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COMPETITIVIDADE
Tecnologia 5G no Brasil é debatida em webinar promovido pelo Ministério da Economia
Mais do que benefícios para os consumidores brasileiros, as redes 5G prometem alterar paradigmas de diversos setores econômicos, proporcionando ganhos de escala, produtividade e competitividade para as empresas. Foi com esse direcionamento que a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME), promoveu nesta terça-feira (26/10), o webinar 5G - Benchmarking Internacional, que discutiu a introdução da nova tecnologia na telefonia móvel. O debate teve como mediador o diretor editorial da Teletime, Samuel Possebon, e contou com representantes do ME e do Pnud. Teve também a participação da consultoria Deloitte, da Qualcomm e da C4IR.
Acesse aqui o webinar 5G - Benchmarking Internacional
O 5G promete trazer mudanças consideráveis no mercado de telecomunicações, pela alta capacidade de transmissão de dados, pela baixa latência e pelo maior número de conexões permitidas por km2. Nesse contexto, a Subsecretaria de Inovação e Transformação Digital, integrante da Sepec/ME, vem realizando um projeto com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), apoiado pela consultoria Deloitte, que se propõe a mapear o ecossistema de inovação da tecnologia de serviços móveis 5G no Brasil e indicar recomendações para o Poder Público fomentar este novo ambiente de negócios do mercado de telecomunicações e software. O projeto, iniciado em julho deste ano, se estenderá até janeiro de 2022. E já apresentou um primeiro resultado, o Relatório do ecossistema 5G Brasil.
Como forma de divulgação do primeiro produto do trabalho, esse benchmarking internacional veio mostrar a realidade de implantação da nova tecnologia em 12 países (China, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos, Israel, Colômbia, Suécia, Rússia, Índia, Alemanha, Reino Unido e Irlanda), analisando as políticas públicas para o desenvolvimento da tecnologia 5G.
Já estão sendo implementadas em alguns países algumas inovações, como comunicações máquina-máquina para equipamentos industriais de manufatura avançada (IoT), soluções digitais para produção agrícola, conectividade para cidades inteligentes, veículos autônomos, entre outras.
Relativamente equacionada do ponto-de-vista da infraestrutura – com empresas de telefonia móvel preparando investimentos bilionários para implantar as novas redes a partir do leilão a ser promovido no final do primeiro semestre de 2021 – ainda não se sabe ao certo se o Brasil terá condições de suprir a lacuna de desenvolvimento de aplicações para este ecossistema. Ao mesmo tempo, pairam dúvidas sobre a real demanda para tais soluções e como a nova tecnologia realmente impactará toda esta cadeia de valor em formação.
Identificar quais os setores econômicos seriam os principais alavancadores deste novo nicho é foco de uma investigação preliminar que o Ministério da Economia vem desenvolvendo. Fomentar este ator (desenvolvedores de aplicativos e de sistemas de TI) da cadeia, estimulando a oferta de soluções acessíveis, customizadas e de baixo custo, pode atrair indústrias a conectarem suas plantas industriais, empresas agrícolas a digitalizarem seus mecanismos de produção e obtenção de dados no campo, prefeituras a criarem cidades inteligentes e muitos outros setores da economia nacional.
Investimentos
Tudo isso exigirá não apenas investimentos em hardware (estações rádio-base e outros equipamentos de rede) mas também em software. Isso porque a introdução do 5G incrementará a virtualização das redes de telecomunicações, processo que já vinha se configurando no ambiente 4G e agora deverá ser alavancado sobremaneira, ampliando a demanda por aplicativos digitais a serem adotados nas bordas da rede de acesso.
Diversas consultorias e empresas do setor estão estimando o tamanho deste mercado global e sua influência na economia como um todo. Estudo da Qualcomm aponta que, em 2035, o 5G será determinante para a produção de US$ 13,2 trilhões em produtos e serviços ao redor do mundo.
A entidade GSMA calcula que em 2025 haverá 1,7 bilhão de dispositivos conectados a estas redes, sendo 7% na América Latina. Até 2035, preveem Nokia e Omdia, o 5G terá um impacto no Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 1,216 trilhão e um aumento de produtividade no Brasil de US$ 3,08 trilhões. Os setores mais positivamente impactados serão: TIC (US$ 241 bilhões), Governo (US$ 189 bilhões), Manufatura (US$ 181 bilhões), Serviços (US$ 152 bilhões), Varejo (US$ 88 bilhões), Agricultura (US$ 77 bilhões) e Mineração (US$ 48,6 bilhões).
Com isso, mais do que a conexão ultraveloz, a interligação de milhares de dispositivos e a precisão no tempo de resposta de comandos, o país terá condição de desenvolver soluções para transformar em informação e conhecimento o número gigantesco de dados coletados e que ajudarão na tomada de decisão por parte de empresários, governantes e produtores agrícolas. Outra lacuna a ser preenchida pelos estudos é saber quais os fatores estruturantes da camada de aplicações impedem ou retardam a implementação destas aplicações por parte das empresas.