Notícias
RETOMADA ECONÔMICA
Bases sólidas asseguraram o crescimento sustentado do PIB, aponta SPE
Impulsionado pelo binômio econômico de ações de consolidação fiscal e de aumento da produtividade, o Brasil apresenta um crescimento em bases sólidas, com o investimento privado liderando a retomada econômica brasileira. Essa análise foi apresentada pelo chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, na manhã desta sexta-feira (4/3), ao divulgar a Nota Informativa – Resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 e perspectivas, elaborada pela Secretaria de Política Econômica (SPE). “Os dados confirmam o acerto da política econômica adotada pelo governo neste momento tão difícil de pandemia. Confirmam a recuperação, como é constantemente alertado pelo ministro Paulo Guedes”, destacou Sachsida, em entrevista coletiva.
Os dados confirmam o acerto da política econômica adotada pelo governo neste momento tão difícil de pandemia, Adolfo Sachsida
Nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o PIB brasileiro registrou alta de 4,6% em 2021, totalizando R$ 8,7 trilhões. É o melhor resultado desde 2010, quando foi verificada alta de 7,5%. Houve crescimentos na Indústria (4,5%) e Serviços (4,7%) e queda na Agropecuária (-0,2%). O PIB per capita alcançou R$ 40.688,1 em 2021 – avanço real de 3,9% em relação ao ano anterior.
O material da SPE aponta que o resultado comprova a retomada em “V” da economia. O Brasil consolidou crescimento do PIB de 0,6% no acumulado em 2020 e 2021, ficando muito acima da retração média de 2,2% apurada pelos países do G-7 no período. O país não apenas superou os impactos da fase mais crítica da crise provocada pela pandemia da Covid-19 (em 2020, houve retração do PIB em 3,9%, resultado muito melhor que as projeções de mercado), como logo se recuperou (com alta de 4,6% em 2021), consolidando cenário para nova expansão em 2022. O resultado do ano passado, sozinho, gera um carry over (carregamento do resultado positivo, de um ano para o outro) de 0,3% para o PIB deste ano, explicou Sachsida.
Acumulado
“O correto é comparar o período acumulado dos dois anos, pois os impactos da pandemia atingiram os países em momentos diferentes”, salientou Sachsida. Pela observação do resultado acumulado de 2020 e 2021, o Brasil ficou à frente de grandes economias mundiais, que registraram retração do PIB no período: Itália (-3,1%); Japão (-2,9%); Reino Unido (-2,6%); Alemanha (-2,2%), França (-1,6%) e Canadá (-0,9%). Além do Brasil, somente os Estados Unidos tiveram crescimento do PIB no acumulado desses dois anos entre esses países, com alta de 2%. O Brasil também ficou à frente de países emergentes, que registraram retração do PIB nesses dois anos, como México (-3,8%); África do Sul (-2,1%) e Argentina (-0,9%). “O que vemos é o Brasil muito bem na foto”, complementou.
O chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos lembrou que o Brasil registrou crescimento no acumulado dos dois últimos anos mesmo após enfrentar quatro choques negativos de oferta no período. Dois desses choques foram globais: a pandemia e a consequente quebra das cadeias mundiais de produção. Outros dois atingiram apenas o Brasil: a crise hidrológica, que afetou a produção de energia elétrica; e fatores climáticos adversos, entre geadas e secas, que impactaram a atividade agrícola. “Ainda assim, crescemos acima de 4,5%”, disse Sachsida, ao ressaltar que o índice superou estimativas elaboradas por diversos agentes. O assessor especial, inclusive, refutou projeções pessimistas em relação ao desempenho do PIB em 2022. “Ao longo do ano, o mercado irá reestimar, para cima, a projeção do PIB”, pontuou.
Confira a entrevista coletiva:
Fatores
A Nota Informativa da SPE apresenta, ainda, dados sobre a retomada do mercado de trabalho, a expansão das taxas internas de poupança e de investimentos, além dos próximos passos da agenda de modernização de marcos regulatórios e de privatizações e concessões. “O avanço do mercado de trabalho e a ampliação dos investimentos privados fundamentam uma estimativa de crescimento econômico em 2022 superior ao projetado atualmente pelo mercado”, cita o documento.
A taxa de investimento em 2021 foi de 19,2% do PIB, acima do observado no ano anterior (16,6%), indica o material da SPE. No acumulado em quatro trimestres, é o melhor nível de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em relação ao PIB desde 2014. Já a taxa de poupança alcançou 17,4% no ano passado (ante 14,7% em 2020) – o melhor nível de poupança em relação ao PIB desde 2013. Sachsida apontou que o nível de população ocupada chegou a 94,5 milhões em dezembro de 2021, em plena recuperação após ter recuado para cerca de 84milhões ao final de 2020.
Desafios
Sobre o atual cenário global adverso – devido à guerra no Leste europeu –, o chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos alertou que o Brasil já se posicionou ao lado das democracias ocidentais, se colocando em posição contrária à invasão russa na Ucrânia. Sob o ponto de vista econômico, Sachsida alertou que o momento exige, internamente, a manutenção dos esforços de consolidação fiscal e de aumento da produtividade, com avanços na modernização dos marcos regulatórios e na agenda de concessões e privatizações.
Sachsida manifestou otimismo quanto aos avanços das medidas da agenda de modernização da economia que estão no Congresso. Citou a importância da aprovação dos textos do Novo Marco de Garantias (PL nº 4.188/2021); de concessões e parcerias público-privadas (PL nº 7.063/2017) e de debêntures de infraestrutura (PL nº 2.646/2020); além da proposta de Modernização de Registros Públicos (MP nº 1.085/2021), entre outros temas já nas mãos dos parlamentares. Ao falar sobre o programa de concessões e privatizações, declarou que já está encaminhada a capitalização da Eletrobras e defendeu o apoio do Senado para a aprovação do projeto de privatização dos Correios (PL nº 591/2021).
“Por isso a importância tão grande de o ministro Paulo Guedes ter ido aos Estados Unidos mostrar aos investidores estrangeiros a força dos novos marcos legais brasileiros, que melhoram a segurança jurídica do investimento, e a nossa agenda de concessões, a maior fronteira de concessões do mundo. Ou seja, mostrar ao mundo que, neste momento, o Brasil é um porto seguro para o investimento internacional, para o investimento privado”, reforçou Sachsida.
Além do chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos, a entrevista coletiva de divulgação da Nota Informativa – Resultado do PIB de 2021 e perspectivas contou com a participação do subsecretário de Política Macroeconômica da SPE, Fausto Vieira.
.@ASachsida: “Em 2021, o Brasil teve 4 choques negativos de ofertas, dois deles comuns ao mundo todo: a pandemia e a quebra de cadeias globais de produção;e a crise hidrológica e as geadas e secas, choques específicos da economia brasileira e ainda assim conseguimos crescer 4,6%”
— Ministério da Economia (@MinEconomia) March 4, 2022