Economia
Diagnóstico
Estudo do BID aponta que gastos públicos ineficientes no Brasil chegam a 3,9% do PIB
Estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançado hoje em Brasília aponta que gastos públicos ineficientes no Brasil, em diferentes áreas, custam 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB). O documento, intitulado “Melhores gastos para melhores vidas”, sugere políticas para que esses investimentos ocorram de maneira mais eficiente, tanto na esfera federal como subnacional.
O documento foi lançado na manhã desta nesta terça-feira (7/5), no Ministério da Economia (ME), durante debate que reuniu especialistas do banco, o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do ME, Marcos Troyjo, e o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.
A abertura foi feita pelo secretário Troyjo e pelo vice-presidente de Países do BID, Alexandre Meira da Rosa. Troyjo destacou que o trabalho do BID representa uma grande contribuição para o que deve ser o novo multilateralismo. "O estudo aprofundado por vezes tem um impacto na performance dos países tão importante quanto a própria alocação de capital e o desenho de projetos transformadores", afirmou.
Segundo ele, a reflexão sobre como melhorar a eficiência dos gastos públicos tem importância central na agenda do atual governo. "Não é apenas uma opção. É também uma restrição por conta das dificuldades de elevação de impostos que temos no Brasil. Portanto, é preciso aumentar a eficiência para melhorar o bem-estar social", afirmou. "O desperdício e a desigualdade social decorrentes de gastos pouco eficientes têm de ser revertidos", complementou.
Previdência
O secretário deixou claro que diferentes políticas promovidas pelo governo brasileiro têm caminhado nesse sentido. Citou como exemplo os esforços para aprovação da reforma da Previdência: “O Brasil será outro depois de seu equilíbrio fiscal alcançado com a reforma do sistema previdenciário", previu.
O documento do BID aponta que o gasto do Brasil com a Previdência é, em termos relativos, o mais alto entre os países da América Latina e do Caribe. “Se mantidos os atuais níveis de gasto, os sistemas de previdência poderiam aumentar dos atuais 40% do orçamento para 138% em 2065, inviabilizando o equilíbrio fiscal”, afirma o estudo.
"Esse cenário implicará em uma redução dos recursos para outras prioridades, como o desenvolvimento de capital humano e infraestrutura, elementos essenciais para sustentar o crescimento econômico ao longo do tempo", completa.
Para Troyjo, o trabalho do BID contribui para ampliar e sofisticar o tom dado à agenda de reformas. “Nossa parceria com o BID fica mais forte e isso serve com um norte do que deve ser o futuro da administração pública no Brasil", disse.
Melhores gastos para melhores vidas
Estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aponta que gastos públicos ineficientes no Brasil, em diferentes áreas, custam 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB). O documento sugere políticas para que esses investimentos ocorram de maneira mais eficiente, tanto na esfera federal como subnacional.