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Governo do Paraná solicita ao Ibama a Licença Prévia Ambiental da Nova Ferroeste
Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário oficializa o protocolo do Estudo de Impacto Ambiental e dá entrada no pedido de Licença Prévia. A Nova Ferroeste vai ligar o Mato Grosso do Sul e o Litoral do Paraná por trilhos.
Publicado em
25/11/2021 12h12
Atualizado em
07/02/2022 08h41
- Foto: Portal do Governo de MS
A Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado do Paraná protocolou no Ibama, nesta terça-feira (23/11), o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da Nova Ferroeste. Essa é uma das etapas do pedido de Licença Prévia do empreendimento qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos do Ministério da Economia (SEPPI), pelo Decreto nº 10.487, de 15/09/2020.
Para registrar o momento histórico de pleno avanço do projeto, os governadores de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, e do Paraná, Ratinho Junior, estiveram presentes na Sede do Ibama em Brasília para a entrega dos documentos ao Presidente do Instituto, Eduardo Bim.
A Secretária de Apoio ao Licenciamento Ambiental do PPI, Rose Hofmann, que acompanha o projeto desde a sua qualificação no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), ressalta a qualidade do projeto e dos estudos apresentados: “um projeto maduro e arrojado, que internaliza as melhores práticas em estruturação de projetos resilientes e sustentáveis”, considerou Hofmann.
ESTUDO – O estudo foi conduzido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), contratada pelo governo estadual para executar as atividades. O licenciamento ambiental envolve órgãos federais como Ibama, Funai, Incra, Iphan e estaduais, como Instituto Água e Terra (IAT).
Uma equipe de 150 profissionais percorreu quase 1.280 quilômetros para levantar informações sobre a flora, os meios físicos e geológicos, e avaliar a qualidade da água nas bacias hidrográficas e do ar ao longo do traçado. Dados referentes a ruído, formação das cavernas, bem como a vida existente nestes lugares, foram catalogados.
As condições sociais de boa parte das cidades impactadas pelos futuros trilhos também estão no estudo, assim como uma análise da comunidade quilombola em Guaíra (Oeste) e da Terra Indígena Rio das Cobras em Nova Laranjeiras (Centro-Sul).
“A extensão do empreendimento foi um grande desafio para as equipes, porque tivemos que estudar uma quantidade de ambientes muito diversos tanto no Paraná, quanto no Mato Grosso do Sul. Tivemos desde a Serra do Mar, a planície litorânea e até um pedacinho de cerrado”, afirmou o coordenador geral do EIA/RIMA, Daniel Macedo Neto.
Durante o estudo de fauna, os biólogos percorreram oito pontos do traçado onde há a maior cobertura verde. Nas quatro estações eles registraram e capturaram animais de inúmeras espécies, inclusive com o registro histórico de uma anta. Todos esses dados estão contidos no EIA. “A Serra do Mar se destacou nesse processo por ter uma cobertura vegetal muito bem conservada. As informações de cada uma das regiões vão ajudar a definir as medidas para evitar, mitigar ou compensar o impacto ambiental da construção dos trilhos”, explicou Neto.
SUSTENTABILIDADE – O Governo do Estado pretende promover o desenvolvimento sustentável, segundo Luiz Henrique Fagundes. "Por isso esse estudo é tão importante, para orientar diversas ações sociais e ambientais. Hoje iniciamos oficialmente o Licenciamento Ambiental da Nova Ferroeste. A meta é levar o projeto para o leilão com essa licença prévia já aprovada, dessa maneira conseguiremos atrair mais investidores porque isso agrega segurança jurídica para o empreendimento”, afirmou o coordenador do Plano Estadual Ferroviário.
PRÓXIMOS PASSOS- O Ibama fará uma pré-análise do estudo e deve abrir o prazo oficial para a chamada das audiências públicas que devem acontecer no início do próximo ano. Elas serão distribuídas ao longo do traçado para que a população possa participar, receber esclarecimentos sobre o empreendimento, tirar dúvidas, fazer críticas e trazer contribuições. Outra etapa será a vistoria, na qual técnicos do Ibama vão a campo em locais estratégicos para fazer a avaliação e finalizar a análise antes de publicar o parecer final.
NOVA FERROESTE- A Nova Ferroeste vai ligar o Mato Grosso do Sul e o Litoral do Paraná por trilhos. A estrada de ferro vai ter 1.304 quilômetros de extensão, saindo de Maracaju (MS) com destino a Paranaguá. Um ramal entre Foz do Iguaçu e Cascavel vai facilitar o escoamento de produtos vindos do Paraguai e da Argentina. “Para nos conectarmos com os outros países precisamos primeiro conectar o Paraná de ponta a ponta”, disse Sandro Alex.
A partir da conclusão do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica, Ambiental e Jurídica (EVTEA-J) e do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) serão programadas as audiências públicas e a data do leilão, previsto para o segundo trimestre de 2022. A empresa ou consórcio vencedor vai executar a construção da Nova Ferroeste e explorar o trecho por 70 anos. O valor do investimento é de R$ 29,4 bilhões.
*Com informações da Agência de Notícias do Paraná