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COMPETITIVIDADE
Secretária especial Daniella Marques destaca em reunião do Brics a reindustrialização do Brasil
“O governo federal está promovendo um processo de transformação do setor industrial brasileiro com medidas que simplificam as regras e estimulam a competitividade”. A afirmação foi feita pela secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, durante a 6ª reunião de Ministros da Indústria do Brics – grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, na manhã desta segunda-feira (23/5). “Nós estamos reindustrializando o Brasil”, ressaltou a secretária.
Daniella Marques lembrou que o governo criou uma agenda positiva para o desenvolvimento, e que foram realizadas reformas para aumentar a competitividade e a produtividade, além de facilitar a vida dos cidadãos e das empresas. “No início do governo, levava-se uma média de quatro dias e 20 horas para abrir uma empresa no Brasil. Em março deste ano, a média para se abrir uma empresa está em um dia e 19 horas. Estamos fazendo muito progresso no caminho da competitividade”, informou.
A secretária abordou o processo de preparação da economia brasileira para desafios futuros, dando ênfase às concessões e à atração de investimentos. Na área de infraestrutura, por exemplo, já são R$ 860 bilhões em compromissos de investimentos contratados para os próximos anos, abrangendo mobilidade urbana, logística, saneamento, telecomunicações e energia elétrica. Segundo ela, a estimativa é que esse conjunto de projetos gere R$ 250 bilhões de incremento para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro até 2030.
Outro ponto de destaque brasileiro na reunião foi a volta dos investimentos estrangeiros, com projeção de US$ 59 bilhões em recursos somente em 2022. Esse valor é 27% maior do que os investimentos estrangeiros feitos no país em 2021 e 56% maior do que o registrado no ano passado. Daniella Marques também enfatizou a recuperação do setor industrial após o impacto da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19. “Registramos um aumento acumulado de 1,8% na produção industrial no período de 12 meses, entre abril de 2021 e março de 2022”, pontuou.
Tecnologia e economia verde
Na área de tecnologia, o Ministério da Economia está preparando uma agenda de apoio ao desenvolvimento do ecossistema de aplicativos 5G, focado na Economia 4.0. A secretária citou o lançamento do Monitor de Investimentos, que contribui na tomada de decisões de investimentos, destacando características de projetos como os atributos ESG (ambientais, sociais e de governança). A previsão é que o conjunto de projetos em desenvolvimento alavanque mais de R$ 470 bilhões em investimentos privados nos próximos anos. “Nossa carteira no Programa de Parcerias de Investimentos está perto de R$ 1 trilhão em projetos privados, em leilão ou já contratados”, frisou.
Ela reforçou o compromisso do governo brasileiro com a promoção de uma economia verde, incluindo o lançamento, na semana passada, do decreto que estabelece o mercado de carbono. Falou ainda do aumento das fontes de energias renováveis na matriz energética brasileira, de 41,3% para 48,4% entre 2015 e 2020; dos objetivos de reduzir os gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 50% até 2030 – em relação a 2005 –; e das metas de eliminar o desmatamento ilegal até 2028 e de tornar o país neutro em carbono até 2050. “O objetivo desse trabalho é criar melhores condições para quem investe no Brasil, principalmente pequenas e médias empresas e startups”, disse a secretária.
Ambiente de cooperação
Nesse contexto, na reunião o Brasil defendeu a construção de um ambiente cooperativo entre os países do Brics, especialmente na busca por inovação, produtividade e competitividade para o crescimento. “Vamos fazer isso por meio da troca de políticas e melhores práticas entre nossos países”, incentivou Daniella Marques.
Ao final da reunião, os cinco países aprovaram uma declaração conjunta nesse sentido, salientando a necessidade de cooperação para o desenvolvimento industrial e a transformação digital, tanto entre os membros do grupo quanto com outras organizações – como o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Onudi) e o G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo). O texto encoraja o compartilhamento de políticas e de boas práticas, reconhece a necessidade de apoio às micro, pequenas e médias empresas (MPEs), e aponta a importância de zelar por cadeias de suprimento resilientes e estáveis.
Além da secretária Daniella Marques, participaram da reunião o ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, Xiao Yaqing; o ministro do Comércio, Indústria e Concorrência da África do Sul, Ebrahim Patel; o ministro da Indústria e Comércio da Rússia, Denis Manturov; e o ministro do Comércio e Indústria, Consumo e Distribuição Alimentar e Pública e Têxtil da Índia, Piyush Goyal.