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CONTAS PÚBLICAS
Emissões da Dívida Pública Federal atingem R$ 177,9 bilhões em fevereiro
No último mês de fevereiro, o Tesouro Nacional realizou emissões acima da média dos últimos 12 meses, o que contribuiu para suprir a necessidade de financiamento do governo federal e manter o caixa acima do limite prudencial. A informação é da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), no Relatório Mensal da Dívida referente a fevereiro, divulgado nesta quarta-feira (24/3). A afirmação tem como base os principais números apresentados no documento: as emissões da Dívida Pública Federal (DPF) somaram R$ 177,9 bilhões e os resgates, R$ 66,4 bilhões, resultando numa emissão líquida de R$ 111,5 bilhões – dos quais R$ 104,8 bilhões referentes à emissão líquida da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) e R$ 6,6 bilhões à emissão líquida da Dívida Pública Federal externa (DPFe).
Acesse o Relatório Mensal da Dívida em fevereiro.
“Foi o segundo melhor volume e o melhor fevereiro de emissões da DPF de toda a série histórica”, destacou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, na entrevista coletiva virtual de divulgação do relatório. “Foi também a terceira maior emissão líquida do Tesouro, atrás apenas de novembro e dezembro de 2020”, acrescentou.
O estoque da DPF – que totaliza R$ 5,2 trilhões – apresentou em fevereiro um aumento de R$ 139,2 bilhões em relação ao mês anterior, refletindo a emissão líquida dos R$ 111,5 bilhões e a apropriação positiva de juros de R$ 27,7 bilhões.
As emissões da DPMFi totalizaram R$ 170,7 bilhões, enquanto os resgates foram de R$ 65,8 bilhões, resultando em uma emissão líquida de R$ 104,8 bilhões no mês. Nas emissões, destaque para os títulos prefixados (R$ 71,1 bilhões) e atrelados à taxa flutuante (R$ 69,3 bilhões). Nos resgates da DPMFi, o destaque ficou por conta da Letras Financeiras do Tesouro (LFT) nos leilões de Rolagem Antecipada realizados em fevereiro, que atingiram R$ 46,3 bilhões, o que contribuiu de forma decisiva para as marcas – incluindo o fevereiro recordista – salientadas pelo coordenador-geral Luis Felipe Vital. Em relação à DPFe, houve emissão de R$ 7,24 bilhões para dívida contratual e resgates de R$ 600,4 milhões, ou seja, uma emissão líquida de R$ 6,6 bilhões.
A reserva de liquidez da dívida pública encerrou o mês de fevereiro com R$ 933,2 bilhões, ante R$ 805,7 bilhões no mês anterior, refletindo principalmente o efeito da emissão líquida do mês de fevereiro. O nível atual é suficiente para 6,7 meses à frente de vencimentos e os meses de março, abril e maio de 2021 concentrarão vencimentos estimados em R$ 581,2 bilhões.
Leilões
Nos leilões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) foram emitidos R$ 58,89 bilhões, com vencimentos entre outubro de 2021 e julho de 2024, mediante pagamento em dinheiro. Nos leilões de LFT, foram emitidos R$ 67,71 bilhões, com vencimentos entre março de 2022 e março de 2027 – dos quais R$ 21,34 bilhões mediante pagamento em dinheiro e os já referidos R$ 46,37 bilhões em troca por títulos com prazos mais curtos.
Já nos leilões de Notas do Tesouro Nacional tipo B, títulos remunerados pelo IPCA (NTN-B) foram emitidos títulos no valor total de R$ 29,34 bilhões com vencimentos entre agosto de 2024 e maio de 2055, mediante pagamento em dinheiro. Nos leilões de prefixados foram emitidos R$ 70,7 bilhões, enquanto nos títulos indexados à taxa flutuante foram emitidos R$ 68,3 bilhões, incluindo R$ 46,4 bilhões emitidos em leilões de troca.
Prazo das emissões
No que diz respeito ao prazo das emissões, os destaques foram os títulos prefixados de 24 meses e os títulos atrelados a índice de preços de três e 35 anos, “mostrando mudança no perfil demandado em relação aos meses anteriores”, de acordo com o relatório.
Ocorreu aumento da participação de títulos prefixados – de 33,7% para 34,4% –, enquanto os títulos atrelados a índice de preços ficaram praticamente inalterados – de 26,0% para 25,8%. Por outro lado, o grupo dos títulos indexados à Selic apresentou redução na participação no estoque da DPF – de 35,3% para 34,8%.
Custo médio e vencimentos
O custo médio das emissões em oferta pública da DPMFi apresentou aumento de 4,7% ao ano ante 4,6% ao ano em janeiro. O custo médio do estoque da DPF acumulado em 12 meses apresentou redução em fevereiro – de 8,3% ao ano para 8,1% ao ano. Essa diminuição do custo médio do estoque é explicada pelo custo da DPFe, que decresceu de 35% ao ano para 29,7% ao ano.
Na estrutura de vencimentos da DPF houve redução do percentual vincendo em 12 meses – de 27,1% para 25,9% –, refletindo o perfil de emissões ocorridas em fevereiro. O prazo médio da DPF, entretanto, se manteve no mesmo patamar entre janeiro e fevereiro: 3,61 anos.
O grupo Instituições Financeiras segue apresentando aumento do estoque, se mantendo como o detentor com maior participação no estoque da DPMFi – 30,2% em fevereiro. O segundo maior grupo é formado pelos Fundos de Investimento, com 25,1%.
Tesouro Direto
No Programa Tesouro Direto, as emissões líquidas no mês de fevereiro totalizaram R$ 28,3 milhões, resultado de vendas de R$ 1,8 bilhão, recompras de R$ 1,699 bilhão e vencimentos de R$ 123,4 milhões. No mês, o programa teve um aumento de 317,2 mil novos investidores cadastrados. O título mais demandado pelos investidores permanece sendo o Tesouro Selic, que respondeu por 33,5% do montante vendido.
Assista à Coletiva do Relatório Mensal da Divida em fevereiro: