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Comércio exterior
Balança comercial de abril tem superávit de US$ 6 bilhões
A balança comercial brasileira do mês de abril teve exportações de US$ 19,689 bilhões, importações de US$ 13,628 bilhões e saldo positivo de US$ 6,061 bilhões - valor 2,3% superior, pela média diária, ao superávit alcançado em igual período de 2018 (US$ 5,922 bilhões). Em relação a abril de 2018, pela média diária, as exportações registraram retração de 0,1%, e as importações tiveram queda de 1,2%. No mesmo período, a corrente de comércio alcançou valor de US$ 33,317 bilhões, o que representa queda de 0,6%, pela média diária.
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Na entrevista coletiva para comentar os dados, o diretor de Estatísticas e Apoio às Exportações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, Herlon Brandão, afirmou que as pequenas quedas das exportações e importações em abril repetem uma tendência registrada no primeiro trimestre de 2019.
"Tivemos diminuição de preço da soja e o setor automotivo brasileiro registra redução nas vendas por conta da crise do nosso terceiro maior parceiro comercial, que é a Argentina. Além disso, exportamos menos minério de ferro. No quadrimestre, o principal motivo da queda continua sendo o preço em queda de algumas das principais mercadorias exportadas", declarou Brandão.
No acumulado de 2019, as exportações foram de US$ 72,343 bilhões (- 2,7%, pela média diária). No acumulado do ano, as importações somaram US$ 55,766 bilhões, queda de 0,8% sobre o mesmo período anterior (US$ 56,215 bilhões).
O saldo comercial acumula superávit de US$ 16,576 bilhões, redução de 8,7%, pela média diária, em relação ao mesmo período de 2018 (US$ 18,165 bilhões).
Análise do mês
Em abril de 2019, as exportações por fator agregado alcançaram os seguintes valores: básicos (US$ 10,228 bilhões), manufaturados (US$ 6,899 bilhões) e semimanufaturados (US$ 2,562 bilhões). Sobre o ano anterior, cresceram vendas das três categorias: semimanufaturados (7,1%), básicos (2,1%) e manufaturados (0,8%). Assim, as responsáveis pela queda mensal de 0,1% nos embarques ao exterior foram as operações especiais, principalmente as reexportações e consumo de bordo.
No grupo dos básicos, em relação a abril de 2018, cresceram as vendas principalmente de algodão em bruto (145,2%), carne suína (51,4%), carne bovina (48,1%), petróleo em bruto (43,5%), carne de frango (36,1%), e café em grãos (11,6%).
Nos manufaturados, no mesmo comparativo, aumentaram as vendas principalmente de tubos flexíveis de ferro ou aço (para US$ 148 milhões), máquinas e aparelhos para uso agrícola (208,3%), partes de motores e turbinas para aviação (116,9%), torneiras, válvulas e partes (99,7%), gasolina (81,2%), óleos combustíveis (46,5%) e aviões (1,7%).
Em relação aos semimanufaturados, cresceram as vendas principalmente de açúcar em bruto (25,8%), celulose (25,2%), ferro-ligas (23,7%), semimanufaturados de ferro ou aço (23,7%), e ouro em formas semimanufaturadas (12,2%).
Por mercados compradores, aumentaram os embarques para os seguintes destinos: Oriente Médio (79,7%), Oceania (25,9%), Estados Unidos (22,9%), África (12,6%) e Ásia (0,7%). Por outro lado, diminuíram as vendas para o Mercosul (-36,6%), América Central e Caribe (-31,7%) e União Europeia (-2,9%). Os cinco principais compradores de produtos brasileiros, no mês, foram: 1º) China, Hong Kong e Macau (US$ 5,995 bilhões), 2º) Estados Unidos (US$ 2,821 bilhões), 3º) Argentina (US$ 904 milhões), 4º) Países Baixos (US$ 795 milhões) e 5º) Chile (US$ 510 milhões).
Nas importações, reduziram as compras externas de bens de capital (-10,0%), bens de consumo (-6,6%) e bens intermediários (-0,2%), enquanto aumentaram as compras de combustíveis e lubrificantes (10,4%). Por mercados fornecedores, na comparação com abril de 2018, diminuíram as compras originárias da Oceania (-31,8%), União Europeia (-18,5%), Mercosul (-3,6%).
Em contrapartida, cresceram as compras originárias dos seguintes mercados: América Central e Caribe (+73,3%, por conta de gás natural liquefeito, medicamentos p/ medicina humana e veterinária, desperdícios e resíduos de cobre, borracha natural, pastas, gazes e ataduras, meios de cultura de microrganismos), Oriente Médio (26,4%), África (29,5%), Ásia (9,7%) e Estados Unidos (3,1%).
No mês, os cinco principais fornecedores brasileiros foram: 1º) China, Hong Kong e Macau (US$ 2,604 bilhões), 2º) Estados Unidos (US$ 2,428 bilhões), 3º) Argentina (US$ 908 milhões), 4º) Alemanha (US$ 793 milhões) e 5º) Coreia do Sul (US$ 442 milhões).
O destaque do quadrimestre, segundo Herlon Brandão, foi o preço em queda das principais mercadorias exportadas. "O preço das mercadorias ficou 4% menor mesmo com 1,4% de aumento na quantidade. As principais quedas foram da soja (-8%), do petróleo em bruto (-6.6%) do café em grão (-17,4%), do açúcar em bruto (-17%)", informou.
Segundo o diretor, as quedas nos preços da soja devem-se a menor demanda chinesa pelo produto, enquanto registra-se um aumento da oferta mundial. Em relação ao petróleo, Brandão observou que o preço está em alta no mercado internacional, mas este aumento ainda é menor que o registrado no primeiro quadrimestre de 2018. A redução de valor exportado do café em grão está relacionado ao grande aumento da quantidade exportada. O Brasil vende hoje 60% do café consumido no mundo e qualquer aumento de quantidade tem reflexos nos preços.
As exportações no acumulado de janeiro a abril de 2019, tiveram retração em relação ao mesmo período de 2018. Os produtos manufaturados (-7,3%) e semimanufaturados (-1,1%), tiveram redução de embarques enquanto que cresceram as vendas de produtos básicos (5,8%).
Por mercados compradores, caíram as vendas para o Mercosul (-37,9%, sendo que para a Argentina diminuiu 46,5%, por conta de automóveis de passageiros, veículos de carga, tratores, autopeças, óleos combustíveis, máquinas e aparelhos para uso agrícola, máquinas e aparelhos para terraplanagem, chassis com motor para automóveis, polímeros plásticos etc), União Europeia (-17,3%) e África (-11,6%).
Por outro lado, cresceram as vendas para a Oceania (45,9%), América Central e Caribe (43,4%), Oriente Médio (30,4%), Ásia (9,5%) e Estados Unidos (9,4%). Os principais países de destino das exportações, no acumulado janeiro-abril/2019, foram: 1º) China, Hong Kong e Macau (US$ 20,1 bilhões), 2º) Estados Unidos (US$ 9,5 bilhões), 3º) Argentina (US$ 3,2 bilhões), 4º) Países Baixos (US$ 2,8 bilhões) e 5º) Alemanha (US$ 1,8 bilhão). Já as importações, no acumulado do ano, cresceram para as categorias de bens de capital (2,4%) e bens intermediários (1,6%) e diminuíram em relação a compra de combustíveis e lubrificantes (-10,4%) e bens de consumo (-4,9%).