Economia
Comércio exterior
Brasil defende acordos e regras para o comércio internacional de bens e serviços
O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucaz Ferraz , defendeu na última quarta-feira (09/10) a adoção de regras e acordos que permitam a fluidez do comércio internacional de bens e serviços. Durante evento em Genebra, na Suíça, ele falou sobre a relevância do setor de serviços na composição do PIB brasileiro e a importância desse setor para incrementar a produtividade da economia do país. “Ter acesso a serviços mais eficientes e baratos aumenta a competitividade e a produtividade da economia brasileira”, salientou.
Ele foi o moderador do painel organizado pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex/ME) no Public Forum 2019 , evento da Organização Mundial do Comércio (OMC). O painel abordou a inserção da América Latina no mundo digital, enfatizando como startups inovadoras estão transformando a prestação de serviços na região.
Ferraz destacou o papel relevante de melhorias regulatórias do setor de serviços e da negociação de acordos comerciais. E lembrou que o Brasil está engajado em reduzir suas barreiras não tarifárias, além de ser cada vez mais atuante nas discussões relacionadas ao impacto da digitalização no comércio. Ele também reforçou o apoio do Brasil ao avanço do tema de comércio eletrônico (E-commerce) na OMC.
Painel da Secex
Durante o painel da Secex, o analista de política comercial da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Janos Ferencz, lembrou que antigamente os serviços eram mais concentrados no mercado doméstico, mas com a Internet eles se tornaram cada vez mais transacionais entre os países. “Novos tipos de serviços têm surgido com as novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e análise de dados”, ponderou.
Já o diretor executivo da Associação Latino-Americana da Internet (Alai), Gonzalo Navarro, observou que nem todos os países sabem como lidar com o novo mundo da economia digital. Segundo ele, existe uma assimetria entre os governos da América Latina, pois muitos países estão negociando acordos, mas nem todos estão sendo implementados. “As novas tecnologias permitem muitas possibilidades, mas também grandes desafios, como inclusão digital e treinamento da mão de obra”, alertou.
A diretora-gerente da Endeavor Brasil, Camilla Junqueira, disse que mesmo com um ambiente adverso – crise econômica e ambiente de negócios pouco favorável ao empreendedor – o Brasil e a América Latina têm vários exemplos de startups de sucesso que estão desenvolvendo soluções para desafios como baixo nível de escolaridade, falta de acesso à saúde e alto custo de acesso a crédito.
O gerente de Políticas Públicas do Nubank, Rafael Wowk, falou sobre os desafios para operar nos mercados brasileiro e latino-americano. Considerando a limitação do acesso da população brasileira, ele explicou que é possível oferecer serviços financeiros a custos acessíveis e de maneira facilitada.
Public Forum
O Public Forum da OMC reúne representantes de organizações internacionais, governos, academia, setor privado e sociedade civil de diversos países. O objetivo do encontro é debater as tendências e desafios que afetam o futuro do comércio global.
O evento deste ano foi o maior de todos já realizados pela OMC. Mais de 3,2 mil pessoas participaram do Forum – 30% a mais do que no ano passado, quando a participação já foi recorde. Além disso, segundo a OMC, a “diversidade geográfica” dos participantes e palestrantes foi a maior de todas as edições.