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INFRAESTRUTURA SOCIAL
Parceria Público-Privada de creches levará educação infantil para mais de 9.800 crianças em Santa Catarina
A Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos do Ministério da Economia (Seppi) sediou a assinatura do contrato do FEP-Caixa com o Consórcio CIM-AMFRI para a estruturação de uma Parceria Público Privada (PPP) de educação infantil. A medida beneficiará 60 creches e atenderá mais de 9.800 crianças de zero a três anos nos municípios de Camboriú, Balneário Camboriú e Luiz Alves, no estado de Santa Catarina.
O documento prevê a realização de estudos e assessoramento técnico para a formalização da PPP. Os estudos serão desenvolvidos ao longo deste ano e a concessão poderá ocorrer já no próximo ano. A PPP engloba a construção de novas creches, reformas e ampliações em unidades existentes e a gestão dos serviços administrativos e de manutenção.
O Decreto nº 10.134/2019 qualificou a política de fomento aos estabelecimentos da rede pública de educação infantil para fins de estudos de viabilidade e de alternativas de parcerias com a iniciativa privada visando à construção, modernização e operação de estabelecimentos da rede pública de educação infantil dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Essa iniciativa foi orientada pelo Ministério da Educação e conta com a execução da Caixa Econômica Federal, através do Fundo de Apoio a Estruturação de Projetos de Concessão e PPP (FEP), e com o apoio técnico e financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os recursos para a estruturação da PPP são da ordem de R$ 6,5 milhões.
Evento de assinatura
A secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos, Martha Seillier, falou sobre os benefícios desse modelo de PPP como potencial para ampliar a educação básica do país. “O PPI é um agente instrumental que trabalha para viabilizar a estruturação da política pública. Neste caso, o foco é na educação infantil, naqueles que serão os representantes do nosso país. A gente acredita que sempre que os gestores priorizam a educação, todos ganham. E essa cadeia se amplia à medida em que consideramos que os pais dessas crianças poderão trabalhar para levar o sustento aos seus lares, gerando renda para as famílias”, argumentou.
O presidente do Consórcio CIM-AMFRI, Emerson Stein, destacou o ineditismo da ação, que se constituirá na primeira PPP de Educação no Brasil.
O representante do BID no Brasil, Morgan Doyle, salientou que o investimento na educação infantil é fundamental para o bom desempenho nos próximos anos do aluno. “Os primeiros mil dias da educação infantil são muito importantes. E ainda que o Brasil tenha feito um avanço muito grande, temos necessidade de dar mais atenção para a educação infantil. Essa é a base da formação do cidadão”, pontuou Morgan.
O secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Mauro Luís Rabelo, afirmou que a parceria vai auxiliar no cumprimento do dever do Estado de levar educação para os brasileiros. “A qualidade dos serviços educacionais prestados durante os primeiros cinco anos pode impactar positivamente o desempenho e sucesso escolar posterior das crianças, bem como ter efeitos sobre aspectos como renda, saúde, bem-estar físico, mental e social do futuro cidadão”.
Para o prefeito de Camboriú (SC), Élcio Kuhnen, a expectativa é que este modelo de gestão traga ainda mais qualidade na prestação dos serviços prestados à população, permitindo que as crianças sejam atendidas na plenitude de suas necessidades. “Não poderíamos deixar de aceitar esse desafio e temos certeza de que o nosso município será um modelo de prestação de serviço de qualidade para a sua população”, declarou.
A superintendente nacional da Caixa, Cíntia Lima de Castro, reforçou que “muitos municípios têm interesse de prestar um serviço público de qualidade, mas nem sempre têm a iniciativa de buscar o apoio da estruturação de PPPs para que os investimentos sejam efetivos. O FEP traz oportunidade de capacitação técnica do município, que passa a ter acesso a conhecimento de entes nacionais e internacionais – como o BID – trazendo tecnologia de fora para apoiar o desenvolvimento e o fortalecimento desses projetos. Isso faz com que a prestação de serviço público aconteça de fato”, apontou.
Já o deputado Rodrigo Coelho (Podemos/SC) mencionou os benefícios dos contratos, entre eles a a segurança jurídica: “Nosso papel como agente público é deixar um mundo melhor para a sociedade. E o que nós temos de mais importante são as nossas crianças. Nesse momento de retomada econômica eu vejo que as parcerias entre o setor público e o privado são fundamentais neste processo. A segurança jurídica dos contratos mostra o sucesso desses leilões. Estamos trabalhando para melhorar a qualidade da educação no nosso estado”.
Próximos passos
Os próximos passos são a contratação de consultoria através da Caixa e do BID, o planejamento do modelo de gestão e governança do projeto, a indicação dos representantes dos municípios para o início do levantamento de dados e o levantamento das informações para elaboração do diagnóstico e início dos estudos.