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Desemprego de longo prazo afeta principalmente jovens e com baixa escolaridade, aponta SPE
A faixa de público mais atingida pelo desemprego de longo prazo (acima de dois anos) no Brasil é formada por jovens com baixa escolaridade, aponta análise realizada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME). Os resultados estão consolidados na Nota Técnica “Caracterização da taxa de desemprego de longo prazo brasileira”, divulgada nesta terça-feira (17/08) pela SPE.
A proposta da Secretaria de Política Econômica foi realizar um “raio-X” sobre dados da Taxa de Desemprego de Longo Prazo (TDLP), de forma a permitir traçar o perfil do desempregado. O trabalho levou em conta dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Houve crescimento constante do desemprego de longo prazo entre 2014 e 2019, indica a SPE. O índice partiu de 1,2% da força de trabalho, em 2014, e atingiu o máximo de 3,2% da força de trabalho em 2019. Em 2020 o desemprego de longo prazo caiu para 2,6% da força de trabalho, em redução de 0,6 ponto porcentual em comparação com o ano anterior. Conforme indica a SPE, esse fôlego sinaliza resultado positivo em reflexo às medidas fiscais e de dinamização do mercado de trabalho adotadas pelo governo federal ao longo de 2019 e início de 2020.
A partir da análise detalhada das informações, a SPE apurou que a TDLP se caracteriza pelo predomínio de pessoas jovens, ou seja, com idade entre 17 e 29 anos (em proporção de 1 para 1 com todas as outras faixas etárias somadas) e pessoas com baixa escolaridade (no máximo cerca de 80% com nível médio).
Segundo o subsecretário de Política Fiscal da SPE, Erik Figueiredo, esse detalhamento revela a necessidade de políticas de inserção de jovens e com baixa escolaridade no mercado de trabalho. O estudo da SPE alerta, ainda, que quanto mais tempo uma pessoa fica desempregada, maior será a perda de capital humano e, consequentemente, menor a chance de se recolocar no mercado de trabalho. Diante disso, Erik ressalta a urgência de políticas que estimulem a inserção do público jovem e de menor escolaridade no mercado de trabalho, para evitar que esse público sofra prejuízos ainda maiores.
A SPE ressalta que a identificação das características listadas na Nota Técnica divulgada nesta terça-feira resultada na compilação de informações importantes, para identificação de possíveis impactos nas políticas de emprego. Erik destaca que a longa permanência em situação de desemprego é condição de difícil superação, em situação que cria um “efeito de inércia” no cidadão, em uma combinação de fatores como perda de interesse por parte do profissional, e perda de competitividade devido à desatualização técnica e tecnológica. Foi diante de tal desafio, explica Erik, que a SPE realizou uma análise específica para entender quem são as pessoas afetadas por um desemprego tão persistente e, a partir disso, fornecer subsídios que auxiliem na construção de políticas focadas na mitigação dessa situação desfavorável.