Notícias
CENÁRIO
Paulo Guedes fala sobre corte de gastos públicos e avanços da economia
O ministro da Economia, Paulo Guedes, apontou nesta quinta-feira (27/10), em São Paulo (SP), o corte dos gastos, com aumento da produtividade do serviço público federal, e os avanços da economia brasileira. Durante palestra com o tema "As perspectivas da nossa economia diante da conjuntura mundial", promovida pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), ele afirmou que o país pode manter o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e assumir posição de destaque na economia global.
Guedes explicou que o Brasil teve sucesso no controle das despesas com a Previdência Social – graças à reforma aprovada no Congresso – e com os juros da dívida. Mesmo atravessando a pandemia da Covid-19 e em meio à guerra na Ucrânia, o país conseguiu economizar R$ 80 bilhões de pagamentos de juros da dívida no primeiro ano, R$ 120 bilhões no segundo e mais R$ 100 bilhões no terceiro. No quarto ano, segundo Paulo Guedes, essa economia não foi possível devido ao combate à inflação, que é um problema no mundo todo.
Também houve controle das despesas em pagamento ao funcionalismo, que representavam 4,3% do PIB nacional e caíram para 3,5%, com a aposentadoria de 40 mil servidores. Ao mesmo tempo, ocorreu “um choque de digitalização” na Administração Pública, que levou o Brasil ao primeiro lugar no ranking dos governos mais digitais das Américas – à frente dos Estados Unidos e do Canadá – e, agora, do sétimo para o segundo lugar no ranking global, de acordo com estudo em andamento no Banco Mundial, conforme informações preliminares recebidas pelo ministro.
Ele frisou que o governo está gastando menos com o funcionalismo, mas conseguiu aumentar a produtividade no setor público. Para a população, isso significa mais facilidade de acesso à Carteira de Trabalho e aos valores do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ou para renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e até mesmo efetuar a prova de vida do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pela internet, entre outros benefícios.
Ondas de investimentos
Na opinião do ministro, o PIB do país pode seguir crescendo até 4% ao ano, por 10 anos seguidos, com a manutenção na mudança no eixo dos investimentos, de públicos para privados. Citando as reformas e privatizações na Câmara e no Senado, ele informou aos comerciantes paulistas que o Brasil já tem R$ 178 bilhões em bônus de assinatura, instrumento que serve como garantia de que serão realizados até R$ 908 bilhões em investimentos na próxima década.
Guedes pontuou que a segunda onda de investimentos virá da reconfiguração das cadeias produtivas globais, causada pela guerra na Ucrânia. Esse cenário colocou o Brasil em posição privilegiada como fonte de segurança energética e alimentar para o mundo, beneficiado também pela proximidade logística e pela boa relação com os Estados Unidos e as grandes economias da Europa. Nesse sentido, um dos destaques é a possibilidade de se obter energia eólica mais barata no Brasil, que vem atraindo grandes empresas europeias e viabilizará a produção de hidrogênio verde, liquefeito, que poderá ser vendido para a Europa.
Com a inflação caindo e a redução dos juros, medidas aliadas a essa segunda onda de investimentos e ao aumento do consumo das famílias mais pobres – assegurado por programas sociais como o Auxílio Brasil –, a expectativa do ministro é de continuidade do crescimento da economia brasileira, contrariando mais uma vez as previsões de economistas e organismos internacionais. Paulo Guedes defendeu, porém, que é preciso aprovar com urgência a reforma tributária, hoje parada no Senado Federal.
Veja a íntegra da palestra na Associação Comercial de São Paulo: