Notícias
COMÉRCIO EXTERIOR
Relação entre Brasil e China provou ter resiliência na pandemia, afirma João Rossi
Representantes dos governos do Brasil e da China participaram, na manhã desta terça-feira (16/11), da 8ª Reunião da Subcomissão Econômico-Comercial da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). O secretário especial adjunto de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, João Rossi, e o secretário de Assuntos Econômicos e de Comércio Exterior do Ministério das Relações Exteriores, Sarquis J. Sarquis, se reuniram com o vice-ministro do Comércio da China, Wang Shouwen, para passar em revista o relacionamento comercial bilateral.
Durante o encontro virtual, Rossi fez uma avaliação das relações econômicas e comerciais bilaterais entre os dois países, destacando que a China é um dos principais parceiros comerciais do Brasil e que essa relação bilateral provou sua resiliência durante a pandemia. “O comércio bilateral não apenas resistiu a impactos mais severos, mas se fortaleceu rapidamente, com a retomada do fluxo comercial de antes da pandemia de Covid-19”, observou. Dados do Ministério da Economia (ME) mostram que a corrente de comércio bilateral em 2020 registrou crescimento de 3% em relação a 2019, com valor global de US$ 102,5 bilhões.
Rossi também destacou que o fluxo bilateral já alcançou mais de US$ 115 bilhões entre janeiro e outubro deste ano – superando o total de comércio de bens de 2020. O estoque de investimentos chineses no Brasil já superou os US$ 28 bilhões, e deve aumentar ainda mais, por conta da participação da China nos leilões e concorrências em infraestrutura e energia, principalmente.
Agenda de sustentabilidade
O secretário Rossi também propôs a ampliação da pauta da Subcomissão com a incorporação da agenda de sustentabilidade, especialmente o desenvolvimento verde. Nesse ponto, indicou que as complementaridades entre as duas economias permitem incrementar comércio e investimentos nas áreas de energias renováveis, agricultura sustentável e mercado de carbono.
Ainda sobre esse assunto, ele também falou que o governo brasileiro, em particular o Ministério da Economia, tem implementado uma ampla agenda em torno do tema. “Para nós, este tipo de iniciativas relacionadas à sustentabilidade é de grande importância, principalmente com foco na atração de investimentos sustentáveis e qualificados. Por isso, temos trabalhado com uma série de ações para implementar uma agenda de sustentabilidade, buscando alinhar nossas políticas públicas às inovações tecnológicas”, informou.
O secretário destacou, ainda, os investimentos em infraestrutura, citando que o governo brasileiro concluiu, desde seu início, 119 projetos no âmbito do Programa de Parceria para Investimentos (PPI), incluindo liquidações de empresas estatais, concessões e estruturação de parcerias público-privadas, além de apoiar o licenciamento ambiental de ativos estratégicos.
De acordo com ele, os projetos concluídos resultaram em US$ 26,5 bilhões em concessões e vão mobilizar investimentos de US$ 121 bilhões ao longo da execução dos contratos. “O dinamismo das ações do PPI é evidente e os resultados obtidos refletem o foco do governo na modernização das estruturas e na mudança positiva do cenário econômico”, afirmou Rossi.
A pauta da reunião incluiu também outros temas importantes da relação bilateral como cooperação em defesa comercial, subsídios agrícolas e industriais, certificação de aeronaves, diálogo entre as autoridades aduaneiras e cooperação em mecanismos como G-20 (grupo das 19 maiores economias do mundo e União Europeia) e Brics (grupo dos cinco grandes países emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), entre outros.
Sobre a Cosban
A Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) é um dos mais abrangentes mecanismos de coordenação bilaterais do Brasil. Foi criada em maio de 2004 e é chefiada pelos vice-presidentes de cada país.
A reunião plenária do mecanismo, com a presença dos vice-presidentes e dos principais ministros de cada país, vai ocorrer no primeiro semestre de 2022. Já se reuniu cinco vezes: em 2006 (Pequim), 2012 (Brasília), 2013 (Cantão), 2015 (Brasília) e 2019 (Pequim). A Comissão é, igualmente, o principal órgão decisório do Plano de Ação Conjunta Brasil-China 2015- 2021 (PAC) e do Plano Decenal de Cooperação 2012-2021 (PDC).
A Cosban está dividida em 12 Subcomissões temáticas, de responsabilidade de diversos ministérios do governo brasileiro: Política; Econômico-Comercial; Econômico-Financeira; Inspeção e Quarentena; Ciência, Tecnologia e Inovação; Cooperação Espacial; Indústria e Tecnologia da Informação; Energia e Mineração; Agricultura; Cultura; Educação; e Saúde.