Economia
Cooperação internacional
Encerrada a 5ª reunião de ministros do trabalho e emprego do BRICS
Terminou nesta sexta-feira (20/9) a 5ª Reunião de ministros do Trabalho e Emprego do Brics. O grupo debateu nos últimos dois dias em Brasília as oportunidades e desafios conjuntos que Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul precisam enfrentar diante da acelerada mudança do universo trabalhista que ocorre em nível global. Os ministros e autoridades do Trabalho do Brics e membros de instituições como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) fizeram apresentações sobre o panorama do trabalho em seus países. Representantes de empregados e empregadores manifestaram as expectativas e as preocupações em relação, sobretudo, às oportunidades de trabalho diante dos avanços tecnológicos.
“O mundo do trabalho realmente mudou. Precisamos ser rápidos para nos adaptar às demandas de mercado. Precisamos responder a isso com a agilidade que merece”, destacou o ministro do Trabalho da África do Sul, Thulas Nxesi. “As mudanças demográficas e tecnológicas trazem desafios. Habilidades importantes hoje não o serão no futuro. A Índia criou uma estrutura de qualificação nacional integrada para facilitar que as pessoas atinjam o nível de competência e as habilidades exigidas por essa nova realidade”, disse o secretário-geral do Governo da Índia, Shri Ram Kumar Gupta.
O vice-ministro de Recursos Humanos e Seguridade Social da China, You Jun, destacou o papel de liderança dos países do Brics sobre as economias emergentes. “Temos ações convergentes e progredimos juntos nos últimos dez anos. Precisamos inovar e renovar os pensamentos para aumentar a cooperação, colocar as pessoas no centro”, afirmou.
“Acreditamos que é importante a proteção social na estrutura legal trabalhista. Esse bloco permite que nossos países discutam problemas similares e busquem soluções”, disse Andrey Pudov, vice-ministro da Secretaria de Estado da Rússia.
O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, destacou a importância de o Brasil estar modernizando o sistema previdenciário, sinalizando ao trabalhador que o pagamento futuro das aposentadorias será cumprido. “É um problema de vários países, que deve ser enfrentado. O governo precisa ter capacidade mínima para investir em segurança, educação, saúde e programas. As mudanças estruturantes apontam para futuro do trabalho com segurança, previsibilidade, e poucos anos para reverter a curva crescente do déficit previdenciário”, disse.
O subsecretário do Regime Geral de Previdência Social da Secretaria de Previdência, Rogério Nagamine, destacou que o governo brasileiro tem se empenhado para garantir que o sistema previdenciário seja mais justo, sustentável e equilibrado – nos termos da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Nova Previdência, em análise no Senado. “Estamos fazendo uma ampla e profunda reestruturação previdenciária, na tentativa de construir um sistema que seja mais justo e sustentável”, disse Nagamine.
A reunião resultou na Declaração dos Ministros, um compromisso firmado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para promover ações conjuntas que permitam a trabalhadores dos países do bloco aproveitar oportunidades decorrentes do uso de tecnologia na cadeia produtiva, além de enfrentar os desafios provocados por atuais e futuras mudanças no mercado de trabalho.