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RETOMADA ECONÔMICA
Em análise da arrecadação, SPE ressalta que resultados da economia vêm surpreendendo o mercado
O aumento da arrecadação e a redução das despesas vêm surpreendendo o mercado e levando a contínuas revisões de previsões pessimistas, afirmou nesta terça-feira (25/1) o subsecretário de Política Fiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia (ME), Erik Figueiredo. A declaração foi feita durante entrevista coletiva organizada pela Receita Federal para apresentação do resultado da arrecadação de dezembro do ano passado. A arrecadação federal atingiu R$ 1,87 trilhão em 2021 – o maior valor desde o início da série histórica, em 1995.
O subsecretário selecionou três indicadores para analisar a arrecadação, sempre comparando os dados verificados no fim de 2020 e no fim de 2021: crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), emprego e algumas variáveis fiscais.
Acesse a apresentação Mudanças nas expectativas para o crescimento do PIB, emprego e variáveis fiscais (25/01/2022)
Em sua participação na coletiva, Erik Figueiredo comentou a projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) em outubro de 2020 em relação ao crescimento do PIB em 2021. A previsão era de um crescimento de 2,8%. Depois de um ano – em outubro de 2021 – aumentou para 5,2%. “Projetaram um crescimento muito mais baixo do que de fato o Brasil apresentou”, afirmou o subsecretário.
Sobre o crescimento do emprego formal e a taxa de desemprego, Erik Figueiredo relembrou dados da Fundação Getúlio Vargas/ Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre) que apontavam para uma pressão na taxa de desocupação do Brasil em 2021. O observado, no entanto – disse o subsecretário –, foi uma queda expressiva no desemprego a partir de março/abril de 2021.
“Nesse período estávamos convivendo com várias medidas restritivas por causa da Covid-19. Observamos um certo crescimento na taxa de desemprego, que depois foi se reduzindo, chegando em 12,1% em outubro de 2021. Com isso, uma expectativa muito pessimista em relação ao emprego no final de 2020 foi substituída pela criação de mais de três milhões de novas vagas em 2021, com base nos dados do Caged”, frisou Figueiredo, citando o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.
O terceiro indicador selecionado pela SPE foi a relação dívida/PIB. Para analisar essa variável, a Secretaria de Política Econômica coletou dados do Prisma Fiscal. Em janeiro de 2021, o mercado projetava, a partir de sua mediana, uma relação dívida/PIB próxima a 91%. Na última observação de 2021 – em dezembro –, essa projeção caiu para 81,6%. Ajustes de 10% nas expectativas tiveram de ser feitas ao longo do ano. Por fim foram analisadas as previsões de arrecadação. Pelo 17º mês consecutivo, a arrecadação total foi acima do esperado pelo mercado. Em alguns meses, a arrecadação registrada foi superior às estimativas mais otimistas do mercado.
“Tudo isso nos faz refletir sobre as expectativas baseadas nas previsões nesse período de pandemia”, apontou Erik Figueiredo. “Mesmo as expectativas mais elevadas de arrecadação não conseguem captar a realidade. Aparentemente, a incerteza causada pela pandemia afetou de forma significativa as previsões. Cabe a nós fazermos essa reflexão”, concluiu.