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DESESTATIZAÇÃO
CPPI recomenda inclusão da Eletrobras no Programa Nacional de Desestatização
O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) deliberou pela qualificação das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras) no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e pela inclusão da empresa no Programa Nacional de Desestatização (PND). As decisões foram tomadas durante reunião realizada na última terça-feira (16/3).
A inclusão da empresa no PND é necessária para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possa iniciar os estudos para a futura capitalização da Eletrobras. Apenas esta etapa foi autorizada, com a publicação da Medida Provisória nº 1.031, de 23 de fevereiro de 2021, que dispõe sobre a desestatização da Eletrobras. Todos os demais atos dependem da conversão da MP em lei pelo Congresso Nacional e posterior sanção presidencial.
Durante a reunião foi deliberado, ainda, que, caso a medida provisória não seja convertida em lei, a qualificação no PPI e a inclusão no PND perderão eficácia.
Capitalização
O objetivo da capitalização é aumentar a capacidade de investimento da companhia e, com isso, gerar mais emprego e renda para o país. Além disso, o modelo em análise pelo Congresso aloca parte dos recursos em benefício do consumidor de energia elétrica e ao setor energético em projetos regionais.
O atual projeto traz importantes aprimoramentos em relação ao apresentado em 2019. Entre as medidas propostas, há o aumento dos recursos destinados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) – que passou de 1/3 para 50% – e a inclusão da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que traz mais recursos para reduzir encargos setoriais pagos pelos consumidores.
O governo estima que a operação proporcione ingresso de recursos para a União e para a CDE em montantes superiores a R$ 50 bilhões. A medida prevê, ainda, o desenvolvimento de projetos fundamentais nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste que transcendem o próprio setor elétrico.
A proposta fortalece a atuação da Eletrobras nas regiões em que tem usinas hidrelétricas, pois contribui para o desenvolvimento de projetos importantes também para o setor elétrico. Está previsto o aporte de R$ 295 milhões anuais, pelo prazo de 10 anos, para o desenvolvimento de ações visando à redução estrutural de custos de geração de energia na Amazônia Legal. Também devem ser investidos R$ 230 milhões anuais, por 10 anos, para revitalização de bacias hidrográficas onde se localizam as usinas hidrelétricas de Furnas. E, conforme já previam os projetos de lei anteriores, será realizado o aporte de R$ 350 milhões anuais para a revitalização da bacia hidrográfica do Rio São Francisco, com a inovação de destinação de energia elétrica para o projeto de transposição do rio.
Além disso, o processo de capitalização traz competitividade para a empresa, com sustentabilidade, podendo ampliar seus investimentos em energia renovável e novas tecnologias – em linha com a modernização do setor elétrico e com a transição energética global.