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Indústria da construção é essencial no novo ciclo de crescimento, aponta ministro da Economia
A indústria da construção ajudou o Brasil a enfrentar os impactos da crise gerada pela pandemia da Covid-19 e será essencial na aceleração do processo de crescimento do país, que já está acontecendo, apontou o ministro da Economia, Paulo Guedes, na manhã desta quinta-feira (24/3). “Estamos no início de um longo
boom
de crescimento, onde o setor de construção tem papel-chave, não só na criação de emprego, mas principalmente do ponto de vista social, no sonho da casa própria de toda a população brasileira”, afirmou o ministro ao participar do evento Summit Abrainc 2022, em São Paulo. A atividade foi promovida pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
Guedes destacou que o mercado imobiliário foi importante motor que ajudou o Brasil a superar os impactos provocados pela pandemia, ao manter empregos e acelerar o nível de atividade. Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil cresceu 9,7% , segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em expansão impulsionada pelo aumento da ocupação no setor.
“O setor imobiliário foi um dos maiores criadores de empregos durante a crise; nos ajudou a sair do abismo”, declarou o ministro, ao lembrar que, após superada a fase mais crítica da pandemia, o país gerou três milhões de novos postos de trabalho formais (além de outra parcela de nove milhões de oportunidades no mercado informal). “O Brasil está pronto para avançar”, reforçou.
O Summit Abrainc 2022 reuniu CEOs de incorporadoras, construtoras, líderes setoriais e políticos, analistas financeiros, economistas e formadores de opinião. O ministro Paulo Guedes participou do painel “Brasil, um futuro promissor”.
Investimentos privados
Paulo Guedes enfatizou que a participação do setor imobiliário é importante no novo modelo de crescimento do país, baseado em investimentos privados. “O fato é que o Brasil, uma das economias mais dinâmicas do mundo, vinha se desacelerando ao longo de décadas. Houve clara exaustão do modelo dirigista, intervencionista. O Brasil ficou prisioneiro da capacidade de investimento de empresas estatais”, pontuou. No antigo modelo, o Brasil enfrentou problemas como a explosão da inflação, dos juros e do endividamento.
Segundo o ministro, o atual governo enfrentou os desafios para fortalecer a economia nacional ao exercer forte responsabilidade sobre as contas públicas e promover reformas pró-mercado. “Desde 2013 o Brasil não tinha superávit”, ressaltou. Em 2021, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 64,727 bilhões.
Guedes lembrou que em nenhum momento o governo interrompeu as reformas estruturais, mesmo durante os momentos mais críticos da pandemia. Citou ações como a Reforma da Previdência, a aprovação dos novos marcos regulatórios e da autonomia do Banco Central. De acordo com ele, a estratégia para estimular o crescimento foi eficaz, tanto que o país retomou o crescimento e registra alta da arrecadação federal. “Estamos transformando esse aumento da arrecadação em redução de impostos”, afirmou. Recentemente, foi anunciada a diminuição do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações cambiais. “Foi a sétima redução de impostos neste governo”, salientou. O ministro adiantou, ainda, que será divulgado em breve novo corte nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Bússola
“Sempre mantivemos a bússola nas mãos, não perdemos a direção em meio ao caos”, declarou o ministro, ao destacar o cuidado constante da equipe econômica na condução das políticas monetária e fiscal, sempre com absoluto rigor fiscal. Ao reforçar a importância do setor privado no novo modelo de desenvolvimento, Guedes advertiu que o país conta com uma carteira de R$ 828 bilhões em investimentos já contratados para os próximos anos. “Vamos continuar fechando contratos. Estimamos mais R$ 300 bilhões este ano. Então vamos ter R$ 1,1 trilhão de contratos assinados, compromissos de investimentos”, esclareceu. O ministro alertou que tamanha carteira de projetos já garantidos descarta as previsões pessimistas sobre a capacidade de crescimento futuro do país.
A agenda de redução do peso do Estado sobre a economia está mantida, assegurou o ministro. “As privatizações seguem. Vamos ter, ainda este ano, Eletrobras, Correios, porto de Santos, porto de Vitória. Tivemos, esta semana, [ o leilão de concessão ] do Parque Nacional do Iguaçu. Ou seja, florestas e parques preservados pelo investimento privado”, apontou Guedes, ao reafirmar que o Brasil é uma potência verde e digital, com destaque no cenário internacional. “Não se intimidem com o futuro. O Brasil tem liderança, tem governança. O Brasil é uma democracia sólida”, reforçou o ministro.
“Estamos prontos para puxar a economia brasileira, gerando mais empregos, mais tributos”, disse o presidente da Abrainc, Luiz França. Segundo ele, até 2019 o déficit habitacional estava em 7,9 milhões de residências. Entre 2020 e 2030, serão necessários 11,9 milhões de casas para cobrir a demanda das famílias brasileiras, de acordo com a Associação. “Não é à toa que os investidores estrangeiros estão investindo nas empresas de capital aberto do segmento de incorporação. Todo mundo sabe o que representa esse número a ser construído no Brasil, ainda”, completou França.