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COMÉRCIO EXTERIOR
Governo avança na digitalização de serviços para impulsionar exportações de pequenos negócios
O governo federal apresentou nesta quinta-feira (21/10) um novo serviço digital por meio do qual micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) brasileiras poderão realizar um autodiagnóstico de maturidade exportadora e receber, de forma automática, um plano de ações para internacionalização. O serviço é baseado na metodologia do Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE), coordenado pelo Ministério da Economia, e teve sua digitalização financiada devido à parceria com o governo do Reino Unido.
De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, “quando estiver finalizado, esse novo serviço – 100% digital, automatizado e gratuito – permitirá a qualquer empresa brasileira, de qualquer setor, porte ou região do país, ter uma visão precisa de qual é o seu estágio de maturidade para exportar e de quais serviços ela poderá consumir para viabilizar sua internacionalização”.
O PNCE digital e automatizado é o primeiro serviço de uma nova plataforma, também em desenvolvimento com apoio do governo britânico, que permitirá às MPMEs brasileiras identificarem e consumirem serviços voltados à exportação, tanto na fase de pré-fechamento do contrato – como capacitação empresarial e inteligência de mercado – quanto no pós-fechamento, como financiamento e logística.
“A plataforma que estamos desenvolvendo é pioneira na América Latina. Ela permitirá aos pequenos negócios do Brasil acessarem serviços diferentes em uma única plataforma e viabilizarem suas exportações em um só lugar. Hoje, no mundo, somente Singapura tem uma solução digital similar”, aponta o embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Wilson.
Metodologia moderna
A metodologia do autodiagnóstico de maturidade exportadora e do plano de ações para internacionalização do PNCE foi desenvolvida, em 2017, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a União Industrial Argentina (UIA) e o FUNDECYT-PCTEX, da Espanha. Denominada Rota Global, a metodologia foi finalista em premiação da Câmara de Comércio Internacional (ICC) e transferida ao Ministério da Economia em 2018.
“Desenvolvemos uma metodologia flexível, que atendesse às necessidades das diversas instituições públicas e privadas de apoio ao setor privado, de modo que o plano de internacionalização que a empresa recebe seja o mais completo possível, indicando os principais serviços disponíveis no Brasil para apoiar o pequeno negócio que queira exportar”, destaca o superintendente de Desenvolvimento Industrial da CNI, Renato da Fonseca.
Esta primeira entrega do PNCE digital e automatizado será apresentada a um conjunto de instituições voltadas a apoiar a internacionalização de empresas brasileiras, sobretudo nos estados e no Distrito Federal, incluindo órgãos de governos locais, federações de indústrias, unidades regionais do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e associações comerciais, entre outras.
“Essa é a ‘Agenda 2.0’ da facilitação de comércio no Brasil. Estamos fazendo uma entrega que vai além dos compromissos que o país assumiu na Organização Mundial do Comércio, porque acreditamos que a digitalização do comércio exterior é o caminho mais rápido para inserirmos os pequenos negócios no comércio internacional”, enfatiza o secretário Lucas Ferraz.
Plataforma completa em 2022
O Global Trade Hub – plataforma digital de serviços de comércio exterior – está em desenvolvimento pela Palladium, consultoria internacional contratada pelo governo do Reino Unido para executar o projeto em parceria com o Ministério da Economia. Seu lançamento é previsto para o primeiro semestre de 2022.
“A partir de 2022, as empresas brasileiras terão acesso a uma solução digital inclusiva de classe mundial, baseada nas melhores práticas internacionais. O Global Trade Hub foi desenhado para permitir uma jornada de exportação completa e totalmente digital, reduzindo custos de transação e tempo”, pontua a líder de MPMEs da Palladium, Mônica Souza.
A plataforma é uma das entregas do Programa de Facilitação de Comércio Brasil-Reino Unido, iniciado em 2019 e implementado em parceria com o Ministério da Economia, o Ministério das Relações Exteriores, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o Sebrae, a CNI e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).