, futebol PC, halterofilismo, goalball, judô, natação, taekwondo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado. As competições são conhecidas por revelar talentos para o alto rendimento nacional. 

“As Paralimpíadas Escolares são um celeiro de revelar atletas. Grandes nomes já foram descobertos aqui. Eu posso citar por exemplo o nome do paraibano Petrúcio Ferreira. Ele começou nas escolares e hoje é o atleta mais rápido do mundo, dono de duas medalhas de ouro paralímpicas. Quanto mais aumentamos essa base de atletas, mais atletas vão surgir e vão representar o Brasil”, afirma o vice-presidente do CPB, Yohansson Nascimento.

Incentivo à permanência

O Ministério da Cidadania está presente em três vertentes do evento. Os medalhistas se tornam elegíveis ao Bolsa Atleta, programa da Secretaria Especial do Esporte voltado para o alto rendimento. Além disso, para os meninos e meninas que vêm de famílias em condição de vulnerabilidade que recebem o Auxílio Brasil, estar na fase nacional das Paralimpíadas Escolares já garante a eles o acesso ao Auxílio Esporte Escolar.

Um dos benefícios complementares do programa permanente de transferência de renda do Governo Federal, o Auxílio Esporte Escolar garante 12 parcelas de R$ 100 para o atleta e uma parcela de R$ 1.000 para a família. O pagamento é voltado para estudantes que se destacam em competições oficiais do Sistema dos Jogos Escolares Brasileiros.

Uma outra face de investimento é um Termo de Fomento estabelecido entre a Secretaria Nacional de Paradesporto e o o CPB, no valor de R$ 1,7 milhão, que garantiu a hospedagem em acomodações acessíveis para 1.704 participantes do evento, entre estudantes-atletas e oficiais de delegação.

Assessoria de Comunicação – Ministério da Cidadania