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Brasil cita necessidade de ações efetivas para garantir segurança alimentar e energética global
A insegurança alimentar e energética é o principal problema mundial da atualidade e, diante desse cenário, as lideranças dos mais diversos países e organizações precisam assumir suas responsabilidades na elaboração de soluções para esses desafios. A mensagem foi dada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta sexta-feira (14/10), ao discursar na reunião plenária de encerramento do evento anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, Estados Unidos. “Enfrentamos tempos difíceis pela frente, mas podemos gerenciá-los. É em tempos turbulentos que a verdadeira liderança aparece. Devemos estar à altura da ocasião”, afirmou.
“É hora de as instituições multilaterais internacionais mostrarem para que existem. Devemos fornecer liderança. Bancos centrais devem combater a inflação”, disse. Ele ressaltou que o Brasil cumpriu seu dever, ao agir rapidamente no combate aos impactos da pandemia da Covid-19 e acentuados pela guerra na Ucrânia, realizando ajustes monetários e fiscais necessários nos momentos adequados, sem postergar decisões.
Guedes apresentou dados que comprovam a estratégia brasileira para uma recuperação sustentada da economia. “A inflação brasileira caiu de 12,5% para 5,5%. E vocês estão revisando nossas expectativas de crescimento. No início do ano, o FMI e muitos players falaram sobre a recessão no Brasil. E, em seguida, 1%, para cima. Alta de 2,8% é a última estimativa do FMI. E sabemos que vamos crescer 3%, porque estamos fazendo o que tem de ser feito”, afirmou o ministro. “Cada um de nós tem um papel. Devemos agir juntos, mas cada um na sua função”, completou.
A Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Banco Mundial (Bird) ocupam posições ímpares na elaboração das estratégias para a recuperação da economia mundial, apontou. Entre os desafios citados pelo ministro estão o fortalecimento de mercados livres – especialmente para alimentos, fertilizantes e grãos –, construção de soluções para a infraestrutura e elaboração de políticas para a solidificação de um futuro sustentável, verde e digital. “Devemos reforçar o papel da OMC e de seu comitê de resolução de problemas”, enfatizou.
“O FMI deve ser reforçado porque há um grande problema pela frente”, declarou Guedes, em referência ao processo de aperto monetário e fiscal global. “O Banco Mundial fornece ajuda agora aos mais vulneráveis”, completou, a falar sobre segurança alimentar.
Ao final do dia, Guedes, concedeu entrevista coletiva à imprensa. “A paz é a mais efetiva medida para assegurar a segurança alimentar e energética”, disse Guedes aos jornalistas. Ele reforçou a importância do fortalecimento das lideranças, principalmente nos organismos multilaterais, para ajudar o mundo a enfrentar um horizonte de crise que, segundo o ministro, deve durar mais alguns anos.