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Pan Santiago 2023
Medalhistas de prata no skate park acreditam no impulso das políticas públicas voltadas para a modalidade
Bolsista na categoria Pódio, Augusto Akio ficou com a prata no Pan. Foto: Gaspar Nóbrega/COB
Cair, levantar, insistir e superar. A regra de ouro do skate - que serve de analogia para a vida - embalou a alegria da torcida verde e amarela que marcou presença na Esplanada de Esportes Urbanos de Santiago 2023 para presenciar a conquista de duas medalhas de prata neste domingo, com Raicca Ventura pela manhã e Augusto Akio em final realizada à tarde.
Ambos skatistas são beneficiários do Programa Bolsa Atleta na categoria Pódio e falaram da importância das políticas públicas voltadas para a modalidade.
Raicca Ventura exaltou a visibilidade cada vez maior do skate e dos atletas em competições importantes que impulsionam o interesse pelo esporte, especialmente das meninas. Fato que acaba estimulando a demanda pela criação de locais adequados para o skate.
"Tem crescido demais, eu tô vendo cada vez mais meninas andando e não é andando pouco, estão andando bem. Quando era pequena não tinha muita. E eu fico muito feliz de ver isso: o skate feminino cada vez evoluindo mais", afirmou Raicca.
A história da medalha de prata de Raicca Ventura foi escrita com a essência da modalidade. Depois de cair antes de completar as suas duas primeiras voltas, a skatista de 16 anos, natural de São José dos Campos/SP, precisava levantar e fazer uma volta perfeita para subir da quarta colocação para ocupar algum lugar do pódio.
"Eu estava um pouco nervosa por ter só uma chance. Pensei "nossa, e agora?" E foi muito importante a vibe da nossa torcida, era a maior, e eu conseguia ouvir até no meio da minha volta. Essa vibração deixa todos os skatistas felizes", explicou Raicca, que recebeu 82.54 após uma terceira volta perfeita, conquistando a prata.
Com muita consistência na pista, a canadense Fay Ebert - que compete com uma pena de seu pato de estimação Richard presa ao capacete, como um amuleto - ganhou o ouro com 84.66 pontos. Ava Wettstein, dos Estados Unidos, chegou aos 79.95 e ficou com o bronze.
À tarde, foi a vez do brasileiro Augusto Akio, de 22 anos, matar a sede de medalhas da torcida brasileira presente. Após cair na primeira volta e, na segunda, conseguir a pontuação que garantia o segundo lugar, foi para a última volta arriscando tudo para ultrapassar Taylor Nye, dos Estados Unidos, que liderava com 86.68 pontos, mas não conseguiu encaixar a última manobra e caiu ficando com a prata. Yanci Pineiro, de Porto Rico, ficou com o bronze.
"Eu gostaria muito de ter acertado a última manobra, mas estou bem contente com o que fiz. O skate é muito mais do que as três voltas valendo de uma prova, ou os 45 segundos em cada uma delas", explicou Akio, colocando o reconhecimento que o Pan proporciona à modalidade acima do seu desempenho pessoal. "É essencial que a gente esteja em um evento como este que dá reconhecimento ao esporte que foi por muito tempo marginalizado", definiu.
De atleta de um esporte antes discriminado para motivo de orgulho nacional, Akio falou sobre a política pública do Bolsa Atleta e como o benefício auxilia os esportistas na prática.
"É importantíssimo para que os atletas sintam-se seguros, com estabilidade para treinar, se planejar, sabendo que poderão viajar pra competições importantes sem se endividar e ficar em situação difícil caso não conquistem nada na viagem e ainda ficar sem dinheiro para a próxima competição", reiterou.
Cinco medalhas no total
O skate brasileiro se despede do Pan com nada menos que 5 medalhas! Foram dois ouros e três pratas em quatro provas na estreia da modalidade em Jogos Pan-Americanos. Além das pratas de Raicca Ventura e Augusto Akio, no sábado (21) Rayssa Leal e Lucas Rabelo foram ouro no skate street no feminino e masculino, respectivamente. No feminino, teve dobradinha brasileira, já que Pâmela Rosa ficou com a prata.
Skate para todas e todos
Além do apoio aos atletas de alto rendimento da modalidade pelo Bolsa Atleta, o Ministério do Esporte atua pra democratizar o acesso recreativo da prática do skate com o Programa Skate por Lazer, a partir da construção de pistas, equipamentos e apoio técnico para municípios de todo o Brasil, tendo como um dos critérios de aprovação o aumento da participação das mulheres.
Além do programa nacional, o Ministério do Esporte, em parceria com a Federação de Skate do Distrito Federal, está implementando o programa piloto Skate Para Elas, que pretende fomentar a prática recreativa da modalidade para crianças (acima dos seis anos), jovens e adultas.
Ministério do Esporte