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Governo federal apresenta em evento latino as ações de retomada do crescimento
O crescimento acelerado da economia brasileira, confirmando as previsões da equipe econômica de uma retomada em V (quando a recuperação é tão rápida quanto a queda), foi destaque no Congresso Virtual Alacero 2020 – A Reindustrialização da América Latina, realizado nesta terça-feira (10/11). O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, representou o ministro Paulo Guedes no evento e participou, juntamente com a secretária de Economia do México, Graciela Márquez Colín, do painel mediado pelo CEO da Usiminas, Sérgio Leite Andrade.
"Nossa indústria está crescendo aceleradamente, inclusive gerando gargalos", disse o secretário Carlos Da Costa, salientando nesse contexto o comportamento do segmento do aço. Ele detalhou a agenda do governo federal, destacando a diretriz de que os investimentos serão puxados pela iniciativa privado e que cabe ao governo retirar as amarras que dificultam a produtividade e a competitividade.
“Em primeiro lugar, precisamos garantir que os fundamentos macroeconômicos do país estejam em ordem, com um governo enxuto, para que não continuemos aumentando os impostos. Estamos vivendo um período de recuperação e crescimento sustentado", afirmou o secretário durante o evento.
Carlos Da Costa enfatizou que o governo vem trabalhando de forma concentrada em políticas ativas que envolvem, entre outras prioridades, a qualificação e a requalificação dos trabalhadores; a criação de um ambiente propício para as startups; o avanço dos novos marcos regulatórios (como o do saneamento); o apoio às micro, pequenas e médias empresas, com um aumento do crédito dedicado a elas na ordem de 30% em 2020; as iniciativas de descarbonização, para preservação ambiental; e a digitalização das empresas, "que tem importante papel na transição para a nova economia.
Da Costa comentou também os gargalos que causaram o que chamou de a tríplice tragédia da indústria e que afetavam ainda mais a indústria do aço. “Primeiro, os juros altos. A indústria, diferentemente de outros setores, com exceção de infraestrutura, exige altos investimentos, um capex (despesas de capital) muito elevado, e que, portanto, é muito sensível a taxas de juros. Em segundo, o câmbio excessivamente apreciado, que matou a competitividade da nossa indústria. E, por último, os impostos crescentes, que levou setores onde as margens são mais apertadas e que são mais sujeitos à competição industrial (setores internacionais), a perderem competitividade.”
Equilíbrio fiscal
O secretário destacou os esforços do Ministério da Economia em garantir o equilíbrio fiscal, que pela primeira vez nos últimos quarenta anos, não trabalhou com o aumento de impostos, e sim com a redução de gastos.
Além disso, citou algumas reformas que avançaram, como a Reforma da Previdência – onde R$ 800 bilhões serão economizados nos próximos anos – e a Reforma Administrativa, que irá garantir nos próximos dois anos uma grande economia aos cofres públicos.
Outro ponto importante que o secretário destacou foi sobre o Custo Brasil. “Nós conseguimos estimar R$ 1.5 trilhão do Custo Brasil, calculadas em 12 dimensões. Esse é o valor que custa para as nossas empresas hoje, acima do que custaria se elas estivessem num país mediano da OCDE, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico. Mas nós estamos trabalhando para reduzir drasticamente, e já conseguimos reduzir R$ 300 bilhões desse custo. Isso significa uma queda de R$ 1.5 trilhão para R$ 1.2 trilhão. A intenção é baixar menos da metade, e até chegar a zerar nos próximos cinco anos,” disse.
Da Costa ressaltou ainda a criação, dentro da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME), de um processo de melhoria contínua da competitividade, atacando leis ou normas infralegais que dificultam a competitividade das empresas.
O congresso
A Alacero, sigla da Asociación Latinoamericana del Acero, é a associação que agrupa e promove o networking (rede de contatos) com profissionais da cadeia de valor da indústria do aço da América Latina há mais de 60 anos. Agora, em meio a uma crise sem precedentes, organizou um novo espaço virtual para que o debate sobre temas da indústria do aço continuasse possível.
O congresso anual da Alacero é realizado desde 1962 para que as empresas siderúrgicas estejam preparadas para responder não só às necessidades do mercado, mas em particular às demandas da sociedade latino-americana para avançar no desenvolvimento de práticas empresariais éticas e responsáveis, e contribuir para o crescimento industrial e socioeconômico da região. Este ano, o formato acontece totalmente online para continuar a promover a indústria. O Congresso Virtual pode ser acessado pelo youtube.
- Com informações da Alacero
Assista a participação do secretário Carlos Da Costa no Congresso Virtual Alacero 2020 - A reindustrialização da América Latina: