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PARCERIAS DE INVESTIMENTOS
Secretário de Parcerias em Transportes do PPI participa de agendas em Mato Grosso do Sul e Paraná sobre projetos de ferrovias
O secretário de Parcerias em Transportes do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Thiago Caldeira, participou, nesta semana, de agendas nos estados do Mato Grosso do Sul e Paraná para tratar do projeto da Ferrovia EF-277 – Nova Ferroeste – e da relicitação da Ferrovia Malha Oeste.
O projeto de Corredor Oeste de Exportação Nova Ferroeste – atualmente objeto de estudos de viabilidade econômica, técnica e ambiental – tem extensão estimada de 1.285 quilômetros e foi qualificado no PPI por meio do Decreto nº 10.487/2020. Abrange a construção de novos trechos e a criação de um corredor ferroviário de exportação ligando, principalmente, o polo produtor de grãos do Mato Grosso do Sul e oeste do Paraná ao porto de Paranaguá, no estado do Paraná.
“Investir na malha ferroviária favorece a competitividade do país, reduz acidentes no transporte de cargas e contribui para a preservação do meio ambiente, ao reduzir emissões de CO2 decorrentes do modal rodoviário”, destacou o secretário de Parcerias em Transportes do PPI, Thiago Caldeira, durante as agendas.
A Ferroeste Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. – empresa do estado do Paraná – detém a concessão da União para construir e operar a estrada de ferro, já existindo operação entre as cidades de Guarapuava e Cascavel. A outorga desta concessão foi efetivada pelo Decreto nº 96.913/1988 e os estudos em execução visam à contratação de parceiro privado para operar a ferrovia e executar os investimentos.
O diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, reforçou que a nova malha ferroviária tem como uma das principais finalidades diminuir o custo logístico do setor produtivo – o chamado Custo Brasil. Segundo ele, a expectativa é de redução de 27% nas despesas com a operação de exportação. “Viemos aqui ver de perto as condições e convidar o setor privado e o setor público a abraçarem o projeto”, ressaltou.
Na última segunda-feira (22/3), a agenda começou com reunião para apresentação aos governadores dos estados do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, e do Paraná, Ratinho Júnior, dos estudos de demanda e estudos preliminares de traçado.
Na sequência, a comitiva seguiu para Maracaju, em Mato Grosso do Sul – cidade considerada marco zero do novo corredor de exportação. Na ocasião, o grupo apresentou o projeto às autoridades locais e visitou as áreas do futuro terminal contemplado no projeto e de uma antiga estação férrea desativada. Os técnicos também conheceram o ponto de ligação com a Ferrovia Malha Oeste, que será relicitada pelo governo federal.
Na terça-feira (23/3), a comitiva fez visita às cooperativas Coamo, em Dourados, e Lar, em Caarapó, que escoam parte da produção de farelo e óleo de soja para o mercado externo pelo modal rodoviário até o Porto de Paranaguá, em aproximadamente mil quilômetros de distância, e serão diretamente impactadas pela disponibilidade do modal ferroviário.
Já na quarta-feira (24/3), o grupo técnico seguiu para o município de Mundo Novo, ainda no Mato Grosso do Sul e, de lá, para o município de Guaíra, já no estado do Paraná, onde participou de reuniões com prefeitos e autoridades locais. Na quinta-feira (25/3), a visita foi às instalações da ferrovia Ferroeste em Cascavel e ao terminal de transbordo da Cooperativa Central Cotriguaçu. Durante todo o trajeto das agendas, foram avaliados os pontos sensíveis do traçado.
“Foi uma viagem muito proveitosa. Pudemos ver como a implantação deste modal moderno tem capacidade de revolucionar toda a logística do Mato Grosso do Sul e do Paraná”, afirmou o coordenador do Grupo de Trabalho Ferroviário do estado do Paraná, Luiz Henrique Fagundes.
Para o assessor de Logística do estado do Mato Grosso do Sul, Lúcio Lagemann, “trata-se de projeto que trará maior desenvolvimento econômico ao estado, especialmente à região sul, que tem forte potencial de crescimento em atividades ligadas ao agronegócio”.
Nova Ferroeste
O projeto busca implementar corredor de transporte de grãos e contêineres do país, unindo dois dos principais polos exportadores do agronegócio brasileiro. A área de influência direta e indireta abrange 925 municípios de três países: Brasil (773), Paraguai (114) e Argentina (38). No Brasil, impacta diretamente 425 cidades do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, totalizando cerca de nove milhões de pessoas.
A expectativa é que pela Nova Ferroeste seja possível o transporte de até 50 milhões de toneladas por ano, sendo 70% destinadas à exportação.
Malha Oeste
A Malha Oeste é controlada pela Rumo, que também detém as concessões das Malhas Paulista, Norte, Central e Sul. Os trechos da Malha Oeste perpassam os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, com 1.973 quilômetros de extensão de linhas, em bitola de um metro. A infraestrutura da Malha Oeste encontra-se depreciada e os investimentos nela realizados estão em patamares insuficientes para a sua manutenção, acarretando perda da capacidade de transporte, velocidades abaixo de seu potencial e volume de carga transportado limitado.
Em julho de 2020, a Rumo Malha Oeste protocolou junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pedido de adesão a processo de relicitação (devolução da concessão) referente ao contrato de concessão celebrado com a União, nos termos da Lei nº 13.448, de 5 de junho de 2017, e regulamentado pelo Decreto nº 9.957/2019.
Os estudos de viabilidade técnica, econômica, ambiental e de apoio para a estruturação da nova concessão estão sendo contratados pelo CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina, após cooperação técnica estabelecida com o Programa de Parcerias de Investimentos.