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Tesouro Nacional
Dívida Pública Federal cai 1,55% em março e estoque fica em R$ 4,214 trilhões
O Tesouro Nacional apresentou, nesta terça-feira (28/4), o Resultado Mensal da Dívida Pública referente ao mês de março. No mês passado, as emissões da Dívida Pública Federal (DPF) corresponderam a R$ 21,58 bilhões, enquanto os resgates alcançaram R$ 143,58 bilhões, resultando em resgate líquido de R$ 121,99 bilhões. Desse total, R$ 121,88 bilhões são referentes ao resgate líquido da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), e R$ 108 milhões, ao resgate líquido da Dívida Pública Federal externa (DPFe).
A emissão de R$ 21,583 bilhões ocorrida em março representa o menor valor desde maio de 2010. “No período de volatilidade, as condições do mercado se deterioraram, havendo redução de liquidez e perda de referência de preços, tanto que o Tesouro realizou leilões extraordinários de compra e venda”, explicou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital. “Durante as atuações, não foram realizados leilões tradicionais, o que justifica o menor volume de emissão”.
Estoque
O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) caiu R$ 66,2 bilhões, retração de 1,55% em termos nominais em relação a fevereiro, encerrando o período em R$ 4,21 trilhões.
A DPMFi teve seu estoque reduzido em 2,28%, passando de R$ 4,099 trilhões em fevereiro para R$ 4,006 trilhões em março. Isso ocorreu devido ao resgate líquido de R$ 121,88 bilhões, neutralizado, em parte, pela apropriação positiva de juros, no valor de R$ 28,43 bilhões.
Já o estoque da DPFe teve elevação de 15,03% sobre fevereiro, encerrando março em R$ 208,29 bilhões (US$ 40,07 bilhões). Foram R$ 188,92 bilhões (US$ 36,34 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 19,37 bilhões (US$ 3,73 bilhões) relativos à dívida contratual.
Custo médio
O custo médio acumulado nos últimos doze meses da DPF aumentou de 9,12% ao ano, em fevereiro, para 9,53% ao ano, em março. O custo médio acumulado em doze meses da DPMFi diminuiu, passando de 8,50% ao ano, em fevereiro, para 8,39% ao ano, em março.
O custo médio da dívida externa (DPFe) registrou um aumento no período, passando de 25,41% ao ano, em fevereiro, para 38,37% ao ano, em março. Isso principalmente, devido à apreciação do dólar em relação ao real de 15,56%, em março de 2020, contra uma apreciação de 4,23% ocorrida no mesmo período do ano anterior.
“A alta no custo médio do estoque da DPF se deve ao comportamento da DPFe, que é influenciado pelo câmbio. O custo médio do estoque da DPMFi e o das emissões continuaram em queda e foram, mais uma vez, os menores de suas séries históricas”, explicou Luis Felipe Vital.
Planejamento
Apesar do atual cenário adverso, gerado pelos impactos do novo coronavírus na economia, há tranquilidade para a administração da dívida, apontou a equipe técnica do governo, em entrevista coletiva virtual. “O planejamento da dívida já contempla os vencimentos previstos. Em períodos de maior volatilidade, o colchão da dívida permite que o Tesouro reduza o volume de emissões, evitando assim adicionar volatilidade e custos mais elevados. Quando os mercados se estabilizam, o Tesouro retoma sua estratégia de financiamento “, afirmou o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luiz Fernando Alves.
“Não há nenhuma dificuldade para a rolagem da dívida. Sobre o colchão de liquidez, ele é suficiente para garantir, pelo menos, seis meses de vencimentos”, reforçou Vital.
“Não houve, por ora, reprogramação do uso de fontes da dívida para pagamentos de créditos e de outros gastos relacionados ao enfrentamento da crise. É natural que, em algum momento, fontes de emissão de dívida contribuam para arcar com esses gastos. Mas o planejamento de médio prazo permite que isso seja conduzido de maneira segura”, completou o subsecretário da Dívida Pública, José Franco.
Franco ressaltou que os números de março têm de ser vistos no contexto da economia global. “Os riscos trazidos pela pandemia atingiram não apenas o Brasil, como vários outros países emergentes. A situação que vimos em março foi de investidores buscando liquidez, com a venda de diversos ativos, em especial nos mercados emergentes. Note-se que a percepção de risco do Brasil em março foi comparável à dos outros países”, afirmou.
Detentores
O estoque de Fundos de Investimento (FI) apresentou redução, passando de R$ 1.104,34 bilhões, em fevereiro, para R$ 1.028,30 bilhões, em março. A participação relativa do grupo FI caiu para 25,67%.
O grupo Previdência, por sua vez, reduziu seu estoque em R$ 2,03 bilhões, atingindo R$ 1.007,48 bilhões no mês. Entretanto, a participação relativa do grupo Previdência subiu de 24,62% para 25,15%, resultado da queda mais acentuada dos estoques de fundos e não-residentes. O percentual de não residentes é o menor desde fevereiro de 2010, quando ficou em 9,81%.
As Instituições Financeiras aumentaram o estoque, passando de R$ 990,86 bilhões para R$ 1.035,55 bilhões no período. Os não-residentes apresentaram redução de R$ 54,59 bilhões no estoque, diminuindo a participação relativa do grupo de 10,93% para 9,82%. O grupo Governo apresentou participação relativa de 4,25% em março e o estoque das Seguradoras encerrou o mês em R$ 155,15 bilhões.
Um destaque: os Não-residentes possuem 90,99% de sua carteira em títulos prefixados, enquanto a carteira da Previdência é composta de 56,37% de títulos vinculados a índices de preços
Programa Tesouro Direto
O estoque do Tesouro Direto alcançou R$ 58,44 bilhões em março, uma redução de 0,61% em relação a fevereiro. As emissões atingiram R$ 3,01 bilhões no mês passado, enquanto os resgates corresponderam a R$ 3,79 bilhões, o que resultou em resgate líquido de R$ 780,90 milhões. O título mais demandado pelos investidores foi o Tesouro Selic, que respondeu por 47,18% do montante vendido.
No mês passado, 349.727novos participantes se cadastraram no Tesouro Direto. O total de investidores cadastrados chegou a 6.512.580, o que representa um incremento de 71,35% em relação ao mesmo mês do ano anterior.