Notícias
CRESCIMENTO
Ministro da Economia defende transferência de riqueza por meio das privatizações e concessões
A necessidade urgente de transferência de riqueza do setor público brasileiro para as parcelas mais vulneráveis da população por meio das privatizações e concessões foi um dos pontos destacados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o GZero, evento realizado pela consultoria Eurasian Group e B3 nesta terça-feira (7/12). “O Brasil tem um setor público muito rico e uma população muito pobre. Temos que ser mais agressivos. O ciclo das grandes empresas estatais no país acabou”, afirmou.
“O investimento privado é o caminho para o crescimento na próxima década”, observou Guedes. Ele defendeu que é preciso transferir aos mais pobres a riqueza proveniente da venda das empresas estatais e reiterou seu otimismo em relação à chegada dos investimentos privados ao país. “Em vez de pedir crédito, o Brasil de hoje pede parcerias”, disse, destacando os investimentos privados já assegurados nas áreas de gás natural e concessões rodoviárias, portuária e aeroportuária, entre outras, para os próximos 10 anos.
O ministro admitiu que 2022 será um ano difícil por causa da luta contra a inflação. Disse que o crescimento da economia será menor, mas que ele ocorrerá, e enfatizou que a agenda do governo é clara, com a continuidade do controle rigoroso dos gastos públicos, o apoio às parcelas mais vulneráveis da população e a abertura da economia. “O Brasil pode ser o terceiro ou quarto maior PIB do mundo”, afirmou Guedes.
Reformas e microrreformas
O ministro destacou também a necessidade de avanço das reformas estruturantes, entre as quais a administrativa e a tributária. Sobre esta última, disse que se trata de um passo fundamental para a redução do custo de geração de empregos no país, por meio da taxação da distribuição de lucros e dividendos, que possibilitará o alívio da carga de impostos sobre as empresas.
Paulo Guedes explicou que a abertura da economia envolverá, em 2022, as microrreformas. “Abrir a economia é a agenda macro, mas para isso é preciso fazer acordos não tarifários”, exemplificou. Ele também chamou a atenção para o Programa de Crescimento Verde, que busca atrair investidores para a participação em empreendimentos ambiental e economicamente sustentáveis. “Estamos crescendo em energias renováveis. Mais de 15% da nossa matriz já é renovável”, disse, ressaltando o potencial do país como fonte de recursos naturais.