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Paulo Guedes afirma que controle de despesas permitiu extraordinário desempenho fiscal em 2021
O ministro da Economia, Paulo Guedes, considerou extraordinário o desempenho fiscal do Brasil em 2021, que registrou um déficit primário de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), correspondendo a R$ 35,1 bilhões. Na abertura da apresentação do Resultado do Tesouro Nacional (RTN) de 2021, na tarde desta sexta-feira (28/1), ele salientou que a base para o desempenho foi o controle da despesa do governo central e descartou que os números reflitam a alta da inflação. “Não é a inflação que resolve. É o controle das despesas”, frisou. A última projeção oficial era de déficit de R$ 89,8 bilhões.
Acesse a Apresentação – Resultado Fiscal do Governo Central (28/01/2022)
Guedes destacou que despesa total do governo central saiu de 19,5% em 2019 para 26,1% em 2020, mas baixou novamente, para 18,6%, em 2021. Isso, segundo ele, causou um ajuste no déficit nunca visto antes.
“Esse desempenho fiscal, com uma redução de 10 pontos, praticamente, de um ano para o outro, não aconteceu antes. Foi preciso dois, três, quatro governos para fazer esse ajuste que nós fizemos em um ano. E não acontecerá de novo na história. Porque esta geração teve a coragem de fazer o sacrifício e travar as despesas para que não faltassem recursos [para saúde], sem comprometer as futuras gerações”, comentou.
Ele admitiu que a inflação “veio acima do esperado”, mas apontou que não foi a inflação por si que corrigiu o problema e, sim, o descasamento e o controle das despesas em termos nominais. O ministro também lembrou que em governos anteriores, quando a inflação chegou a 15%, 2.000% ou mesmo a 5.000%, a questão fiscal não foi resolvida.
Descasamento
Entre as ações para o controle do orçamento, Paulo Guedes considerou fundamental o fato de não terem sido feitos reajustes de salários para o funcionalismo. “Os dados mostram a velocidade de recuperação fiscal que o Brasil teve, devido à coragem que nós tivemos de fazer esse descasamento de despesas e receitas. A economia voltou em V, como nós prevíamos, e ela voltando em V, nós tivemos um aumento forte de arrecadação”, afirmou.
Guedes pontuou que o Brasil removeu os estímulos fiscais e monetários durante a recuperação em V para não deixar problemas para o futuro e permitir que a inflação tenha um pouso suave este ano, reforçando a importância da independência do Banco Central.
Crescimento sustentável
De acordo com Guedes, as reformas estruturantes vão possibilitar transformar o que é uma recuperação cíclica em uma retomada do crescimento sustentável. “O fiscal está forte. O monetário está no lugar. O Brasil já está com os juros reais positivos, enquanto bancos centrais do mundo inteiro estão dormindo no volante, com juros reais negativos”, avaliou.
O ministro citou, também, a expansão da taxa de investimentos, impulsionada pela aprovação das reformas e de marcos regulatórios, como o do saneamento básico. “Já temos compromissos de investimento de R$ 828 bilhões, com o ano começando, e a previsão é de que até o fim do ano teremos mais de R$ 1 trilhão de compromissos de investimentos para os próximos 10 anos. Graças ao papel preponderante de investimentos privados”, relatou.
Confira a entrevista coletiva de divulgação dos dados do Resultado do Tesouro Nacional de 2021