Economia
Comércio exterior
Valor agregado dos serviços nas exportações é decisivo para conquista de novos mercados
Os serviços são o grande protagonista da economia brasileira e da transformação digital que vem ocorrendo nos últimos anos, com a chamada Indústria 4.0. A avaliação foi feita pela secretária especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Yana Dumaresq, na abertura da Reunião Internacional de Serviços de Valor Agregado em Exportação, em Brasília, na terça-feira (22/10). “Cada vez mais, os serviços são fator decisivo nas trocas comerciais globais e na conquista de novos mercados, além de impulsionar o aumento de competitividade, produtividade e diversificação de produtos brasileiros”, explicou.
Dumaresq também afirmou que o governo federal tem feito grande esforço para aperfeiçoar a capacidade e a coerência regulatória que regem o setor. “A ideia é trazer a política econômica mais próxima da política comercial e da regulatória”, disse.
O evento, organizado pelo Ministério da Economia, em conjunto com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), a União Europeia (UE) e a Câmara Internacional do Comércio (ICC), serviu de importante intercâmbio de conhecimento e debates interativos sobre o valor agregado dos serviços nas exportações brasileiras.
Nos dois dias de reunião, especialistas em políticas comerciais, industriais e de serviços de vários países e representantes do setor privado e da academia debateram formas de aumentar o conhecimento sobre o valor adicionado dos serviços nas exportações a fim de contribuir para a formulação de políticas públicas baseadas em evidência.
Os participantes destacaram os avanços e o potencial de crescimento dos negócios com serviços que agregam valor a produtos – como design e engenharia, entre outros – para aumentar a capacidade de exportação de todos os setores econômicos.
Importância para a economia
Nesta quarta (23/10), no encerramento da reunião, o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Herlon Brandão, destacou a presença de especialistas e profissionais que são referência no assunto.
“Foi um aprendizado muito intenso. Pudemos observar a importância dos serviços para a economia, para os diversos setores, como isso vem se desenvolvendo no mundo e como a discussão está avançada”, comentou. “Vimos a importância da educação, a importância dos dados, para a economia de serviços e para a economia como um todo. Pudemos observar esse avanço, de como os serviços vêm se tornando cada vez mais transacionáveis.”
Brandão falou sobre a importância de o país integrar a economia brasileira no mundo, revisando o nível de tarifas. “É uma discussão que os outros países já fizeram há mais de 20 anos. É uma medida que perdeu a importância hoje, de um modo geral, mas tem que ser feita. Todos fizeram e o Brasil não pode deixar de fazer isso também”, afirmou.
O evento contou com a presença do secretário de Política Externa Comercial e Econômica do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Norberto Moretti; da diretora da Divisão de Comércio Internacional e Commodities da Unctad, Pamela Coke-Hamilton; do economista-chefe e diretor-geral de Comércio da Comissão Europeia, Lucian Cernat; do embaixador da União Europeia no Brasil, Ignácio Ybañez Rubi; do coordenador-residente do Sistema Nações Unidas no Brasil e representante-residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Niky Fabiancic; da diretora-executiva da ICC Brasil, Gabriella Dorlhiac; e da diretora da Divisão de Comércio de Serviços e Investimentos da OMC, Xiaolin Chai.