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INOVAÇÃO
Governo debate a Inteligência Artificial no Brasil durante seminário virtual
Os Ministérios da Economia (ME) e da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com o apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), realizaram nesta sexta-feira (30/7) o “Seminário Inteligência Artificial: nas fronteiras de um novo paradigma”. O evento, ocorrido de forma virtual, teve por objetivo promover o debate nacional e reunir subsídios sobre as novas aplicações da Inteligência Artificial (IA).
Durante a abertura, o secretário especial de Produtividade e Competitividade do ME, Carlos Da Costa, afirmou que é necessário ter cautela para falar sobre a regulação do setor. Segundo ele, num momento de disrupção, qualquer decisão regulatória tem implicações exponenciais. “Por isso, defendemos no Ministério da Economia que, para que tenhamos um melhor ambiente para expansão da indústria 4.0, das novas tecnologias e, em particular, da Inteligência Artificial, o novo marco regulatório seja equilibrado, técnico e prudente”, explicou.
O secretário especial pontuou que o momento é de diálogo com representantes do setor privado e das comunidades científica e tecnológica para garantir a prosperidade. “Por um lado não queremos ter amarras para o setor privado, e por outro lado temos que garantir que os riscos que existem na Inteligência Artificial sejam conhecidos, tratados, explorados, e daí a importância de sandboxes”, afirmou.
Carlos Da Costa citou como exemplo o Centro da Quarta Revolução Industrial – criado em parceria com o Fórum Econômico Mundial, o governo do estado de São Paulo e atores privados –, que tem um projeto-piloto de estudo para aplicação de Inteligência Artificial nos metrôs de cinco estados brasileiros. “Vamos, a partir daí, entender com mais profundidade e criar um guia para compras públicas de IA. Estamos mergulhando nisso na prática e trazendo lições”. E completou: “Não podemos frear a tecnologia, temos que fazer com que o Brasil seja um território fértil para isso”.
Protagonismo
Em sua fala, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, destacou que existe a necessidade e a preocupação que a regulamentação seja feita de forma inteligente, com incentivos para o desenvolvimento da tecnologia no Brasil. “O sandbox, como foi falado pelo secretário, tem uma importância muito grande nesse sentido, por permitir esses estudos e a partir disso ir se adaptando e aperfeiçoando o que a gente tem de regulamentação à medida que a tecnologia evolui'', afirmou.
Marcos Pontes ressaltou que a Inteligência Artificial veio para ficar e que o Brasil tem todas as condições de ser protagonista no setor. “Esse trabalho em conjunto, levando em consideração diversos fatores, tanto no desenvolvimento da tecnologia de Inteligência Artificial, quanto nos aspectos dos impactos dessas tecnologias em todos os setores, vai ser extremamente produtivo para o país como um todo”, afirmou.
No encerramento do seminário, o presidente da ABDI, Igor Calvet, afirmou que a promoção desse tipo de debate ajuda a pensar um pouco nos efeitos de curto, médio e longo prazo da Inteligência Artificial nos negócios. “Precisamos mesclar a nossa estratégia de desenvolvimento com a estratégia regulatória. Dois aspectos importantes que tangenciam e em determinados aspectos podem limitar o uso da tecnologia”, disse.
Igor Calvet lembrou que 40% dos projetos de Inteligência Artificial da América Latina já estão no Brasil. “Precisamos potencializar esse assunto e entendê-lo dentro das estratégias de desenvolvimento nacional. A Inteligência Artificial é uma tecnologia que vai aumentar a nossa capacidade humana enormemente, tanto biologicamente como nos meios físicos, precisamos aproveitar isso com uma grande estratégia”, apontou.
No evento ocorreram quatro mesas temáticas, com a participação de especialistas, parlamentares, representantes do setor empresarial e de entidades da sociedade civil, além de membros do governo federal, que discutiram de forma abrangente as oportunidades e os desafios da aplicação da Inteligência Artificial.