Economia
Mercado Comum
Acordo Mercosul-UE beneficia sobretudo os consumidores
O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, avalia que o acordo beneficia sobretudo os consumidores do Mercosul “que terão acesso a produtos mais baratos, melhores e com maior variedade”, declara Ferraz.
O secretário Lucas Ferraz participou das negociações que levaram, ao todo, 20 anos, e culminaram com a assinatura do acordo político entre os dois blocos, no último dia 28 de junho, em Bruxelas, na Bélgica.
Quando as regras acordadas entrarem em vigor, os consumidores serão beneficiados, basicamente, de duas formas. Na compra de produtos importados, já que em áreas de livre comércio não é cobrado o Imposto de Importação; e com a redução de preços dos produtos fabricados no Brasil, pois a indústria nacional utiliza muitos insumos fabricados em outros países, como produtos químicos, peças e componentes, sobretudo em setores de alta intensidade tecnológica.
Assim, quando o acordo entrar em vigor, os insumos fabricados na União Europeia serão desonerados, gerando um efeito cascata de redução de custos em diversas cadeias produtivas, e, por fim, reduzindo o preço ao consumidor final.
Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), a participação de insumos importados na indústria nacional tem sido cada vez maior, sobretudo nas cadeias de alta e média tecnologias, onde a quantidade de insumos importados passa de 40%.
A partir do que foi negociado entre os dois blocos econômicos, no comércio industrial a UE eliminará 100% de suas tarifas de importação de produtos do Mercosul em até 10 anos, sendo cerca de 80% na entrada em vigor do acordo.
A oferta da UE está dividida em prazos de desgravação tarifária de 0, 4, 7 e 10 anos, além de casos de desgravação parcial.
Já o Mercosul terá cestas de desgravação com prazos de 0, 4, 8, 10 e 15 anos, além de casos de desgravação parcial, 72% da oferta do Mercosul se desgravarão em um prazo de 10 anos.