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COMÉRCIO EXTERIOR
Balança comercial fecha o primeiro semestre de 2022 com superávit de US$ 34,25 bilhões
A balança comercial brasileira fechou o primeiro semestre de 2022 com superávit de US$ 34,25 bilhões, registrando US$ 164,06 bilhões em exportações e US$ 129,81 bilhões em importações. A corrente de comércio, que soma os valores de embarques e desembarques, chegou de US$ 293,87 bilhões. Os dados foram divulgados em entrevista coletiva, nesta sexta-feira (1º/7), pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
Apenas no mês de junho, o superávit foi de US$ 8,81 bilhões, com US$ 32,68 bilhões nas exportações e US$ 23,86 bilhões nas importações. A corrente de comércio no mês atingiu US$ 56,54 bilhões.
Veja os principais resultados da balança comercial
Segundo a Secex, as exportações e a corrente de comércio foram as maiores para todos os meses desde o início da série histórica, em 1997. No caso das exportações, foi a primeira vez que o Brasil ultrapassou o valor de US$ 30 bilhões em um único mês. Já nas importações, o País alcançou o maior valor para os meses de junho.
Os dados indicam que houve redução no superávit, tanto no mês passado (-15,4%) quanto no acumulado do ano (-8,2%), na comparação com os mesmos períodos de 2021. Já a corrente de comércio subiu 22,6% em junho e 23,9% nos primeiros seis meses de 2022. Os desempenhos refletem o crescimento dos valores importados, com altas de 33,7% no mês e 29,8% no semestre, enquanto as exportações subiram menos, com aumentos de 15,6% e 19,5%, respectivamente.
Exportações por setores
O crescimento das exportações em 2022, até agora, vem sendo puxado pela alta dos embarques da Agropecuária (27,8%), que chegaram a US$ 40,35 bilhões, e da Indústria de Transformação (31,6%), com US$ 86,75 bilhões. Já as vendas da Indústria Extrativa diminuíram (-7,3%), ficando em US$ 36,24 bilhões.
No mês, também houve crescimento nos embarques da Agropecuária (30,4%), com US$ 7,81 bilhões, e da Indústria de Transformação (38,5%), que alcançou US$ 17,60 bilhões. Na Indústria Extrativa, as vendas diminuíram (-24,3%), atingindo US$ 7,14 bilhões.
A Secex apontou que os volumes vendidos pela Agropecuária recuaram, em junho, principalmente pela redução dos negócios com soja – motivada pela queda na safra deste ano –, o que vem sendo compensado, na receita, pelo aumento dos preços. Já no milho, há uma recuperação da produção neste ano, e os embarques aumentaram mais de 1.000%, tanto em volumes quanto nos valores.
A Indústria Extrativa tem diminuído as vendas de minério de ferro, com quedas nos preços e no volume. Da mesma forma, reduziu o volume dos embarques de petróleo, o que foi compensado pelo aumento dos preços do produto.
Já a Indústria de Transformação elevou a receita da venda de todos os principais produtos no mês, como alimentos, celulose, veículos, aviões e aeronaves. No semestre, destacou-se o aumento dos volumes exportados pela categoria, que também é a que mais vem crescendo em valores embarcados.
No caso das importações, a Secex observou aumento do volume comprado pela Indústria Extrativa, que inclui petróleo bruto e carvão mineral, utilizados no setor de energia. O setor também registrou aumento nos preços das importações, refletindo a alta das cotações internacionais. As compras da categoria aumentaram 125,8% no semestre e 144,4% em junho.
A Indústria de Transformação reduziu os volumes importados, mas os valores cresceram, devido ao aumento dos preços. Os desembarques para o setor aumentaram 26,1% de janeiro a junho e 27,9% no mês passado.
Na Agropecuária, o volume das compras teve um leve aumento dos volumes e cresceram as despesas com as compras externas. O aumento das importações foi de 11,7% de janeiro a junho e de 22,8% no resultado mensal.
Principais parceiros
Entre os principais destinos, as vendas do mês e do semestre aumentaram para a Argentina (55% e 32,4%), Estados Unidos (47,4% e 31,1%); União Europeia (27,1% e 37,7%), mas caíram os embarques para a China (-11,7% e -1,3%). No caso da China, têm caído as vendas dos principais produtos, com destaque para minério de ferro e petróleo.
Já as compras aumentaram, de todos os principais parceiros comerciais, tanto em junho quanto no acumulado do ano – Argentina (38,2% e 16,7%), Estados Unidos (47,9% e 51,2%), China (25,2% e 29%) e União Europeia (6,1% e 11,6%).
Projeções
A Secex também divulgou as projeções para o fechamento do ano de 2022, praticamente mantendo a previsão para as exportações em relação à estimativa do trimestre anterior. De US$ 348,8 bilhões, a projeção subiu para US$ 349,4 bilhões, o que representa um aumento de 24,4% em relação ao fechamento de 2021 – caso se confirme, será o maior valor exportado pelo Brasil em um ano.
Nas importações, a estimativa subiu de US$ 237,2 bilhões para US$ 268 bilhões, em alta de 22,1% sobre o ano passado. Dessa forma, a previsão para a corrente de comércio passou de US$ 586 bilhões para US$ 617,4 bilhões, um aumento de 23,4% sobre 2021. Já a estimativa de saldo baixou de US$ 111,6 bilhões para US$ 81,5 bilhões, ainda com crescimento de 32,7% em relação ao superávit do ano anterior.