Notícias
Cenário internacional
Paulo Guedes ressalta a importância do apoio do FMI aos países mais vulneráveis
O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou, nesta quinta-feira (14/10), a importância do apoio aos países mais vulneráveis, por meio do auxílio das nações com melhores condições. A declaração do ministro ocorreu durante a sua participação em Reunião Plenária do Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC), em Washington, nos Estados Unidos. O ministro falou também sobre a necessidade de novas linhas de financiamento que sejam mais acessíveis aos países mais frágeis, ainda não elegíveis aos programas atualmente oferecidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
A plenária desta quinta-feira faz parte da agenda de reuniões anuais do FMI e teve como ponto central a discussão de temas como a importância da coordenação multilateral para enfrentar e superar os principais desafios mundiais do momento: a pandemia e as mudanças climáticas.
Durante a sua participação, o ministro falou também sobre a bem-sucedida alocação geral de Direitos Especiais de Saque (DES) do FMI e reforçou a importância da canalização voluntária desses direitos para torná-los mais eficazes no apoio aos países membros.
O ministro pediu que as economias avançadas aumentem suas contribuições para o Fundo para a Redução da Pobreza e para o Crescimento (PRGT, da sigla em inglês), a fim de fornecer empréstimos concessionais aos países mais vulneráveis. Guedes também manifestou apoio à criação do Fundo de Resiliência e Sustentabilidade (RST, da sigla em inglês), como instrumento de financiamento de longo prazo para apoiar reformas estruturais em países com restrições de mercado, especialmente no chamado “grupo intermediário esquecido”, além dos pequenos estados em desenvolvimento e países de baixa renda, já assistidos pelo FMI.
Sobre o Brasil, o ministro da Economia ressaltou que o país suportou o choque da pandemia melhor do que o esperado e que iniciou uma forte recuperação em V. Comentou a pressão inflacionária causada pela demanda robusta e os gargalos de oferta, especialmente em alimentos e energia. Ele destacou a atuação firme do Banco Central no controle e nas expectativas de inflaçãoe enfatizou que o Brasil empreendeu medidas históricas para tornar sua economia mais aberta, competitiva e favorável aos negócios, e continua engajado em sua agenda de reformas. “Nossa recuperação não é apenas forte, mas também está apoiada em uma base renovada para promover um maior potencial de crescimento”, afirmou.
Conclusões da reunião
As principais conclusões da Reunião Plenária do IMFC foram a persistência das divergências entre os países, que aumenta as desigualdades, e a vacinação como fator crucial para a contenção da disseminação da Covid19. Os membros do comitê se comprometeram com a priorização dos gastos com saúde, a proteção aos mais vulneráveis e o apoio ao fornecimento de vacina, produtos e insumos médicos essenciais aos países em desenvolvimento.
Outro ponto que recebeu especial atenção foi a necessidade da gestão fiscal de curto prazo para conter o avanço da dívida pública mas, também, a importância da convergência, no médio prazo, para uma política de transformação voltada ao crescimento sustentável e inclusivo. O comitê concluiu que os gargalos de oferta e discrepâncias entre oferta e demanda têm causado pressão inflacionária e que os bancos centrais precisam estar vigilantes, atuando para manter a estabilidade monetária e as expectativas inflacionárias, no médio prazo, devidamente ancoradas.
A Reunião Plenária do IMFC desta quinta-feira marcou a adoção da Agenda de Política Global (GPA), que contém as iniciativas de apoio do FMI para fazer frente aos atuais desafios enfrentados pelos países, em especial os de baixa renda e mais vulneráveis. Os principais pontos da agenda são o fortalecimento das fontes de financiamento e o suporte à reestruturação da dívida de países em situação de vulnerabilidade que esgotaram seu espaço fiscal. O FMI também pretende aprofundar os trabalhos sobre políticas de mitigação e adaptação climática e de transição para baixo carbono.