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Brasil é uma potência verde com um futuro brilhante pela frente, afirma Paulo Guedes
Exportações e investimento na Ásia e no Oriente Médio estiveram no centro do discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a cerimônia de apresentação do Pavilhão do Brasil na Expo 2020 Dubai, nesta quinta-feira (30/9). “Estamos nos conectando agora com o que pode ser o hub não só de exportações para o resto do mundo, mas também de investimentos. O Oriente Médio é, cada vez mais, um centro financeiro mais sofisticado”, disse o ministro.
Segundo Paulo Guedes, ao longo da pandemia as importações da Eurásia subiram mais de 40% enquanto as importações da Europa e dos Estados Unidos caíram 30%. “Eles estão reciclando os petrodólares e eventualmente vão pacificar aquela região. Daqui para lá vão as nossas exportações e de lá para cá vêm os investimentos”, afirmou Guedes.
O ministro também destacou que a conexão com essas regiões poderá trazer, ainda, uma aproximação com a Índia, semelhante ao que aconteceu com a China. Com os chineses, o fluxo do comércio saiu de menos de US$ 5 bilhões no início do século para US$ 100 bilhões em pouco mais de 20 anos.
“A Índia tem as mesmas restrições que os chineses: uma população muito grande e a dificuldade de produzir alimentos por não disporem de uma base hídrica como o Brasil. Nós temos a vocação natural de ser o celeiro do mundo e a capacidade de preservação dos recursos naturais. Somos a matriz energética mais limpa do mundo. O Brasil tem um futuro brilhante pela frente”, destacou o ministro.
Paulo Guedes também comentou que o Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo. “Isso é uma falha de todos nós, dos Ministérios da Economia e das Relações Exteriores. Não poderíamos ter deixado isso acontecer”, pontuou.
Segundo ele, o Mercosul foi criado como uma plataforma de integração competitiva da economia brasileira na economia global. Porém, o Brasil, que era um precursor no lançamento do mercado, hoje negocia um terço do que negociava 30 anos atrás como porcentagem do PIB. “O Brasil, em vez de se projetar com a nossa capacidade produtiva e esse pote de miscigenação cultural étnica que somos, nos fechamos. E isso é uma cicatriz que temos de reparar”, comentou.
Guedes finalizou a sua participação afirmando que o Brasil é um país de consumo de massa mergulhado na idade digital. Uma potência verde com um futuro brilhante pela frente. ”Que esse seja nosso passo inicial na direção do grande eixo de crescimento mundial hoje, que são aquelas regiões (Ásia e Oriente Médio)”, concluiu o ministro da Economia.