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Brasil deve receber US$ 60 bilhões em investimentos estrangeiros diretos em 2021
O Brasil deve fechar o ano de 2021 recebendo um total de US$ 60 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED), informou nessa quinta-feira (18/11) o secretário especial adjunto de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, João Luís Rossi. O valor é quase o dobro do registrado ano passado, quando ficou próximo a US$ 34 bilhões – devido à pandemia da Covid-19 –, e fica um pouco abaixo do registrado em 2019, quando os fluxos de IED para o Brasil atingiram US$ 69 bilhões. “O Brasil, como esperado, também foi afetado pela tendência negativa de redução dos investimentos estrangeiros em 2020. Mas a economia brasileira começou 2021 em expansão e mostrou recuperação nos ingressos líquidos de investimentos”, afirmou Rossi, na abertura do Seminário de Investimentos Mercosul-OCDE.
A estimativa da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (Secint) do Ministério da Economia se baseia nos ingressos líquidos de US$ 17,7 bilhões em investimentos no primeiro trimestre, que já apontam alta de 40% sobre o mesmo período de 2020, quando somaram US$ 12,6 bilhões. “Isso não é resultado apenas da recuperação econômica global, mas também das reformas em curso e já implementadas em nosso país. Iniciativas como a reforma previdenciária, privatizações, as novas leis de saneamento e petróleo e gás, além de várias outras medidas, têm contribuído para melhorar o nosso ambiente de negócios”, explicou João Rossi.
Iniciativas como a reforma previdenciária, privatizações, as novas leis de saneamento e petróleo e gás, além de várias outras medidas, têm contribuído para melhorar o nosso ambiente de negócios” João Rossi
Conduta responsável
Também durante o seminário, o subsecretário de Investimentos Estrangeiros da Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (SE-Camex), Márcio Lima, salientou que o Brasil é precursor na inclusão de cláusulas de Conduta Empresarial Responsável (CER) em seus Acordos de Investimentos, além de apoiar essas cláusulas no âmbito das negociações multilaterais.
Lima é coordenador do Ponto de Contato Nacional (PCN) para Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, e participou de painel sobre Conduta Empresarial Responsável. As discussões focaram no crescente reconhecimento de que os governos têm um papel essencial a desempenhar na criação de uma política e de um ambiente regulatório favoráveis para impulsionar, apoiar e promover a CER.
Sustentabilidade e facilitação de investimentos
Houve ainda painel focado no Desenvolvimento de Investimentos Sustentáveis, com debates em torno do papel crucial que o IED pode desempenhar na direção do desenvolvimento sustentável nos países anfitriões. Foram abordados os instrumentos disponíveis para atrair, mensurar e reter investimentos sustentáveis, com destaque para a promoção dos mercados de capitais locais de acordo com os fatores ESG (ambientais, sociais e de governança).
O terceiro e último painel, sobre Facilitação de Investimentos, discutiu os recentes Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos firmados bilateralmente pelo Brasil e as negociações de facilitação de investimentos no Mercosul e na OMC – com destaque para o papel do Ombudsman de Investimentos – e as atividades exercidas pelas Agências de Promoção de Investimentos.
O seminário virtual foi organizado pela Divisão de Investimentos da OCDE, em colaboração com a Presidência Pro-Tempore Brasileira do Mercosul – representada pela Subsecretaria de Investimentos Estrangeiros (Sinve) da SE-Camex – e a Secretaria de Relações Globais da OCDE.