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Machine learning
Inspeção do Trabalho desenvolve sistema para ampliar prevenção a acidentes no país
Sistema de inteligência desenvolvido pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), órgão da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia (Seprt-ME), vai ampliar e melhorar a fiscalização em segurança e saúde do trabalho no país. A nova ferramenta servirá como um dos subsídios para auditores fiscais do Trabalho planejarem suas ações e atuarem com foco na prevenção.
“A iniciativa faz parte de uma estratégia mais ampla da Inspeção do Trabalho na redução da ocorrência de acidentes de trabalho. A literatura especializada aponta que esses acidentes são provocados por uma conjunção de fatores que podem ser prevenidos. É essa prevenção que queremos ampliar no Brasil, a partir de estratégias de atuação complementares”, explica o subsecretário da SIT, Romulo Machado.
A ferramenta já está disponível aos auditores fiscais do Trabalho de todo país, para ser usada no planejamento das ações de 2021 com foco na prevenção de acidentes. O sistema utiliza diversos dados para prever a probabilidade de ocorrência futura de acidentes relacionados ao trabalho.
Machine learning
Para desenvolver o sistema, os auditores usaram técnicas de machine learning – aprendizagem de máquina, em tradução livre –, que é a área da inteligência artificial que possibilita às máquinas aprenderem através de dados. A partir das diversas informações dos bancos de dados, o sistema efetua predições de acidentes para o futuro e calcula a probabilidade de sua ocorrência para cada empregador do país. Os testes realizados com o modelo mostraram que o sistema foi capaz de acertar 88 em cada 100 predições realizadas.
A construção do sistema foi precedida de extenso estudo do panorama estatístico dos acidentes de trabalho no país. Para o biênio 2017/2018, por exemplo, foi possível verificar que homens com idades entre 20 e 40 anos foram vítimas de 67,1% dos acidentes de trabalho típicos – aqueles decorrentes do exercício do trabalho – registrados.
Ocupações
Outro parâmetro usado foi o tipo de ocupação do trabalhador. Das 2.049 ocupações profissionais existentes na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), 10 atividades representaram 30% dos acidentes típicos notificados no biênio. Técnicos e auxiliares de enfermagem, enfermeiros, alimentadores de linha de produção, faxineiros, motoristas de caminhão, serventes de obras, carteiros e coletores de lixo foram os profissionais com maior número de registros.
Há, ainda, diferenças significativas no registro e no perfil de acidentes de trabalho por regiões, sendo que o estado de São Paulo representou 36,9% dos registros, seguido por Minas Gerais (10,3%), Rio Grande do Sul (8,8%), Paraná (8,3%) e Rio de Janeiro (6,8%) no biênio 2017/2018.
“A ferramenta faz parte de um conjunto de informações que os Auditores utilizam para fazer o planejamento das ações fiscais. Até o início de 2021, vamos agregar todas as informações mais recentes e concluir as predições para o ano que vem”, explicou o auditor fiscal do Trabalho Jefferson Toledo, um dos responsáveis pela criação do sistema.