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Balança comercial atinge superávit de US$ 28,369 bilhões até julho
A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 28,369 bilhões de janeiro a julho de 2019, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1º/8) em entrevista coletiva realizada pela Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia (Secint), em Brasília (DF). O saldo positivo foi 16,3% inferior ao de igual período de 2018 (US$ 33,891 bilhões), pela média diária.
A corrente de comércio no ano alcançou US$ 231,424 bilhões, uma queda de 3,1% sobre o mesmo período anterior (US$ 238,794 bilhões), pela média diária. As exportações de janeiro a julho foram de US$ 129,896 bilhões, queda de 4,7% sobre os sete primeiros meses de 2018. Nas importações, foram US$ 101,527 bilhões até julho, 0,9% abaixo da média diária no mesmo período do ano anterior, de US$ 102,452 bilhões.
Tabela: Balança comercial brasileira – Junho de 2019 (US$ milhões FOB)*
*Jun/19: 19 dias úteis. Jun/18: 21 dias úteis. Mai/19: 22 dias úteis.
Fonte
: Secretaria de Comércio Exterior/Ministério da Economia.
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No mês
O superávit no mês de julho foi de US$ 2,293 bilhões, valor 43,4% inferior ao de igual período de 2018 (US$ 3,874 bilhões). A corrente de comércio brasileira alcançou valor de US$ 37,815 bilhões no mês, um recuo de 12,2%, pela média diária, em relação ao mesmo período do ano anterior.
As exportações no mês chegaram a US$ 20,054 bilhões, retração de 14,8% em relação a julho de 2018, e queda de 8,1% sobre junho de 2019. Já as importações totalizaram US$ 17,761 bilhões, com redução de 8,9% sobre igual período do ano anterior, e aumento de 12,6% na comparação com junho deste ano, sempre pela média diária.
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Análise
Na avaliação do subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior, Herlon Brandão, os resultados de julho refletem a menor atividade econômica mundial, que diminui a demanda pelos produtos comercializados pelo Brasil.
"Isso afeta as quantidades e os preços das mercadorias exportadas. Temos uma menor demanda, por exemplo, da China pela soja brasileira, motivada pela menor produção do rebanho suíno chinês, por conta de problemas sanitários. Isso faz com que se compre menos alimentos para ração animal", detalhou.
Herlon explica, ainda, que os dados do mês de julho de 2019 sofreram influência de uma base de comparação mais alta por conta da exportação, em julho de 2018, de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,2 bilhão.
Mesmo com a base alta de comparação, em julho de 2019 dois produtos foram decisivos, segundo ele, para a queda da corrente de comércio: as reduções dos embarques de soja e de petróleo, tanto em volume quanto em preço. Os embarques brasileiros de petróleo bruto tiveram queda de 61,2% em julho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Já a soja apresentou queda de 35%, no mesmo comparativo.
"Petróleo tem a ver com a desaceleração da economia mundial e isso tem feito com que as cotações internacionais se reduzam. A soja está mais relacionada com a questão dos problemas sanitários na China. Sabemos que o principal uso da soja brasileira pelos chineses é para alimentação animal e há uma grande diminuição da produção suína na China. Isso impacta a demanda por soja", explica Herlon.
Exportação
As exportações de julho foram puxadas por produtos básicos (US$ 11,054 bilhões), manufaturados (US$ 7,198 bilhões) e semimanufaturados (US$ 2,403 bilhões). Sobre o ano anterior, houve redução nas três categorias: produtos básicos (-16,7%), manufaturados (-12,3%) e semimanufaturados (-4,6%).
No grupo dos básicos, sobre julho de 2018, a redução das vendas ocorreu principalmente no petróleo em bruto (-61,2%, para US$ 1,407 bilhão); soja em grão (-34,6%, para US$ 2,788 bilhões); minério de cobre (-32,7%, para US$ 216 milhões); farelo de soja (-28,9%, para US$ 539 milhões); carne de frango (-12,5%, para US$ 602 milhões) e carne bovina (-10,4%, para US$ 515 milhões).
Nos manufaturados, a balança teve recuo das vendas em partes de motores e turbinas de aviação (-45,9%, para US$ 144 milhões); veículos de carga (-33,6%, para US$ 131 milhões); autopeças (-16,2%, para US$ 142 milhões); suco de laranja não congelado (-10,3%, para US$ 124 milhões); automóveis de passageiros (-8,7%, para US$ 347 milhões); máquinas e aparelhos para terraplanagem (-5,8%, para US$ 222 milhões) e óleos combustíveis (-2,2%, para US$ 289 milhões).
Já em semimanufaturados, caíram as vendas principalmente de óleo de soja em bruto (-49,1%, para US$ 78 milhões); catodos de cobre (-26,5%, para US$ 39 milhões); semimanufaturados de ferro/aço (-15,5%, para US$ 378 milhões); celulose (-12,9%, para US$ 550 milhões); madeira serrada ou fendida (-4,6%, para US$ 55 milhões) e açúcar em bruto (-4,4%, para US$ 478 milhões).
No acumulado do ano, houve queda nas exportações de manufaturados (-6,5%, para US$ 45,035 bilhões) e semimanufaturados (-2,7%, para US$ 17,055 bilhões), enquanto aumentaram as vendas de produtos básicos (+0,2%, para US$ 67,798 bilhões), em relação a igual período de 2018.
Mercados compradores
O recuo das exportações no mês foi puxado pelo Mercosul (-37,5%), refletindo a queda de 31% das vendas para a Argentina, por conta de automóveis de passageiros, veículos de carga, soja em grão e autopeças, entre outros produtos.
Também houve redução para a América Central e Caribe (-29,0%), Ásia (-20,7%) e União Europeia (-19,8%) – no caso europeu, principalmente por conta de petróleo em bruto, farelo de soja, minério de ferro, semimanufaturados de ferro e de aço.
Já para Oceania (+23,8%), Oriente Médio (+19,8%), África (+13,3%) e Estados Unidos (+5,9%) as exportações subiram – destacando-se, para esse último, itens como gasolina, aviões, etanol, café em grão, motores, geradores e transformadores elétricos.
Os principais países de destino de produtos brasileiros em julho foram China, Hong Kong e Macau (US$ 6,002 bilhões); Estados Unidos (US$ 2,672 bilhões); Argentina (US$ 836 milhões); Países Baixos (US$ 785 milhões) e Japão (US$ 603 milhões).
Importação
As importações em julho registaram alta de combustíveis e lubrificantes (+22,0%), bens intermediários (+4,9%) e bens de consumo (+1,0%), enquanto diminuíram as compras de bens de capital (-53,0%).
Na comparação com julho de 2018, diminuíram as compras de Ásia (-23,9%), América Central e Caribe (-23,9%), África (-15,7%) e Mercosul (-7,9%). Por outro lado, aumentaram as de Oriente Médio (+67,7%), Estados Unidos (+19,7%), Oceania (+13,8%) e União Europeia (+2,0%).
Os cinco principais países fornecedores para o Brasil no mês foram Estados Unidos (US$ 3,143 bilhões), China, Hong Kong e Macau (US$ 2,868 bilhões), Alemanha (US$ 974 milhões), Argentina (US$ 907 milhões) e Japão (US$ 547 milhões).
No acumulado do ano, em relação ao mesmo período de 2018, houve queda em bens de capital (-12,1%) e bens de consumo (-5,3%). Mas aumentaram as compras de bens intermediários (+2,6%) e de combustíveis e lubrificantes (+2,3%).