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CENÁRIO
Arrecadação federal supera projeções de mercado pelo 22º mês consecutivo
A arrecadação de tributos federais ficou acima das estimativas feitas por analistas de mercado pelo 22º mês consecutivo, segundo dados reportados no Prisma Fiscal, administrado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia. Sistema de coleta de expectativas de mercado elaborado pela SPE para acompanhar a evolução das principais variáveis fiscais brasileiras, o Prisma Fiscal é uma ferramenta disponível para o aprimoramento dos estudos fiscais no país e facilita o controle social a partir de uma ancoragem das expectativas em relação ao desempenho dessas variáveis fiscais – arrecadação total das receitas federais, receita líquida do governo central, despesa total do governo central, resultado primário do governo central e dívida bruta do governo geral.
Além disso, as estatísticas setoriais e de mercado de trabalho continuam a indicar retomada da atividade econômica, segundo análise contida na apresentação “Conjuntura Macroeconômica e Arrecadação Bruta de Tributos Federais”, da SPE, divulgada nesta quinta-feira (23/6) durante entrevista coletiva realizada pela Receita Federal para anúncio da arrecadação de tributos federais em maio.
Panorama macroeconômico
Na passagem de março para abril, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que as vendas no comércio cresceram 0,9% em abril, quarta alta consecutiva, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC/IBGE). Já a Pesquisa Industrial Mensal (PIM/IBGE) mostrou que a produção industrial teve a terceira alta consecutiva, ao avançar 0,1% em abril, acumulando no período alta de 1,4%. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE) registrou que o setor de Serviços variou 0,2% em abril, seguindo com bom ritmo de crescimento. “O transporte de passageiros superou o patamar pré-pandemia”, informou o coordenador-geral de Modelos e Projeções Econômico-Fiscais da SPE, Sérgio Gadelha, pontuando que isso se refletiu no aumento das receitas das empresas que operam os transportes de passageiros em seus diversos modais: aéreo, rodoviário e metro-ferroviário.
Na passagem de abril para maio, por sua vez, os indicadores de confiança da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indicaram uma melhora na confiança dos setores de Serviços, Comércio e Indústria. Se, por um lado, o Índice de Confiança de Serviços subiu 2,1 pontos, alcançando 98,3 pontos, por outro o Índice de Confiança do Comércio avançou 7,4 pontos, alcançando 93,3 pontos. Esses dois índices atingiram seus maiores níveis desde outubro de 2021. Já o Índice de Confiança da Indústria subiu 2,3 pontos, alcançando 99,7 pontos – o maior nível desde dezembro de 2021.
Mercado de trabalho
A taxa de desemprego atingiu 10,5% em abril, registrando a maior queda mensal desde 2012. “A leitura de abril trouxe uma composição favorável, visto que a queda da taxa de desemprego foi explicada pelo avanço da ocupação”, de acordo com a análise da SPE. “Além disso, houve crescimento real da renda média, resultando em recuperação da massa de rendimentos”, cita a Secretaria.
O emprego formal, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), iniciou o segundo trimestre em ritmo forte. Abril registrou a criação líquida de 196,9 mil vagas com carteira assinada. O resultado surpreendeu positivamente as expectativas do mercado e refletiu o ritmo mais favorável de admissões. O destaque foi a criação de vagas nos setores de Serviços e Comércio. Para os próximos meses, os indicadores conhecidos até o momento sugerem continuidade da expansão do emprego formal, o que deve dar suporte ao consumo das famílias, conforme a SPE.
Sérgio Gadelha destacou, por fim, que os efeitos do processo de consolidação fiscal, associados à continuidade da agenda de reformas estruturais e microeconômicas para aumento da produtividade, têm contribuído positivamente para a pavimentação do crescimento econômico de médio e longo prazo.