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Guedes defende instituições multilaterais para gerar benefícios globais
Os desafios da economia global do presente e do futuro, a divisão de trabalho entre as instituições responsáveis por solucioná-los e a capacidade de o Brasil contribuir nesse processo foram o ponto central do discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, na plenária do último dia das Reuniões Anuais do Fundo Monetário Internacional e dos Conselhos de Governadores do Grupo Banco Mundial (IMF World Bank Annual Meetings), nesta sexta-feira (14/10), em Washington. A declaração pública do ministro destacou, entre outros fatores, segurança alimentar e energética, inflação e proteção aos vulneráveis.
Segundo Guedes, para reduzir os problemas, “as Nações Unidas têm de produzir a paz”, com o Banco Mundial fornecendo ajuda imediata aos mais vulneráveis, e o ajuste fiscal e monetário como mandato central do Fundo Monetário Internacional (FMI). “É a hora de as instituições multilaterais internacionais mostrarem para que elas existem”, afirmou, mencionando também a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Paulo Guedes também apresentou dados relacionados à queda da inflação e às revisões dos analistas sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil.
Colômbia e Chile
Durante a manhã, Paulo Guedes se reuniu com o ministro da Fazenda da Colômbia, José Antonio Ocampo, quando conversaram sobre as regras para eleição do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e sobre transferência de tecnologia.
Em relação ao primeiro assunto , o ministro reiterou a posição do Brasil em defesa da alternância no poder, com mandatos de cinco anos para a presidência do banco, sem reeleição. Já sobre o pedido de ajuda da Colômbia, acerca das transferências digitais, afirmou ser consequência dos avanços do Pix no Brasil.
Na sequência, Paulo Guedes participou de agenda bilateral com o ministro da Fazenda do Chile, Mario Marcel Cullel.
Guedes se reuniu ainda com representantes do Itaú Unibanco; e com o CEO da Eurasaia Group, Maziar Minovi, finalizando sua agenda no evento anual do FMI.
Declaração
Nesta quinta-feira (13/10), o FMI divulgou um comunicado do grupo de países liderado pelo Brasil no âmbito do 106ª Reunião do Comitê de Desenvolvimento. O material aponta que a guerra na Ucrânia desencadeou um desastre humanitário, exacerbando os desafios para o desenvolvimento em todo o mundo, que ainda se recupera da pandemia. “O Brasil vive uma recuperação econômica sólida, principalmente devido às políticas de consolidação fiscal e ambiente favorável aos negócios e das reformas que ocorreram nos últimos anos”, cita a declaração.
A mensagem pontua que o Brasil tem quase US$ 200 bilhões em compromissos de investimentos em infraestrutura contratados para os próximos 10 anos, com recursos da iniciativa privada, e que esse estoque de projetos assegura o crescimento sustentado. Também cita a importância do Brasil para aliviar a crise alimentar devido à capacidade de produção sustentável de alimentos em escala. O documento foi apresentado em nome do Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago.