Economia
Dívida pública
Estoque da Dívida Pública Federal totalizou R$ 3,918 trilhões em março
O Tesouro Nacional divulgou, nesta sexta-feira (26/04), o Relatório Mensal da Dívida Pública Federal (DPF) do mês março. O estoque da dívida apresentou acréscimo, em termos nominais, de 1,15%, passando de R$ 3,874 trilhões em fevereiro para R$ 3,918 trilhões.
A Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) teve seu estoque ampliado em 0,87%, passando de R$ 3,732 trilhões para R$ 3,764 trilhões. O acréscimo se deu devido à emissão líquida de R$ 2,94 bilhões e à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 29,69 bilhões.
Em março, as emissões da DPMFi alcançaram R$ 71,73 bilhões, dos quais R$ 32,32 bilhões são em títulos com remuneração prefixada, R$ 7,23 bilhões remunerados por índice de preços e R$ 32,16 bilhões em títulos indexados à taxa flutuante. Desse total, foram emitidos R$ 69,33 bilhões nos leilões tradicionais, R$ 2,37 bilhões relativos às vendas de títulos do Programa Tesouro Direto e R$ 30 milhões referentes às emissões diretas.
O custo médio das emissões de oferta pública de DPMFi acumulado em 12 meses foi de 7,3% ao ano. Este valor representa a trigésima queda consecutiva do índice e, também, o menor de toda a séria histórica.
Com relação ao estoque da Dívida Pública Federal externa (DPFe) houve aumento de 8,30% sobre o apurado em fevereiro, encerrando o mês de março em R$ 153,70 bilhões. Desse total, R$ 139 bilhões são referentes à dívida mobiliária e R$ 14,70 bilhões à dívida contratual.
Mercados em março e abril
“No mês de março, o cenário externo foi negativo [em relação fevereiro], influenciado principalmente pelas preocupações com o crescimento global, por exemplo, relacionado à atividade chinesa, o que gerou algum peso sobre o mercado”, destacou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, durante a apresentação do relatório mensal.
Especificamente sobre o mercado de emergentes, o coordenador-geral chamou a atenção para o aumento da percepção de risco, gerado, entre outros, por instabilidades criadas relacionadas à Turquia e ao México.
Por outro lado, também segundo Vital, “alguns outros pontos do tiveram a intensidade de preocupação reduzida como, por exemplo, a guerra comercial”.
No mercado doméstico, o início de março se deu com quedas nas taxas de juros, que foram compensadas pelos aumentos no final do mesmo mês, encerrando março com relativa estabilidade. Para Vital, a reversão da queda no decorrer do mês se deu, principalmente, devido às incertezas relacionadas à reforma da Previdência no final do mês que acabaram por exercer algum peso sobre o mercado.
Já para abril, os indicadores têm se apresentado melhores que o esperado, provavelmente devido à continuidade da queda das preocupações com a desaceleração do crescimento global.
No âmbito doméstico em abril, a volatilidade na curva de juros local tem recuado ao longo do mês, o que é sintoma de que os investidores estão se ajustando às expectativas sobre o tempo de tramitação da proposta de reforma da previdência, já sob o impacto da aprovação da Nova Previdência no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados na última terça-feira (23/4).
Detentores
Os não-residentes apresentaram aumento de R$ 6,27 bilhões em seu estoque, o que elevou a participação relativa desse grupo, que subiu de 12,18% para 12,24%. O grupo Governo teve uma participação relativa de 4,35%. O estoque das Seguradoras encerrou o mês em R$ 149,72 bilhões.
No grupo Previdência, houve tênue variação negativa de estoque, que foi de R$ 916,38 bilhões para R$ 908,95 bilhões.
Instituições financeira aumentaram o estoque em R$ 15,91 bilhões, atingindo R$ 840,59 bilhões no mês. No grupo Fundos de Investimento também houve aumento de estoque, que passou de R$ 1,016 trilhão para 1,025 bilhões.
Tesouro direto
Excetuado janeiro de 2002, que é natural ‘ponto fora da curva’ por ter sido o mês de lançamento do programa — o valor médio das operações do Tesouro Direto atingiram o menor valor médio de toda a série histórica.
“Essa média baixa por operação reforça o caráter democrático, pulverizado, que é o que buscamos com o Tesouro Direito. E reforça, ainda, que o programa tem atingido os objetivos tanto de ‘alcançar’ o pequeno investidor como, também, de ‘educar’ este pequeno investidor”, comentou Vital.
A venda de títulos foi de R$ 2,37 bilhões e resgates correspondem R$ 1,35 bilhão. O título mais demandado foi o Tesouro Selic (47,1%).
O estoque do Tesouro Direto encerrou o mês em de R$ 57,6 bilhões, o que representa aumento de 21,1% em relação a março de 2018.
Operações até R$ 5 mil responderam por 85,6% das vendas de títulos do Tesouro Direto, que registrou 210 mil novos investidores cadastrados, dos quais 53 mil efetivamente compraram título já no primeiro mês de participação no programa.
Os relatórios, tabelas e apresentações da Dívida Pública Federal estão disponíveis em http://www.tesouro.fazenda.gov.br/en/relatorio-mensal-da-divida