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No Fórum Econômico Mundial, Paulo Guedes destaca recuperação brasileira
O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou nesta sexta-feira (21/1) que o Brasil está em uma posição diferenciada em relação a outros países do mundo ocidental, graças ao sucesso das medidas do governo federal no combate à pandemia da Covid-19. Durante o painel Perspectivas Econômicas Globais do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), ele afirmou que “o Brasil é, provavelmente, o único país que está de volta exatamente onde estava antes da crise”.
Guedes alertou, também, que a inflação não será um problema transitório para as economias ocidentais, mas avaliou que o Brasil está mais preparado para enfrentar esse problema. “Eu acho que os bancos centrais estão dormindo no volante. Eles deviam estar conscientes. Acho que a inflação será um problema, um problema real, muito em breve, para o mundo ocidental”, comentou. O Brasil, no entanto, teve “experiências prévias muito trágicas com a inflação” e foi mais rápido para combater esse problema, acrescentou o ministro.
Veja a íntegra do Painel do Fórum Econômico Mundial
Respostas diferentes
O painel abordou as ações imediatas e de longo prazo que serão necessárias para estabilizar a economia global e garantir uma recuperação equitativa e sustentável. O ministro brasileiro ponderou que os impactos da pandemia sobre as economias globais foram comuns, mas com respostas diferentes, de acordo com as características de cada país.
Guedes salientou que o Brasil, com a realização de reformas estruturais, está contrariando as previsões mais pessimistas. Um exemplo foi a dívida pública próxima de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, quando as estimativas apontavam para 100%. Além disso, destacou a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de uma queda de 9% no PIB brasileiro devido à pandemia. “Nós caímos só 3,9%”, frisou.
O ministro explicou que, no combate à crise causada pela pandemia, o Brasil preservou o nível do emprego formal, gerando três milhões de novas vagas formais em 2021, e realizou uma transferência de renda direta de modo digital, beneficiando 68 milhões de pessoas.
Guedes pontuou que a vacinação avançada vem tornando possível o retorno ao trabalho. “Nós estamos realizando agora um retorno seguro ao trabalho e, por isso, o PIB se recuperou com muita força”, disse.
Vacina local
Na opinião do ministro, mesmo que haja novas ondas da pandemia, a economia brasileira pode continuar crescendo. “Nossos programas tiveram muito sucesso. A preservação dos empregos, os programas de crédito, as transferências diretas de renda. Nós estamos prontos para uma vacinação em massa, com terceira, quarta, quinta doses”, comentou, informando que o Brasil tem acordos para a produção local de vacinas e que poderá exportar o imunizante para países vizinhos.
Ele lembrou ainda que, em 2019, as economias avançadas estavam em um processo de desaceleração sincronizada, buscando uma “aterrissagem suave”, mas o Brasil estava “decolando” quando foi atingido pela pandemia. Agora, conforme Paulo Guedes, as economias avançadas estão desacelerando outra vez, mas com o agravante de um novo problema, que é a inflação. Já o Brasil – de acordo com o ministro – tem “espaço fiscal e monetário para reagir a uma terceira ou quarta onda da pandemia”.
Também participaram do painel a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva; a presidente do Banco Central Europeu, Cristine Lagarde; o presidente do Banco Central do Japão, Kuroda Haruhiko; e a ministra das Finanças da Indonésia, Mulyani Indrawati. A mediação foi feita por Geoff Cutmore, da rede CNBC.