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Retomada Econômica
Brasil será grande economia de mercado com forte inserção internacional, diz ministro da Economia
A retomada do crescimento brasileiro, o avanço do processo de abertura comercial do Brasil e o fortalecimento das relações de negócios com o restante do mundo foram temas destacados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na tarde desta sexta-feira (6/11), durante a sua participação na rodada de debates do 11º Itaú Macro Vision, evento promovido pelo banco Itaú Unibanco, transmitido pela internet.
“Nosso plano é construir uma grande economia de mercado”, ressaltou o ministro. Segundo Guedes, “uma eventual mudança nos Estados Unidos não afeta a nossa dinâmica de crescimento de forma alguma. O coração da nossa economia está aqui dentro. É a poupança interna, o ambiente de negócios. Esse é um conceito muito claro”, destacou. “A agenda de abertura segue inabalada. Estávamos e continuaremos trabalhando com todo mundo”, reforçou.
Segundo o ministro, o aperfeiçoamento do ambiente de negócios dentro do Brasil é indispensável para o país ganhar maior espaço no mercado internacional. Ele destacou a importância da agenda de reformas estruturais e de equilíbrio fiscal. Citou que os próximos passos envolvem a aprovação da Lei de Falência, marco regulatório do gás natural e a conclusão da análise aos vetos ao marco do saneamento. O ministro destacou que o país está passando por um forte processo de aperfeiçoamento institucional, em discussões que fortalecem a democracia brasileira.
Guedes disse ainda que o Brasil está mostrando ao mundo sua força na recuperação de atividade em V após a fase crítica dos impactos gerados pela pandemia do novo coronavírus. “Um fato é inequívoco: a pandemia está descendo e a economia está voltando”, apontou. Ressaltou a retomada de empregos registrada desde julho, revertendo o saldo de perda de postos de trabalho verificada no momento mais forte da pandemia. “Eu dizia que o Brasil ia surpreender. O Congresso está trabalhando durante a pandemia e aprovando reformas importantes”, declarou.
Inserção
Nesse cenário, de acordo com o que destacou o ministro, a estratégia internacional é reforçar ao máximo as possibilidades de negócios no mercado internacional. “Estamos negociando com Canadá, Japão, Coreia do Sul. Conquistamos a presidência dos BRICS”. Guedes ressaltou que o atual cenário – de juros internos mais baixos e câmbio mais alto – representa um ajuste que coloca o Brasil em condições de competir internacionalmente na área internacional e também ajuda o país a atrair investidores. Segundo ele, o câmbio baixo, visto no passado, não refletia a realidade monetária e vinha tirando fôlego da dinâmica de exportações.
Durante décadas, o Brasil não buscou maior interação nos mercados internacionais, disse Guedes. Agora chegou o momento de conduzir a abertura comercial e colocar o país em posição mais relevante no cenário mundial. “Mas não podemos fazer isso com ingenuidade”, alertou.
O compromisso do governo com a abertura comercial teve um exemplo claro durante a pandemia, ressaltou o ministro. Ele explicou que no momento em que houve alta dos preços do arroz e do óleo de soja – commodities que têm preços balizados no mercado internacional – imediatamente foi tomada a decisão de reduzir o imposto de importação desses insumos. “Na hora que liberamos a importação, o arroz parou de subir”, disse.
Banco Central
O combate à recente alta dos preços dos alimentos ganha ainda maior eficácia com a aprovação do projeto que garante autonomia ao Banco Central, enfatizou Guedes. “O BC autônomo é muito importante para evitar que esse movimento crie uma espiral inflacionária, que isso se transforme em um aumento de preços generalizado e permanente de preços”, completou, em referência ao fortalecimento do Banco Central na tarefa de conduzir a política monetária e a estabilidade inflacionária.
Digitalização
Guedes comentou ainda a aceleração do processo de inserção digital da população brasileira, em um movimento no qual o país está sendo um dos líderes mundiais. “Esta semana celebramos 100 milhões de clientes digitais da Caixa. É o maior banco digital do Ocidente. Ativo que inexistia oito meses atrás. Ativo que será desmobilizado lá na frente, porque vamos derrubar a relação dívida/PIB”, apontou. “Temos o PIX, open banking, fintechs e, finalmente, a moeda digital. Está vindo aí. Vamos ter a moeda digital muito brevemente”, assegurou.
“O nosso plano é conhecido. É ir de volta ao futuro. Abrir a economia, acelerar os investimentos e as privatizações, derrubar relação dívida/PIB, manter o ajuste fiscal com juro mais baixo, vamos desbloquear, através de novos marcos regulatórios, todo o horizonte de investimentos. Isso fica cada vez mais claro à medida que as reformas setoriais são aprovadas”, concluiu Paulo Guedes.