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Governo lança obra da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste
Uma cerimônia marcou o início das obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), que receberá investimentos de R$ 2,7 bilhões na implantação de 383 quilômetros de novos trilhos, entre Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT). A linha férrea possibilitará escoamento da safra produzida no Centro-Oeste até portos das regiões Sudeste e Nordeste.
O evento aconteceu na cidade de Mara Rosa, em Goiás, e contou com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, além da secretária Especial do Programa de Parcerias de investimentos, Martha Seillier, e autoridades locais.
A Fico foi viabilizada com base no mecanismo de investimento cruzado, que permite que empresas detentoras de outorgas ferroviárias do governo federal possam renovar o contrato fazendo outros investimentos. Nesse caso, a mineradora Vale vai desembolsar integralmente os recursos para construir a nova ferrovia, em troca da renovação da concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas, operada pela empresa.
O projeto foi qualificado no portfólio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) em 2018, durante a 7a Reunião do Conselho do PPI. Para a secretária Martha Seillier, o projeto ressalta a importância da logística no país. “Estamos falando de investimentos de quase R$ 3 bilhões. O governo Bolsonaro está colocando o Brasil nos trilhos e é mais um investimento fundamental para o desenvolvimento da logística brasileira”, afirmou Seillier.
O Ministro Tarcísio de Freitas disse que este é o início de um corredor logístico que integrará o Brasil de leste a oeste. “A Fico vai ligar o Vale do Araguaia à [Ferrovia] Norte-Sul e, futuramente, ao litoral da Bahia, por meio da Fiol [Ferrovia de Integração Oeste-Leste]. A gente vai ver a carga do Centro-Oeste saindo pelo Porto de Santos (SP), de Itaqui (MA) e, muito em breve, pelo de Ilhéus (BA). Aqui em Mara Rosa, estamos vendo surgir o futuro”, ressaltou Tarcísio Freitas.
Serão investidos nessa obra R$ 2,7 bilhões da outorga da renovação antecipada do contrato com a Vale pela Estrada de Ferro Vitória-Minas. Ou seja, graças ao mecanismo de investimento cruzado, a contrapartida no contrato de uma ferrovia está viabilizando um novo projeto para a expansão da nossa malha ferroviária. Além disso, a obra vai possibilitar a abertura de 4.600 novos postos de trabalho diretos e indiretos.
A Valec é a empresa pública que detém a concessão da futura ferrovia e conduzirá a obra, cujos primeiros 383 quilômetros devem ser implantados em até cinco anos, conforme prevê o contrato. Coube à estatal elaborar os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) e o projeto básico, que indica o traçado que a linha férrea deverá percorrer. Também obteve a licença de instalação junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que permitiu a execução da obra.
Conforme a empresa, os projetos da Fico foram adequados para garantir a sustentabilidade do empreendimento. Houve a redução da quantidade de aterros previstos nos quilômetros iniciais da ferrovia com altura superior a 20 metros, o que permitirá a travessia de animais de um lado a outro da linha férrea e minimizará possíveis acidentes.
Deve-se destacar ainda os benefícios do empreendimento para o agronegócio da região Centro-Oeste, onde há uma demanda reprimida por transporte ferroviário de cargas. A alta produção agrícola regional terá vazão e o alto custo do frete será remediado, tendo em vista que a linha férrea abrirá várias opções para o escoamento da safra.