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DESESTATIZAÇÃO
Leilão garante ao Parque Nacional do Iguaçu mais de R$ 4 bilhões em investimentos
O Consórcio Novo PNI, formado pelo Grupo Cataratas do Iguaçu e a Construcap, que ofertou lance de R$ 375 milhões, representando ágio de 349,45%, foi o vencedor do leilão de concessão do Parque Nacional do Iguaçu, localizado em Foz do Iguaçu (PR), qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) por meio do Decreto n° 10.147. O leilão foi realizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Foi um dos maiores leilões já realizados no setor, por se tratar de local com infraestrutura consolidada que recebe, em média, mais de 2 milhões de turistas por ano. Para garantir a preservação ambiental, o projeto de concessão prevê investimentos de mais de R$ 500 milhões em novas infraestruturas e outros R$ 3 bilhões na operação do parque durante o período, previsto para 30 anos. A nova concessão tem o potencial de triplicar o número de visitantes do parque, com expansão da área concessionada e a realização de investimentos capazes de aumentar a atratividade da visitação.
O Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, destacou como o novo modelo de concessão deve transformar a proteção dos parques e o turismo em atividade econômica com geração de empregos verdes e renda para a população local. Segundo o ministro, a nova concessão vai ampliar áreas de visitação, com três novos polos, o que significa desenvolvimento para mais 13 municípios paranaenses que também integram o Parque do Iguaçu. “Este governo entende que o parque tem que ser protegido pelo ICMBio, mas gerido para receber os visitantes pelas concessões e pelo privado, que é parte integrante da atividade econômica, especialmente onde há possibilidade de visitação”, afirmou Leite.
A Secretária Especial do PPI, Martha Seillier, lembrou as melhorias previstas em edital e que devem transformar o parque em um modelo para outras unidades no Brasil e no mundo. “Nós temos três novos polos que serão desenvolvidos por meio de novas trilhas, teleférico, um trem para transportar passageiros, além de diversas atividades que serão exploradas nesse parque, gerando emprego, renda e conscientização ambiental. A concessionária deverá cumprir as obrigações em relação ao monitoramento, com brigada de incêndio e capacitação para fomentar o uso sustentável dos recursos naturais”, explicou Seillier.
O Presidente do ICMBio, Marcos Simanovic, reforçou a importância da nova concessão, que prevê investimentos em infraestrutura e proteção do Parque Nacional do Iguaçu. “É um edital que considerou as inovações tecnológicas e os elementos de sustentabilidade na previsão de seus investimentos. Algo que permita a sensação, tanto das pessoas da região quanto dos turistas do Brasil e do mundo, de que estão colaborando efetivamente para a proteção ambiental”, pontuou Simanovic.
Para o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, o leilão marca um novo modelo econômico na concessão de parques, promovendo conservação ambiental e melhor alocação dos recursos. “Este setor promove como nenhum outro de forma conjunta: a conservação ambiental; o desenvolvimento econômico e regional; a conscientização e educação ambiental. Estimamos que 1 milhão de empregos poderão ser criados em todo Brasil a partir dessa atividade”, considerou Montezano.
Aumento da visitação
O Parque Nacional do Iguaçu, localizado próximo às fronteiras do Brasil com a Argentina e o Paraguai, é conhecido, principalmente, pelo Polo Cataratas, que inclui as famosas Cataratas do Iguaçu, Patrimônio Natural da Humanidade. No entanto, a Unidade de Conservação guarda outros locais igualmente belos, como os polos Rio Azul e Ilhas do Iguaçu e Gonçalves Dias, atualmente pouco conhecidos dos turistas. Em 2019, o Polo Cataratas recebeu 2.020.358 visitantes, contra 11.520 turistas nos demais polos.
A nova concessão tem, dentre outros, o objetivo de requalificar o Polo Cataratas, além de criar infraestrutura para a visitação dos novos pontos no Parque Nacional do Iguaçu, favorecendo o aumento da visitação, além de uma diversificação da experiência do turista.