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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Brasil defende em reunião do G20 transição inclusiva à economia verde
O governo brasileiro defendeu propostas para tornar mais inclusiva a transição à economia verde, respeitando as características e prioridades de cada país, durante sua participação em Reunião de Vice-Ministros de Finanças e de Vice-Presidentes de Bancos Centrais do G20. As mudanças climáticas estiveram entre os destaques do encontro, que discutiu iniciativas para o combate às consequências da pandemia e o apoio oferecido às populações mais vulneráveis.
Esta foi a primeira reunião de autoridades da trilha financeira sob a presidência indonésia do G20 em 2022 para debater as prioridades e o programa de trabalho propostos para o próximo ano. O Brasil aproveitou a oportunidade para apresentar o recém-lançado Programa Nacional de Crescimento Verde, que tem como principal objetivo o alinhamento do crescimento econômico ao desenvolvimento sustentável, visando a uma economia de baixo carbono.
A reunião, em formato híbrido, foi realizada presencialmente nos dias 8 e 9 de dezembro, em Bali, na Indonésia, e virtualmente para os representantes de países que optaram por não viajar. O Ministério da Economia participou remotamente, representado pelo subsecretário para Finanças Internacionais e Cooperação Econômica da Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais (Sain), Marco Rocha, que apontou a necessidade de identificação e apoio a iniciativas para atrair investimentos privados.
Desenvolvimento com equilíbrio
Para o Brasil, é importante haver apoio, com programas e ações de suporte a países vulneráveis, dentro de um entendimento comum em relação ao conceito mais abrangente de desenvolvimento sustentável. O objetivo é alcançar um maior equilíbrio das dimensões social, ambiental e econômica.
O país também quer a união dos esforços para aumentar a transparência e a comparabilidade dos dados, a fim de atrair investimentos que deem apoio à transição climática. Além disso, o governo brasileiro pediu o compromisso com o desenvolvimento de instrumentos e arranjos financeiros para acelerar os investimentos sustentáveis em infraestrutura.
Produtividade no trabalho
No encontro, as autoridades financeiras do G20 apontaram a produtividade do mercado de trabalho como elemento-chave para a recuperação pós-pandemia. O planejamento prevê a promoção de transformações estruturais, envolvendo o desenvolvimento de novas tecnologias digitais e sua incorporação aos processos produtivos, além do fortalecimento do capital humano, com as competências e capacidades necessárias para garantir o crescimento sustentável e inclusivo.
A agenda prioritária dos indonésios incluiu temas como aumento da resiliência e estabilidade; promoção da produtividade; garantia do crescimento sustentável e inclusivo; ambiente amigável e parcerias com grupos de interesse diversificados; e a busca por uma liderança global coletiva mais forte. Entre os principais pontos discutidos, destacaram-se as estratégias adotadas pelos países para apoiar a recuperação, lidar com os impactos da pandemia e assegurar o crescimento.
Cooperação internacional
“Também fez parte da pauta a necessidade de cooperação internacional para lidar com os riscos decorrentes de novas variantes do coronavírus, os ritmos diferenciados de vacinação e as rupturas nas cadeias de produção, que têm causado pressão inflacionária, em especial no setor de energia e alimentos”, relatou o subsecretário Marco Rocha.
Segundo ele, a implementação do acordo sobre Tributação Internacional – firmado em outubro de 2021, com o apoio do Brasil – também figurou entre as prioridades da agenda do G20 para 2022.
Sobre o G20
O G20 reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. O grupo teve origem em 1999, como resposta às crises financeiras da década de 1990. Após a crise financeira de 2008, o G20 se tornou o principal foro global de debate e entendimento sobre questões econômico-financeiras, com importante papel para a manutenção da estabilidade financeira mundial, por meio do diálogo ampliado e da cooperação entre seus membros, que representam 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.