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Paulo Guedes diz que Brasil vai crescer e se tornar um player-chave no mundo
O Brasil vai crescer e se tornar um player-chave no mundo, afirmou nesta quarta-feira (17/11) o ministro da Economia, Paulo Guedes, em participação no 11º Bradesco BBI CEO Forum. Ele destacou que o crescimento do país será sustentável, baseado em investimentos privados e aproveitando a realocação de grandes indústrias que deixarão a Ásia, em especial a China. O ministro explicou que o Brasil já tem mais de R$ 600 bilhões em investimentos contratados. “Eu não vejo como o país não vá crescer no ano que vem. Nós estaremos de volta a como estávamos antes da Covid”, afirmou.
Citando previsões do ex-presidente do Federal Reserve (FED, o banco central americano) Alan Greenspan, Guedes comentou que vai haver uma desaceleração global sincronizada e rápida, porque a inflação está em alta em todo o mundo e não somente no Brasil, com impactos em toda a cadeia de valores, de produção e de fornecimento de mão de obra.
A vantagem brasileira – ponderou o ministro – é já conhecer o problema da inflação e saber como enfrentá-lo, enquanto o resto do mundo “não sabe como lidar com isso”. Além disso, Paulo Guedes salientou que o Brasil sentirá em escala menor a desaceleração sincronizada, porque é menos integrado e menos dependente. “Podemos começar a nos integrar nesse novo mundo, realocando indústrias que estão saindo da Ásia, especialmente da China, para serem realocadas aqui”, observou.
Fronteira de investimentos
O ministro lembrou que o Brasil é o quarto maior mercado digital do mundo e será um player-chave nos mercados de carbono privados que serão criados, além de se tornar um importante fornecedor de serviços na área de preservação ambiental. “Então, tem um grande novo mundo diante de nós, com uma enorme fronteira de investimentos”, frisou Paulo Guedes.
Segundo ele, a recuperação da economia agora é cíclica e depois haverá uma desaceleração também cíclica, mas já dentro de um forte contexto de investimentos privados, com as “ondas de investimentos” que estão engatilhados. “Estamos fazendo uma transição de uma recuperação cíclica baseada em consumo – que será desacelerada pelo Banco Central –, mas faremos essa transição de uma recuperação cíclica para um crescimento sustentável baseado em investimento privado, em todos os lugares, em todos os setores”, explicou o ministro.
Reformas necessárias
Por isso – salientou Guedes – é tão importante reduzir os impostos das empresas e convergir para os padrões internacionais, cobrando imposto sobre juros e dividendos para convergir ao padrão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Para que isso se confirme, porém, o ministro da Economia espera avanços no campo político. Ele destacou a necessidade da aprovação da PEC dos Precatórios para controlar os gastos com pagamentos judiciais, e disse esperar que a Reforma Administrativa seja aprovada ainda este ano.