Economia
Nova Previdência
Guedes se reúne com prefeitos e pede apoio à Nova Previdência
O Ministério da Economia está "cheio de notícias boas" para anunciar, assim que encerrar a tramitação da Nova Previdência no Congresso Nacional. A declaração foi dada pelo ministro Paulo Guedes a dezenas de prefeitos de municípios brasileiros, nesta segunda-feira (25), durante a Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (ANP), em Brasília. Guedes disse que não anteciparia detalhes, mas adiantou que uma das propostas da Pasta será quebrar o monopólio da distribuição de gás nos Estados.
"Nós já estamos conversando com os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro para abrirem mão do monopólio de distribuição do gás ", informou, destacando que o preço do gás no Brasil é quatro vezes maior do que nos Estados Unidos e mais de 50% superior ao da Europa e Japão, que dependem de importação do produto. "O nosso gasto deveria estar pela metade, se enfrentássemos a questão do monopólio. Temos que quebrar essa maldição", ressaltou.
Guedes disse, ainda, que o país está preparando um "choque de energia barata", porém, explicou que o momento não permite entrar em detalhes. "Temos uma agenda extraordinária para frente e estamos cheios de notícias boas para dar, mas o país tem uma pauta. Você não pode ousar fazer nenhuma medida dessas antes da tarefa mais difícil, que é a previdenciária. O país precisa do apoio dos prefeitos, porque, quando fizer a previdenciária, virão coisas interessantes pela frente", afirmou.
O presidente da ANP, prefeito de Campinas (SP), Jonas Donizette, aproveitou a ocasião para dar apoio público à Nova Previdência. "O país precisa fazer a lição de casa. Se a reforma for aprovada, em quatro anos, haverá uma economia de R$ 32 bilhões aos municípios. Em 10 anos, a economia será de R$ 150 bilhões", assegurou. "O prefeito Jonas tem se mostrado um defensor nesse processo de peregrinação pela Nova Previdência. Primeiro, pela compreensão da seriedade do momento. Segundo, devido ao déficit galopante da Previdência, que está atingindo todos os brasileiros, engolindo as finanças públicas do governo federal, dos estados e dos municípios", completou Paulo Guedes.
Empregos e Previdência
No início da sua fala aos prefeitos, o ministro da Economia ressaltou que o Brasil já está colhendo frutos da reforma trabalhista, realizada anteriormente. "O emprego formal gerou, em fevereiro de 2019, 173.139 postos de trabalho de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Isso é o dobro da estimativa que o mercado esperava para fevereiro. Isso já é o efeito da mudança lá atrás", destacou, acrescentando que as reformas modernizam as relações de trabalho e aceleram o crescimento.
Segundo ele, da mesma forma, a Nova Previdência tem diversas dimensões favoráveis e 200 milhões de brasileiros precisam dela. "Por outro lado, são seis ou sete milhões que se beneficiam da atual fábrica de desigualdades que se tornou o regime previdenciário e querem impedir a reforma. Nos próximos meses, vamos decidir se eles podem manter os privilégios", disse. Em seguida, o ministro afirmou que, até mesmo os atuais privilegiados, dependem da Nova Previdência. "Se a aprovação não sair, a primeira coisa que vai acontecer será a interrupção do pagamento de salários dos servidores", alertou.
Estados e municípios
De acordo com o ministro, o Brasil cometeu um erro no passado. "A União se perdeu quando os recursos começaram a fluir para estados e municípios, seguindo as demandas sociais de uma democracia emergente. Quando ficou difícil pagar as contas, em algum momento, o governo federal jogou os estados e municípios ao mar, criando contribuições não compartilhadas", explicou.
Guedes enfatizou que os recursos precisam chegar nas pontas e anunciou que o objetivo do Ministério é alterar o Fundo Social. "Hoje, 100% dos recursos do Fundo Social vão exclusivamente para a União. Nós queremos que pelo menos 70% desses recursos passem a seguir para os estados e municípios ao longo do tempo", informou.
Ao final, o ministro mostrou confiança no cumprimento da agenda econômica do país. "Eu não teria vindo se não acreditasse que temos, hoje, uma dinâmica virtuosa na sociedade, com poderes independentes e uma classe política madura. O Congresso sabe o tamanho do desafio e a importância de aprovar a Nova Previdência", concluiu.
Também participaram da cerimônia na ANP o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, e o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.