Economia
CENÁRIO
Novo modelo econômico começa a estimular a reindustrialização do país
O atual cenário econômico, que agrega conquistas como o ajuste fiscal, os juros mais baixos e uma taxa de câmbio competitiva, além da perspectiva de implantação dentro de muito pouco tempo do choque da “energia barata”, coloca o Brasil pronto para iniciar o processo de reindustrialização e de aumento da produção e de presença no mercado internacional, com geração de empregos e alta de investimentos. A análise foi apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao participar nesta quarta-feira (12/2) do encerramento do seminário de abertura do Ano Legislativo, promovido pela revista Voto, em Brasília.
“A engrenagem econômica brasileira foi perdendo potência ao longo de 40 anos”, disse o ministro. O atual governo decidiu mudar isso e implantar mudanças que coloquem o Brasil de volta ao rumo do crescimento, completou.
“Estamos começando este ano muito melhor do que começamos o ano passado”, destacou o ministro. Ele disse que no primeiro ano do atual governo, um dos alvos principais foi combater o descontrole do gasto público. Por isso, ressaltou, foi importante a aprovação da Nova Previdência, que em dez anos poderá gerar uma economia de até R$ 1 trilhão.
Outros fatores positivos acumulados durante 2019, explicou Guedes, incluem a redução das taxas de juros , e o menor gasto com o pagamento de juros da dívida pública. Uma vez sedimentados esses elementos, e com a perspectiva de implantação do choque da “energia barata” (a partir de mudanças no mecanismo de produção e distribuição de gás, que atualmente opera sob monopólios), está aberto o caminho para o fortalecimento da reindustrialização, apontou o ministro. “A energia pode cair 30%, 40% em um ano e meio”, disse Guedes, lembrando que esse será um fator decisivo para estimular novos investimentos no setor industrial.
Novo modelo
“Passamos do modelo de juro lá em cima e câmbio lá em baixo. É melhor termos juros a 4% e câmbio a R$ 4,00 do que câmbio a R$ 1,80 e juros de 14%, nas alturas”, destacou o ministro. Esse novo formato do mix entre câmbio e taxa de juros, ressaltou, ajuda a deixar para o passado o modelo de “endividamento em bola de neve”.
No ano passado, o Brasil gastou R$ 70 bilhões a menos com o pagamento de juros da dívida. Para este ano, é esperado que essa despesa seja de R$ 120 bilhões a menos. “Em dez anos, dá R$ 1 trilhão de economia”, disse Guedes.
Os resultados do novo modelo que está sendo implantado já começam a ser vistos. A redução da relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB) começou a ser sentida já em 2019, embora houvesse projeções de que essa retração ocorresse somente a partir de 2022. “No ano passado já caiu de 77,5% para 75,8%. Quebramos essa dinâmica. E vamos fazer cair mais uma vez este ano”, afirmou.
“Mudou o modelo. Não é mais juro na lua e câmbio baixo, desindustrializando o país. O país estava pendurado em um modelo rentista. Agora só estamos fazendo política econômica direitinho”, disse Paulo Guedes. Ele destacou também que há um processo de desestatização do crédito e lembrou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), depois de devolver R$ 126 bilhões ao Tesouro em 2019, vai repetir o movimento de retorno de recursos aos cofres públicos também em 2020.
O ministro da Economia citou, ainda, a importância da reforma administrativa para promover a modernização do Estado. “Estamos propondo uma reforma administrativa que não atinge nenhum direito adquirido”, disse. Guedes citou também que já estão em andamento as Propostas de Emenda à Constituição do Pacto Federativo, Emergencial (que ajudará no ajuste fiscal) e dos Fundos. “Daqui para frente vamos corrigir a hipertrofia do governo federal”, afirmou.